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Anarchopedia - Contribuições do utilizador [en]
2024-03-28T09:36:46Z
Contribuições do utilizador
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Adriano Lima
2010-10-02T16:05:22Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Adriano do Carmo Flores de Lima''' (Canoas, 19 de setembro de 1970), mais conhecido como '''Adrián de Limes''', é um poeta, compositor e tradutor [[brasil]...</p>
<hr />
<div>'''Adriano do Carmo Flores de Lima''' ([[Canoas]], [[19 de setembro]] de [[1970]]), mais conhecido como '''Adrián de Limes''', é um [[poeta]], [[compositor]] e [[tradutor]] [[brasil]]eiro. É herdeiro da [[poesia marginal]] no [[Rio Grande do Sul]] e autor de poemas dispersos por antologias literárias e na Internet. Foi editor do jornal "O Falares" <ref>Projeto Falares. Nº4. UFRGS. Porto Alegre. Ano VI. 1995.</ref>, órgão de comunicação do "Projeto Falares" da [[UFRGS]], em [[Porto Alegre]], onde cursou Bacharelado em Letras, habilitação tradutor, de 1993 a 1998, também se dedicando à pesquisa da poesia de [[João Cabral de Mello Neto]].<br />
<br />
==A vida pública e biografia==<br />
<br />
Em 1994, causou surpresa na Universidade por ter se recusado a subtrair partes de suas obras para adequar-se às normas de publicação de grandes editoras, que exigiam um livro menor para primeira publicação de um autor. <br />
<br />
Vindo de família de muitos músicos e poetas, populares e eruditos, foi aficionado em leitura e música desde a infância e começou a escrever poesia no ano de 1987. Anteriormente ao seu início na poesia, impulsionado pelo amor à música, tentou compor canções com letra e música, mas o excesso de lirismo e subjetividade da sua produção incipiente o dissuadiram da idéia. <br />
<br />
Ainda em 1987 participou do grupo de poesia chamado "Da oficina do Oswaldo", em Canoas, juntamente com o poeta e presidente fundador do [[Partido dos Trabalhadores]] na cidade, Oswaldo Ferreira, líder do grupo. Em 1988 trabalhou em um pequeno semanário de Canoas (Jornal Radar), onde elaborava editoriais e textos de opinião <ref>Jornal Radar. Canoas. RS. Para ser executado em qualquer rádio. 03 de novembro de 1988.</ref>. <br />
<br />
A partir daí, já escrevendo compulsivamente publicou, na cidade de Sapucaia do Sul (RS) o [[fanzine]] "Manifesto-Ato", juntamente com os, também poetas, Alessandro Pedroso e Luiz Eduardo Pereira. De grande repercussão local, o "zine" feito em cópia reprográfica tinha uma concepção gráfica tendente ao cubismo, o que facilitava um melhor aproveitamento do pequeno espaço do papel, permitindo a publicação de poemas, textos, charges, tirinhas, etc, com enfoque na arte e na poesia, porém explicitando idéias libertárias. <br />
<br />
No início da década de 1990, viajou de carona e sem dinheiro pelo Brasil, tendo se tornado amigo de artistas como o poeta catarinense [[Bento Nascimento]]. Por esta época, participava como vocalista, de uma obscura banda de rock chamada "Lex Tertia", passando a compor bastante. <br />
<br />
Publicou poemas em antologias <ref>Oiticica, Christina. Poetas brasileiros de hoje. 1991. Shogun Editora e Arte. Rio de Janeiro.</ref> e no jornal "O Falares", veículo de comunicação dos estudantes de letras da UFRGS, do qual foi um dos editores, publicando entre outros, poemas inéditos de [[Haroldo de Campos]], [[Armindo trevisan|Armindo Trevisan]] e [[Richard Serraria]], cedidos pelos próprios autores. Nesta época de agitação literária, participou de outros projetos, envolvendo poesia, com o poeta e músico [[Richard Serraria]], tendo o influenciado no gosto pela música e lírica de [[Chico Science]], o que definiria os novos rumos da carreira do compositor gaúcho. <br />
<br />
Foi colega e teve muitas oportunidades de conversar a respeito de formas não convencionais de escrever literatura com o escritor [[Altair Martins]], desenvolvendo algumas idéias em comum com este, relacionadas ao uso da "língua brasileira" na literatura, além de ter tido a oportunidade de debater publicamente com o próprio Haroldo de Campos sobre a importância de [[Antonin Artaud]] e [[Cummings|e.e. cummings]] para a linguagem da poesia no seminário "Poesia Contemporânea vista do Rio Grande do Sul" em 1995 <ref>A Poesia Contemporânea vista do Rio Grande do Sul. Departamento de Linguística e Filologia do Instituto de Letras. UFRGS. 1995.</ref>.<br />
<br />
Posteriormente, compôs para o grupo [[Dr. Lince]], que gravou "Pé Gelado", de sua autoria com a banda "Lex Tertia" e "Nova Estação", parceria com Alex Fernandes. As composições tocaram em rádios da região da vizinha cidade de [[Porto Alegre]], como [[Rádio Ipanema FM|Ipanema FM]], [[Rádio Cultura FM (Porto Alegre)|FM Cultura]] e [[Unisinos FM]]. Escreveu vários livros de poemas e dois romances, todos inéditos. <br />
<br />
Atualmente, além de continuar a escrever poemas e preparar letras e músicas para o primeiro trabalho solo de Luciano [[Preza]], seu irmão e vocalista da banda [[Cartolas]], troca correspondência com poetas como [[Flávio Luis Ferrarini]] e traduz poemas de [[Kenneth Rexroth]], [[Emily Dickinson]], [[Gregory Corso]], [[Cummings|e.e. cummings]], [[James Joyce]] e outros. <br />
<br />
==A poética==<br />
<br />
Em mais de vinte anos escreveu mais de mil poemas, com temática variada e com linguagem que aproveita a experiência de todas as antigas [[vanguarda]]s do século XX, de forma [[construtivismo|construtivista]].<br />
<br />
Muitas vezes, cria uma combinatória permutativa de significados instáveis, trasnformando a noção de "objetividade", porém aproveitando a fragmentação já existente na linguagem falada, refletindo o conceito de [[A obra aberta|''obra aberta'']] de [[Umberto Eco]] levado a extremos.<br />
<br />
Em outra vertente de seu trabalho, esta fragmentação se manifesta através de uma espécie de "colagem verbal, fonética e imagética", em uma espécie de reciclagem-[[Merz|merz]] do material perdido na linguagem diária.<br />
<br />
Com origens na pintura de [[Picasso]], na [[Poesia concreta|poesia concreta]], na [[Geração Beat]], em [[Guillaume Apollinaire|Apollinaire]] e Antonin Artaud, o poeta evoluiu para um conhecimento de todas as tendências das vanguardas do século XX, acabando por estabelecer em seu rol de influências um [[Paideuma]] à moda [[Pound]] que inclui autores clássicos e modernos de várias línguas. <br />
<br />
São latentes em sua obra as influências de e.e.cummings, [[Guimarães Rosa]], Ezra Pound, [[Maiakovski]] e [[Velimir Khlebnikov]] traduzidos pelos irmãos [[Augusto de Campos|Augusto]] e [[Haroldo de Campos]], [[Blaise Cendrars]] e [[Kurt Schwitters]], parecendo esta coincidir, muitas vezes, com a de [[Helmut Heissenbüttel]], [[Henri Meschonnic]], [[César Vallejo]], [[Tyrteu Rocha Vianna]], [[Kenneth Rexroth]] e [[Ferreira Gullar]].<br />
<br />
Apesar de seu trabalho predominantemente vanguardista, está produzindo um livro de poemas de fo(ô)rmas fixas em português arcaico, entre cantigas e baladas, demonstrando a amplitude de sua obra, intencionalmente ou não. <br />
<br />
{{Referências}}<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
*[http://www.almacarioca.net/num-certo-colibri-lanches-adrian-de-limes/ Num certo Colibri Lanches. Alma carioca. 28/05/2009.]<br />
*[http://www.ocadasletras.com.br/?module=poesia&ID=3 Libertadores de América. Oca das letras. nº3. Julho de 2009.]<br />
<br />
[[Categoria:Poetas do Rio Grande do Sul]]<br />
[[Categoria:Cultura de Canoas]]<br />
[[Categoria:Poesia moderna]]<br />
[[Categoria:Poetas marginais da poesia moderna]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Fernando_Tarrida_del_M%C3%83%C2%A1rmol&diff=3112
Fernando Tarrida del Mármol
2010-06-11T14:25:15Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info/Biografia |nome = Fernando Tarrida del Mármol |imagem = Fernando Tarrida del Mármol.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda =...</p>
<hr />
<div>{{Info/Biografia<br />
|nome = Fernando Tarrida del Mármol<br />
|imagem = Fernando Tarrida del Mármol.jpg<br />
|imagem_tamanho = 200px<br />
|legenda = |<br />
|data_nascimento = [[2 de Agosto]] de [[1861]]<br />
|local_nascimento = [[Havana]] ([[Cuba]])<br />
|data_morte = [[1915]]<br />
|local_morte = [[Londres]] ([[Inglaterra]])<br />
}}<br />
'''Fernando Tarrida del Mármol''' ([[1861]] - [[1915]]) foi um escritor [[anarquismo em Cuba|anarquista cubano]] de origem [[espanhola]].<br />
<br />
Nascido em [[Havana]] ([[Cuba]]) em [[1861]], em uma rica família de emigrantes [[Catalunha|catalães]], era sobrinho do general cubano [[Donato Mármol]]. Em sua juventude militou pelo [[republicanismo]] [[federal]], ideologia que abandonou ao conhecer [[Anselmo Lorenzo]] quando tinha 18 anos, resultando em um enfrentamento e ruptura com sua família. Estudou [[engenharia]] em [[Barcelona]], [[Toulouse]] e [[Madrid]], foi professor e diretor da Escola Politécnica de Barcelona, como escritor difudiu as teorias anarquistas, escrevendo artigos nas revistas ''[[Acracia (periódico)|Acracia]]'', ''[[La Revista Blanca (periódico)|La Revista Blanca]]'' e ''"[[El Productor (periódico)|El Productor]]"'', onde conheceu [[Federico Urales]] e colaborou na [[Escola Moderna]] de [[Francisco Ferrer y Guardia]].<br />
<br />
Seu prestigio no campo [[libertário]] resulta da teoria do [[anarquismo sem adjetivos]], definida a partir de um artigo publicado no periódico ''[[La Révolte]]'' em [[1889]], do qual foi seu máximo exponente e aceita por, entre outros, [[Max Nettlau]] e [[Ricardo Mella]].<br />
<br />
Após os [[processos de Montjuïc]] de [[1896]] exilou-se na [[França]], [[Bélgica]] e finalmente em [[Londres]], onde seguiu difundindo o anarquismo e onde faleceu em [[1915]].<br />
<br />
{{quote|"''Somos anarquistas e defendemos a [[Anarquismo sem adjetivos|Anarquia sem adjetivos]]. Anarquia é um axioma e a questão econômica é algo secundário. Alguns dirão para nós que é por causa da questão econômica que a Anarquia é uma verdade; mas nós acrediramos que ser anarquista significa ser inimigo de toda autoridade e imposição e, por consequência, seja qual for o sistema proposto a melhor defesa da anarquia, não desejando impô-la sobre aqueles que não o aceitam.''"|'''Fernando Tarrida del Mármol''' - Carta ao jornal ''Le Révolte'', [[1890]].}}<br />
<br />
== Obras ==<br />
* ''Carta ao jornal Le Révolte'' ([[1890]])<br />
* ''Os inquisidores espanhóis'' ([[1897]]<br />
* ''Problemas transcendentais'' ([[1908]])<br />
* ''Anselmo Lorenzo: Estudo crítico-biográfico'' ([[1915]])<br />
<br />
== {{Ver também}} ==<br />
* [[Anarquismo em Cuba]]<br />
* [[Voltairine de Cleyre]]<br />
* [[Errico Malatesta]]<br />
* [[Chuck Munson]]<br />
* [[Max Nettlau]]<br />
* [[Élisée Reclus]]<br />
* [[Rudolf Rocker]]<br />
* [[Fred Woodworth]]<br />
{{portal-anarquia}}<br />
<br />
== {{Ligações externas}} ==<br />
{{wikisource|preposición=de}}<br />
* {{Link|ca|2=http://www.alasbarricadas.org/ateneovirtual/index.php/Fernando_Tarrida_del_M%C3%A1rmol |3=Biografia de Fernando Tarrida del Mármol}}<br />
<br />
{{DEFAULTSORT:Tarrida Del Marmol, Fernando}}<br />
[[Categoria:Anarquistas de Cuba]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Espanha]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Anselmo_Lorenzo&diff=3111
Anselmo Lorenzo
2010-06-11T14:24:59Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: Anselmo Lorenzo <!-- Lápide do nicho de Anselmo Lorenzo no cemitério de Montjuic. --...</p>
<hr />
<div>[[Image:Anselmo_lorenzo.png||thumb|right|Anselmo Lorenzo]]<br />
<!-- [[Image:Anselmo Lorenzo -lápida.jpg|right|thumbnail|Lápide do nicho de Anselmo Lorenzo no cemitério de Montjuic.]] --><br />
'''Anselmo Lorenzo''' ([[Toledo]], [[21 de Abril]] de [[1841]] - [[Barcelona]], [[30 de Novembro]] [[1914]]), a vezes chamado "o avô do [[anarquismo na Espanha|anarquismo espanhol]]", foi um dos primeiros [[anarquismo|anarquistas]] [[Espanha|espanhóis]]. <br />
<br />
[[Categoria:Anarquistas da Espanha]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Processos_de_Montju%C3%83%C2%AFc&diff=3110
Processos de Montjuïc
2010-06-11T14:24:14Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: desenho reproduzindo o momento da explosão da bomba na procissão de [[Corpus Cristi de 1896.]] [[Imagem:Castell de Montjuic - Fossat entrada - ...</p>
<hr />
<div>[[Imagem:Bombacorpus.jpg|thumb|260px|desenho reproduzindo o momento da explosão da bomba na procissão de [[Corpus Cristi]] de 1896.]]<br />
[[Imagem:Castell de Montjuic - Fossat entrada - Barcelona (Catalonia).jpg|thumb|260px|Fosso da entrada do Castelo de Montjuïc]]<br />
Os '''processos de Montjuïc''' é o nome pelo qual ficaram conhecidos os julgamentos [[militar]]es que se seguiram ao atentado a bomba contra a procissão de [[Corpus Cristi]] na rua ''Canvis Nous'', em [[Barcelona]], no dia [[7 de Junho]] de [[1896]] resultando em 12 mortos e 35 feridos.<br />
<br />
A repressão estatal desproporcional teve como principais alvos organizações de trabalhadores e anarquistas da [[Catalunha]]. Foram detidas 400 pessoas, entre estas os professores [[José López Montenegro]] e [[Joan Montseny]], os propagandistas [[Anselmo Lorenzo]], [[Fernando Tarrida del Mármol]], [[Sebastià Sunyé]], [[Joan Baptista Esteve]], [[Josep Llunas i Pujals]] e [[Teresa Claramunt]], e o acadêmico [[Pere Coromines]]. Todos foram aprisionados no [[Castelo de Montjuic]], muitos deles foram duramente torturados, sendo incluídos no processo militar 87 pessoas.<br />
<br />
As investigações judiciais foram realizadas sem garantias jurídicas e as provas se basearam nas declarações dos principais envolvidos, especialmente nos testemunhos de [[Tomàs Ascheri]], obtidos através de terríveis torturas ordenadas pelo tenente da [[guarda civil]] [[Narciso Portas]] contra ele e [[Francesc Callís]], [[Antoni Nogués]], [[Josep Molas]], [[Lluís Mas]], [[Sebastià Sunyé]], [[Joan Baptista Ollé]], [[Francesc Gana]] e o [[francês]] [[Joseph Thiolouse]].<br />
<br />
Um primeiro [[conselho de guerra]] se reuniu no mesmo castelo de 11 à [[15 de dezembro]] de [[1896]], mas a sentença definitiva foi anunciada pelo Tribunal Supremo de Guerra e Marinha em Abril de [[1897]] na cidade de [[Madrid]]. Foram condenados a morte e executados em [[3 de Maio]] de [[1897]] Ascheri, Nogués, Molas, Mas e Joan Alsina; foram condenados a 20 anos de prisão Francesc Callis, Antoni Ceperuelo, Rafael Cusidó, Jacint Melich, Baldomero Oller, Josep Pons, Joan Torrents, Josep Vila, Jaume Vilella e Sebastià Sunyé; foram condenados a 18 anos de prisão Joan Casanovas, Epifani Caus e [[Joan Baptista Oller]]; a 10 anos e um dia Antoni Costa, Francesc Lis, Josep Mesa Mateu Ripoll, Joan Sala, Llorenç Serra e Cristòfol Soler; os 63 absolvidos foram desterrados.<br />
<br />
A denúncia do processo se deu inicialmente já em 1896, sobretudo graças à atividade no exterior de [[Fernando Tarrida del Mármol]], que havia sido liberado e escrevera ''Les Inquisiteurs d'Espagne'' (1897), assim como pelas campanhas de imprensa dos jornais ''[[La Revue Blanche]]'' e ''[[L'Intransigeant]]'' de [[Paris]]. Na Espanha os protestos foram dirigidos pela imprensa republicana (''El Nuevo Régimen'', ''El País'', etc) e o livro ''La Barbarie Gubernamental en España'' (1897), escrito por [[Ricardo Mella]] e [[Josep Prat]]. Posteriormente, teve início uma intensa campanha pela revisão do julgamento, especialmente em 1898 a partir dos periódicos "El Progreso", [[La Revista Blanca]] e "Vida Nueva", levada a cabo sobretudo por [[Joan Montseny]], [[Alejandro Lerroux]] e [[Pere Coromines]] na cidade de [[Madrid]]. <br />
<br />
Finalmente, depois do assassinato de [[Antonio Cánovas del Castillo]] em agosto de [[1897]] pelo [[anarquismo na Itália|anarquista italiano]] [[Michele Angiolillo]], que pretendia vingar os executados, [[Práxedes Mateo Sagasta|Sagasta]] permitiu o regresso dos desterrados, e no início de Janeiro de [[1901]] ditou o indulto dos que permaneciam na prisão.<br />
<br />
== Veja também ==<br />
* [[La Mano Negra]]<br />
* [[Sociedade da Guilhotina]]<br />
<br />
== Bibliografia relacionada ==<br />
* Ramon Sempau ''Los Victimarios'' Barcelona, Garcia Manet Editores, 1900.<br />
<br />
[[Categoria:História da justiça na Espanha]]<br />
[[Categoria:História da Catalunha]]<br />
[[Categoria:História do Anarquismo]]<br />
[[Categoria:Casos judiciais anarquistas]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Jos%C3%83%C2%A9_Martinez&diff=3109
José Martinez
2010-06-11T14:23:35Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: Funeral de José Martinez no cemitério do Araçá no dia [[11 de Julho de 1917.]] '''José Martinez''' foi um jovem sapateiro ...</p>
<hr />
<div>[[Imagem:Funeral Jose Martinez.jpg|thumb|320px|Funeral de José Martinez no cemitério do Araçá no dia [[11 de Julho]] de [[1917]].]]<br />
'''José Martinez''' foi um jovem [[sapateiro]] [[anarquista]] [[anarcossindicalismo|sindicalista]] vinculado à ''Federação Operária de São Paulo'' (FOSP) e a ''[[Confederação Operária Brasileira]]'' (COB). No dia [[9 de Julho]] de [[1917]], aos 21 anos de idade Martinez foi morto pela polícia de São Paulo quando participava da greve nas portas da fábrica Mariângela, no [[bairro do Brás]]. Sua morte serviu o estopim para a [[Greve Geral de 1917]] que paralisou o comércio e a indústria nas principais cidades do [[Brasil]].<br />
<br />
Seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o corpo até o [[cemitério do Araçá]] onde foi sepultado. Indignados os operários da indústria têxtil [[Cotonifício Rodolfo Crespi|Cotonifício Crespi]], com sede na [[Mooca]] entraram em greve, e logo foram seguidos por outras fábricas e bairros operários. Três dias depois mais de 70 mil trabalhadores já aderiram a greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas.<br />
<br />
{{quote|"''O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (...) No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da familia do operário assassinado, foi realizado outro comício.''"|[[Edgard Leuenroth]]<ref>TRAÇOS biográficos de um homem extraordinário. Dealbar [jornal], São Paulo, 17 dez. 1968, ano 2, n. 17.</ref>}}<br />
<br />
=={{Ver também}}==<br />
* [[Processo de Sacco e Vanzetti]]<br />
* [[Processos de Montjuïc]]<br />
* [[Aléxandros Grigorópulos]]<br />
* [[Francisco Ferrer]]<br />
<br />
{{ref-section}}<br />
<br />
[[Categoria:Anarquistas da Espanha|Martinez]]<br />
[[Categoria:Anarquistas do Brasil]]<br />
[[Categoria:Anarquistas executados]]<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Greve Geral de 1917]]<br />
[[Categoria:Anarcossindicalistas]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Greve_Geral_de_1917&diff=3108
Greve Geral de 1917
2010-06-11T14:23:00Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div>'''Greve Geral de 1917''' é o nome pela qual ficou conhecida a paralisação geral da indústria e do comércio do Brasil, em Julho de 1917, como resultado da constituição de organizações operárias de inspiração [[anarcossindicalista]] aliada à imprensa [[anarquismo|libertária]]. Esta mobilização operária foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil.<br />
<br />
==Contexto político econômico==<br />
Com o início da [[Primeira Guerra Mundial]], o Brasil tornou-se exportador de gêneros alimentícios aos países da "[[Tríplice Entente]]"; essas exportações se aceleraram a partir de 1915, reduzindo a oferta de alimentos disponíveis para o consumo interno, e provocando altas em seus preços. Entre 1914 e 1923, o salário havia subido 71% enquanto o custo de vida havia aumentado 189%; isso representava uma queda de dois terços no poder de compra dos salários. Para salário médio de um operário de cerca de 100 mil réis correspondia um consumo básico que para uma família com dois filhos atingia a 207 mil réis. O trabalho infantil era generalizado. <ref name=CMI>[http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/07/388317.shtml Secretaria de formação. ''As Greves de 1917 no Brasil''. CMI Brasil, FAG 18/07/2007 às 00:53 ]</ref>{{quote|''…a greve geral de 1917 não pode, de maneira alguma, ser equiparada sob qualquer aspecto que seja examinada, com outros movimentos que posteriormente se verificaram como sendo manifestações do operariado. Isso não, absolutamente não! A greve geral de 1917 foi um movimento espontâneo do proletariado sem a interferência, direta ou indireta, de quem quer que seja. Foi uma manifestação explosiva, conseqüentemente de um longo período da vida tormentosa que então levava a classe trabalhadora. A carestia do indispensável à subsistência do povo trabalhador tinha como aliada a insuficiência dos ganhos; a possibilidade normal de legítimas reivindicações de indispensáveis melhorias de situação esbarrava com a sistemática reação policial; as organizações dos trabalhadores eram constantemente assaltadas e impedidas de funcionar; os postos policiais superlotavam-se de operários, cujas residências eram invadidas e devassadas; qualquer tentativa de reunião de trabalhadores provocava a intervenção brutal da Policia. A reação imperava nas mais odiosas modalidades. O ambiente proletário era de incertezas, de sobressaltos, de angústias. A situação tornava-se insustentável.''|[[Edgard Leuenroth]]<ref name="Dealbar 1968">TRAÇOS biográficos de um homem extraordinário. Dealbar [jornal], São Paulo, 17 dez. 1968, ano 2, n. 17.</ref>}}<br />
<br />
==Paralisações antecedentes==<br />
[[Ficheiro:Greve geral 1917 (são paulo).jpg|thumb|200px|left|Trabalhadores cruzam os braços em uma fábrica em São Paulo.]]Em 1917 houve uma onda de greves iniciada em [[São Paulo]] em duas fábricas texteis do [[Cotonifício Rodolfo Crespi]] e, obtendo a adesão dos servidores públicos, rapidamente se espalhou por toda a cidade, e depois por quase todo o país. Logo se estendeu ao Rio de Janeiro, e outros estados, principalmente ao [[Rio Grande do Sul]]. Foi liderada por elementos de [[ideologia]] [[anarquia|anarquista]], dentre eles vários imigrantes italianos. Os sindicatos por ramos e ofícios, as ligas e uniões operárias, as federações estaduais, e a [[Confederação Operária Brasileira]] (fundada em 1906) sofriam forte influência dos anarquistas.<br />
<br />
==A morte de José Martinez==<br />
[[Ficheiro:Funeral Jose Martinez.jpg|thumb|300px|right|Funeral de [[José Martinez]] em direção [[cemitério do Araçá]] no dia [[11 de Julho]] de [[1917]].]]Em 9 de julho, uma carga de cavalaria foi lançada contra os operários que protestavam na porta da fábrica Mariângela, no Brás resultou na morte do jovem anarquista [[espanhol]] [[José Martinez]]. Seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o corpo até o [[cemitério do Araçá]] onde foi sepultado. Indignados e já preparados para a greve os operários da indústria textil [[Cotonifício Rodolfo Crespi|Cotonifício Crespi]], com sede na [[Mooca]] entraram em greve, e logo foram seguidos por outras fábricas e bairros operários. Três dias depois mais de 70 mil trabalhadores já aderiram a greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas.<br />
<br />
{{quote|"''O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Castano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (…) No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da familia do operário assassinado, foi realizado outro comício.''"|[[Edgard Leuenroth]]<ref name="Dealbar 1968"/>}}<br />
<br />
==Exigências==<br />
A violenta greve geral estava deflagrada em [[São Paulo]]. Hermínio Linhares em seu livro ''Contribuição à história das lutas operárias no Brasil''; 2ª Ed.; São Paulo; Alfa-Omega; 1977 diz: ''"O auge deste período foi a greve geral de julho de 1917, que paralisou a cidade de São Paulo durante vários dias. Os trabalhadores em greve exigiam aumento de salário. O comércio fechou, os transportes pararam e o governo impotente não conseguiu dominar o movimento pela força. Os grevistas tomaram conta da cidade por trinta dias. Leite e carne só eram distribuídos a hospitais e, mesmo assim, com autorização da comissão de greve. O governo abandonou a capital. (…)."''<br />
<br />
As ligas e corporações operárias operárias em greve, juntamente com o Comitê de Defesa Proletária decidiram na noite de 11 de Julho numeraram 11 tópicos através dos quais apresentavam suas reivindicações.<ref>[http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/glossario/a/greve-1917.htm A greve de 1917, projeto memória]</ref><br />
<br />
[[Ficheiro:Greve geral 1917 (são paulo) 2.gif|thumb|220px|left|Trabalhadores paralisados são reprimidos por policiais a cavalo.]]<br />
#- Que sejam postas em liberdade todas as pessoas detidas por motivo de greve;<br />
#- Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito de associação para os trabalhadores; <br />
#- Que nenhum operário seja dispensado por haver participado ativa e ostensivamente no movimento grevista; <br />
#- Que seja abolida de fato a exploração do trabalho de menores de 14 anos nas fábricas, oficinas etc.; <br />
#- Que os trabalhadores com menos de 18 anos não sejam ocupados em trabalhos noturnos; <br />
#- Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres; <br />
#- Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 e de 25% para os mais elevados; <br />
#- Que o pagamento dos salários seja efetuado pontualmente, cada 15 dias, e, o mais tardar, 5 dias após o vencimento; <br />
#- Que seja garantido aos operários trabalho permanente; <br />
#- Jornada de oito horas e semana inglesa; <br />
#- Aumento de 50% em todo o trabalho extraordinário.<br />
<br />
==Negociações==<br />
Cerca de 70.000 pessoas aderiram ao movimento. Para defender a greve foi organizado o Comitê de Defesa Proletária, que teve [[Edgard Leuenroth]] como um dos principais líderes. <br />
<br />
{{quote|"[[Ficheiro:Edgard Leuenroth prisão.gif|thumb|right|300px|[[Edgard Leuenroth]]. Fotos tiradas na delegacia por ocasião da prisão em 1917.]]''A situação ia se tornando cada vez mais grave com os choques entre a Policia e os trabalhadores. O Comitê de Defesa Proletária, somente vencendo toda a sorte de dificuldades conseguia realizar apressadas reuniões em pontos diversos da cidade, às vezes sob a impressão congrangedora do ruido de tiroteios nas imediações. Tornava-se indispensável um encontro dos trabalhadores, para ser tomada uma resolução decisiva. Surgiu, então, a sugestão de um comício geral. Como e onde? E como vencer os cercos da Policia? Mas a situação, que se desenrolava com a mesma gravidade, exigia a sua realização. O perigo a que os trabalhadores se iriam expor estava sendo transformado em sangrenta realidade nos ataques da Policia em todos os bairros da cidade, deles resultando também vitimas da reação, inúmeros operários, cujo único crime era reclamarem o direito à sobrevivência. E o comício foi realizado. O Brás, bairro onde tivera inicio o movimento, foi o ponto da cidade mais indicado, tendo como local o vasto recinto do antigo Hipódromo da Mooca. Foi indescritível o espetaculo que então a população de São Paulo assistiu, preocupara com a gravidade da situação. De todos os pontos da cidade, como verdadeiros caudais humanos, caminhavam as multidões em busca do local que, durante muito tempo, havia servido de passarela para a ostentação de dispendiosas vaidades, justamente neste recanto da cidade de céu habitualmente toldado pela fumaça das fábricas, naquele instante, vazias dos trabalhadores que ali se reuniam para reclamar o seu indiscutível direito a um mais alto teor de vida. Não cabe aqui a descrição de como se desenrolou aquele comício, considerado como uma das maiores manifestações que a história do proletariado brasileiro registra. Basta dizer que a imensa multidão decidiu que o movimento somente cessaria quando as suas reivindicações, sintetizadas no memorial do Comitê de Defesa Proletária, fossem atendidas.''"|[[Edgard Leuenroth]]<ref name="Dealbar 1968"/>}}<br />
<br />
[[Everardo Dias]], em "História das Lutas Sociais no Brasil", relata dessa forma os acontecimentos: <br />
<br />
{{quote|"''[[Ficheiro:São Paulo (Greve de 1917).jpg|thumb|right|300px|Operários e anarquistas marcham portando bandeiras negras pela cidade de São Paulo na greve de 1917.]]São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há ordem de atirar para quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa, sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas. A polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos".|Fernando Dannemann<ref>''1917 - Greves Operárias'', DANNEMANN, Fernando Kitzinger.</ref>}}<br />
<br />
==Resolução da Greve==<br />
Os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância legítima, obrigando os patrões a negociar com os proletários e a considerá-los em suas decisões. <br />
<br />
[[Ficheiro:Greve-porto-alegre-1917.jpg|thumb|250px|left|Fábrica guardada por milícia do governo durante a greve de 1917 em [[Porto Alegre]].]] {{quote|"''Na primeira reunião foi examinado o memorial das reivindicações dos trabalhadores, apresentado pelo Comitê de Defesa Proletária, que a comissão de jornalistas estava encarregada de levar ao governo do Estado. A segunda reunião teve o seu inicio retardado, em virtude da prisão de dois dos membros do comitê de Defesa Proletária ao saírem da redação, após a primeira reunião. Os entendimentos seriam rompidos se esses dois elementos não fossem imediatamente postos em liberdade. Essa resolução foi transmitida ao presidente do Estado. A exigência foi atendida, os elementos levados à redação, e a reunião pôde ser realizada com breve duração, pois o governo ainda não havia entregue a sua resolução. A resolução da concessão das reivindicações dos trabalhadores foi dada por intermédio da Comissão de Jornalistas, com a informação de que já estavam sendo libertados os operários presos durante o movimento.<br />
Foram realizados comícios dos trabalhadores em vários bairros para a decisão da retomada do trabalho, que se iniciou no dia imediato. São Paulo reiniciava suas atividades laboriosas. A cidade retomava o seu aspecto costumeiro, restando, entretanto, a triste lembrança das vitimas que haviam deixado lares enlutados''".|[[Edgard Leuenroth]]<ref name="Dealbar 1968"/>}}<br />
<br />
==Rio de Janeiro 1918==<br />
{{artigo principal|[[Insurreição anarquista de 1918]]}}<br />
O alto grau de organização do operariado brasileiro que originou a greve geral teve ainda outra conseqüência: A [[insurreição anarquista de 1918]] no [[Rio de Janeiro]] (à época a capital nacional) se dera por conta da articulação de diferentes sindicatos e organizações anarquistas, que inspirados também pela [[Revolução Russa]] se organizavam com a intenção de derrubar o governo central. A iniciativa acabou por conta de um militar que agia como [[agente provocador]] infiltrado espionava de um lugar privilegiado os planos dos conspiradores delatando-os aos aparatos repressivos estatais.<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
*[http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=541675 DANNEMANN, Fernando Kitzinger. ''1917 - Greves Operárias''. ]<br />
*[http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=55 ''Brasil República - São Paulo, 1917: A Primeira grande greve brasileira''. HistóriaNet]<br />
<br />
==Referências==<br />
{{Reflist}}<br />
=={{Bibliografia}}==<br />
*BANDEIRA, M., Melo, C e Andrade, A. T., - O ano vermelho, Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira,1967 <br />
*BEIGUELMAN, Paula – Os companheiros de São Paulo: Ontem e hoje, São Paulo: Ed. Cortez, 2002<br />
*BODEA, Miguel. A Greve de 1917: As origens do trabalhismo gaúcho.L&PM, POA, s/d;p. 21. <br />
*DIAS, Everardo. "História das Lutas Sociais no Brasil". São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1977 (1962). 330 p.<br />
*FELICI, Isabelle. "Les Italiens dans le mouvement anarchiste au Brésil, 1890-1920". Thèse de Doctorat (Nouveau doctorat) : Études italiennes, dir. Mario Fusco, co-dir. Jean-Charles Vegliante. Université de la Sorbonne nouvelle-PARIS 3 : 1994. [S.l.] : [s.n.]<br />
*KHOURY, Yara Aun – As greves em São Paulo, São Paulo, Ed. Cortez/Autores Associados, 1981 <br />
*MARÇAL, João Batista. Os anarquistas no Rio Grande do Sul: anotações biográficas, textos e fotos de velhos militantes da classe operária gaúcha. Porto Alegre, EU/ Porto Alegre, 1995.<br />
*[http://www.jstor.org/pss/2515765 WOLFE, Joel. ''Anarchist Ideology, Worker Practice: The 1917 General Strike and the Formation of Sao Paulo's Working Class''. The Hispanic American Historical Review, Vol. 71, No. 4 (Nov., 1991), pp. 809-846, Durham, NC: Duke University Press]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Movimento_Anarco_Libert%C3%83%C2%A1rio&diff=3045
Movimento Anarco Libertário
2009-07-06T14:39:39Z
<p>AltCtrlDel: /* {{Ligações externas}} */</p>
<hr />
<div>O M.A.L. (Movimento Anarco-Libertário) é uma organização [[Anarquismo|anarquista]], baseada em apoio mútuo e autogestão. Foi fundado em 2008 no centro de [[Belo Horizonte]], [[Minas Gerais]], a nível municipal, e em Junho de 2009. Posteriormente se expandiu também para o [[estado de São Paulo]] com a fundação de um coletivo do [[Movimento Anarco Libertário]] em [[São José dos Campos]] (M.A.L-SJC).<br />
<br />
O M.A.L. tem como objetivos a divulgação nacional e internacional do ideal anarquista, o aprimoramento e desenvolvimento do próprio grupo, organização de eventos (como feiras de cultura libertária), manifestações, [[mutirão|mutirões]] de conscientização popular, [[ação direta]], dentre outras formas de resistência ao sistema.<br />
<br />
== Organização ==<br />
A organização do M.A.L. adota um caráter [[Horizontalidade|horizontal]], [[Autogestão|autogestionário]] e [[mutualismo|mutualista]]. Caracterizada como associação geral, onde cada ativista tem funções (levando em conta a postura não hierárquica do grupo) relevantes a de qualquer outro ativista, não há funções mais nem menos importantes a serem prestadas dentro do movimento, e essas tarefas não são cobradas nem exigidas, a responsabilidade quanto ao grupo é determinada pelo comprometimento, consciência e autodisciplina de cada ativista.<br />
<br />
== Iniciativas do M.A.L. ==<br />
====Conquistadores do Pão====<br />
Membros do grupo, que escrevem/lêem textos para posteriormente salva-los, estuda-los, divulga-los.<br />
O nome é uma adaptação do título literário da obra de [[Piotr Kropotkin]], "[[A Conquista do Pão]]". Dá-se esse nome pela divulgação de idéias libertárias, o que é importante para que se viva em uma sociedade autônoma, isso pode ser encarado como a conquista do pão, e celebração da livre-informação.<br />
<br />
====Grupo de Estudos Libertários====<br />
Criado com a intenção de fortificar a sabedoria teórica para base com ações práticas, o GEL é um grupo do MAL de estudos anarquistas.<br />
Periodicamente seus membros, todos eles ativistas, se reúnem e debatem sobre temas pré-definidos. São também decididos e sugeridos em conjunto textos teóricos, para facilitar o entendimento dos assuntos discutidos. Após duas semanas de estudos, o grupo se reúne e dialoga sobre os textos estudados.<br />
<br />
====Jornal Informativo M.A.L.====<br />
O Jornal Informativo M.A.L. é um jornal gratuito e mensal que tem como objetivo propagar o ato anarquista, disponibilizando explicações acessíveis à todos os públicos sobre o ideal, ações autônomas de cunho libertário e informações internas do grupo e um pouco de entretenimento libertário.<br />
<br />
É possível encontrar a edição belo horizontina do jornal na [[Loja Grátis]], Mercado Novo, na Av. Olegário Maciel, terceiro andar, entrando pelo estacionamento e subindo as rampas, no [[Espaço Ystilingue]], sobreloja 35 do edifício Maletta, Av Augusto de Lima com Rua da Bahia, ou no [[Domingo Nove e Meia]], encontro libertário consolidado que ocorre todo primeiro domingo do mês às 9:30hrs, na parte inferior do [[Viaduto Santa Tereza]].<br />
<br />
==Veja também==<br />
*[[Associação Internacional dos Trabalhadores]]<br />
*[[Federação Anarquista Gaúcha]]<br />
*[[Centro de Mídia Independente]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://mal.110mb.com Página do Movimento Anarco Libertário de Belo Horizonte]<br />
* [http://mal.110mb.com/sjc Página do Movimento Anarco Libertário de São José dos Campos]<br />
<br />
[[Categoria:organizações anarquistas de Belo Horizonte]]<br />
[[Categoria:organizações anarquistas do Brasil]]</div>
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Movimento Anarco Libertário
2009-07-06T14:39:20Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: O M.A.L. (Movimento Anarco-Libertário) é uma organização anarquista, baseada em apoio mútuo e autogestão. Foi fundado em 2008 no centro de Belo Horizonte, [[Mi...</p>
<hr />
<div>O M.A.L. (Movimento Anarco-Libertário) é uma organização [[Anarquismo|anarquista]], baseada em apoio mútuo e autogestão. Foi fundado em 2008 no centro de [[Belo Horizonte]], [[Minas Gerais]], a nível municipal, e em Junho de 2009. Posteriormente se expandiu também para o [[estado de São Paulo]] com a fundação de um coletivo do [[Movimento Anarco Libertário]] em [[São José dos Campos]] (M.A.L-SJC).<br />
<br />
O M.A.L. tem como objetivos a divulgação nacional e internacional do ideal anarquista, o aprimoramento e desenvolvimento do próprio grupo, organização de eventos (como feiras de cultura libertária), manifestações, [[mutirão|mutirões]] de conscientização popular, [[ação direta]], dentre outras formas de resistência ao sistema.<br />
<br />
== Organização ==<br />
A organização do M.A.L. adota um caráter [[Horizontalidade|horizontal]], [[Autogestão|autogestionário]] e [[mutualismo|mutualista]]. Caracterizada como associação geral, onde cada ativista tem funções (levando em conta a postura não hierárquica do grupo) relevantes a de qualquer outro ativista, não há funções mais nem menos importantes a serem prestadas dentro do movimento, e essas tarefas não são cobradas nem exigidas, a responsabilidade quanto ao grupo é determinada pelo comprometimento, consciência e autodisciplina de cada ativista.<br />
<br />
== Iniciativas do M.A.L. ==<br />
====Conquistadores do Pão====<br />
Membros do grupo, que escrevem/lêem textos para posteriormente salva-los, estuda-los, divulga-los.<br />
O nome é uma adaptação do título literário da obra de [[Piotr Kropotkin]], "[[A Conquista do Pão]]". Dá-se esse nome pela divulgação de idéias libertárias, o que é importante para que se viva em uma sociedade autônoma, isso pode ser encarado como a conquista do pão, e celebração da livre-informação.<br />
<br />
====Grupo de Estudos Libertários====<br />
Criado com a intenção de fortificar a sabedoria teórica para base com ações práticas, o GEL é um grupo do MAL de estudos anarquistas.<br />
Periodicamente seus membros, todos eles ativistas, se reúnem e debatem sobre temas pré-definidos. São também decididos e sugeridos em conjunto textos teóricos, para facilitar o entendimento dos assuntos discutidos. Após duas semanas de estudos, o grupo se reúne e dialoga sobre os textos estudados.<br />
<br />
====Jornal Informativo M.A.L.====<br />
O Jornal Informativo M.A.L. é um jornal gratuito e mensal que tem como objetivo propagar o ato anarquista, disponibilizando explicações acessíveis à todos os públicos sobre o ideal, ações autônomas de cunho libertário e informações internas do grupo e um pouco de entretenimento libertário.<br />
<br />
É possível encontrar a edição belo horizontina do jornal na [[Loja Grátis]], Mercado Novo, na Av. Olegário Maciel, terceiro andar, entrando pelo estacionamento e subindo as rampas, no [[Espaço Ystilingue]], sobreloja 35 do edifício Maletta, Av Augusto de Lima com Rua da Bahia, ou no [[Domingo Nove e Meia]], encontro libertário consolidado que ocorre todo primeiro domingo do mês às 9:30hrs, na parte inferior do [[Viaduto Santa Tereza]].<br />
<br />
==Veja também==<br />
*[[Associação Internacional dos Trabalhadores]]<br />
*[[Federação Anarquista Gaúcha]]<br />
*[[Centro de Mídia Independente]]<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
* [http://mal.110mb.com Página do Movimento Anarco Libertário de Belo Horizonte]<br />
* [http://mal.110mb.com/sjc Página do Movimento Anarco Libertário de São José dos Campos]<br />
<br />
[[Categoria:organizações anarquistas de Belo Horizonte]]<br />
[[Categoria:organizações anarquistas do Brasil]]</div>
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Template:Eventos atuais
2009-06-24T11:34:13Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div><!-- ATENÇÃO! ANTES DE ADICIONAR NOTÍCIAS, LEIA AS REGRAS E RECOMENDAÇÕES NO FIM DA PÁGINA. CASO ESTAS NÃO SEJAM RESPEITADAS AS EDIÇÕES SERÃO REVERTIDAS <br />
<br />
De modo a evitar problemas de compatibilidade com o sistema de navegação Firefox, queira inserir no início de cada frase a predefinição {{*Pp}} em vez de *.<br />
<br />
--> <br />
* '''[[5 de Junho]]''': [[Polícia]] federal [[Peru|peruana]] sob ordem do governo central do presidente [[Alan García]] massacra 60 [[indígenas]] que protestavam contra as agruras a que seus povos estão submetidos sob o sistema [[capitalista]] [[neoliberalismo|neoliberal]].([http://diariogauche.blogspot.com/2009/06/organizacoes-indigenas-querem-levar.html saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[14 de Maio]]''': Aos 88 anos morre o historiador anarquista [[Edgar Rodrigues]].([http://anarkismo.net/article/13133 saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[24 de Abril]]''': Em [[Florianópolis]] ([[Brasil]]) acontece o primeiro colóquio do Anarquismo Social.([http://acratastudiorum.blogspot.com/2009/04/primeiro-coloquio-do-anarquismo-social.html saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[13 de Abril]]''': Em [[Barcelona]], aos 88 anos morre o historiador e escritor [[Abel Paz]].([http://economiasocialistads.blogspot.com/2009/04/abel-paz-adeus-um-militante-libertario.html saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[12 de Abril]]''': Parlamento [[francês]] rejeita lei de combate a [[pirataria]].([http://www.nau.deriva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=62:parlamento-frances-rejeita-lei-de-combate-a-pirataria-na-web&catid=1:noticias&Itemid=50 saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[12 de Abril]]''': [[Pirate Bay]] anuncia ferramenta de [[privacidade]] para [[download]]s.([http://www.nau.deriva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=61:the-pirate-bay-anuncia-ferramenta-de-privacidade-para-downloads&catid=1:noticias&Itemid=50 saiba mais]) <br />
<br />
* '''[[4 de Abril]]''': O aparato repressor [[francês]] ataca ativistas [[antibelicismo|anti-bélicos]] e libertários durante as manifestações contra a [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] em [[Strasbourg]], nordeste da [[França]], causando confrontos de grandes proporções.([http://www.ainfos.ca/en/ainfos22350.html saiba mais])<br />
<br />
* '''[[2 de Abril]]''': [[Abraham Ramírez Vásquez]] ativista engajado na luta dos povos indígenas aprisionado por razões políticas pelo [[México|exército mexicano]] entra em greve de fome.([http://elenemigocomun.net/2242 saiba mais])<br />
<br />
* '''[[1 de Abril]]''': Começa a 1<sup>a</sup> Feira do Livro e do Vídeo libertário em [[Caracas]] ([[Venezuela]]).([http://www.ainfos.ca/pt/ainfos04235.html saiba mais])<br />
<br />
<!--Deixando oito tópicos--><br />
<br />
<noinclude><br />
== Regras ==<br />
* A nota mais recente deve ser colocada em cima.<br />
* Ao adicionar uma nova nota, a mais antiga deve ser removida e colocada em [[Predefinição:Ea-notícias]].<br />
* A secção deverá ter 10 notícias curtas<br />
* Deverá conter notícias gerais de interesse internacional <br />
* A imagem actual deve permanece até que seja incluída nova notícia<br />
<br />
== Recomendações ==<br />
* Verbos devem estar conjugados no presente do indicativo. Por exemplo: use "Governo '''anuncia''' uma reforma...", e não "Governo '''''anunciou''''' uma reforma..."<br />
* As notas devem ser de '''interesse geral'''. Evite notícias que só interessam ao Brasil ou a Portugal.<br />
* Ao citar eventos desportivos envolvendo selecções nacionais, deve ser feita uma ligação para artigo sobre a selecção ou confederação relacionada ao desporto, e não para o artigo sobre o país. Por exemplo, ao citar a selecção brasileira de futebol, a ligação deve ser para o artigo [[Seleção Brasileira de Futebol]], e não para [[Brasil]]. Somente ligue ao artigo sobre o país caso não haja um artigo específico sobre a selecção ou confederação.<br />
* Evite iniciar a nota com um artigo. Por exemplo, use "Polícia internacional...", e não "'''''A''''' polícia internacional..."<br />
* É importante que as notícias sejam de caráter factual e que instiguem o [[interesse público]]. Evite por exemplo: "a cidade de 'Ferreirinha' comemora seu 6º aniversário".<br />
* Os temas deverão ser o '''mais variados''' possível.<br />
* Só deve haver ligações para páginas já existentes.<br />
</noinclude></div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=P%C3%83%C2%A1gina_principal&diff=3042
Página principal
2009-06-24T11:31:35Z
<p>AltCtrlDel: Desfeita a edição 3041 de AltCtrlDel (Discussão)</p>
<hr />
<div><!--------------------------------<br />
1. CABEÇALHO <br />
----------------------------------><br />
<!-- 1.1 - Links da Anarcopédia<br />
----------------------------------><br />
<p style="margin: 0 0 2px 0; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 100%; padding: 0; font-size: 85%; text-align: right;"><br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Boas-vindas|Boas-vindas]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Tutorial|Guia]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:FAQ|Perguntas freqüentes]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopédia:Portal_comunitário|Comunidade]]<br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Políticas da Anarcopédia lusófona|Políticas da Anarcopédia]]<br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Contato|Contatos]] <br />
</p><br />
<table style="background:#f0f0f0; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; border:2px solid #ccc; padding:7px 7px 0px 7px;" width="100%"><br />
<tr><td><br />
<br />
<!--------------------------------<br />
1.2 - Data e estatísticas<br />
----------------------------------><br />
<div style="margin: 0; padding: -27px 0 0 0; float: right; font-family:verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 100%; text-align: right; line-height: 135%;"><br />
<small>{{CURRENTTIME}} ([[Tempo Universal Coordenado|UTC]]); {{CURRENTDAYNAME}}, {{CURRENTDAY}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}</small><br>'''[[Especial:Statistics|{{NUMBEROFARTICLES}} artigos]] · [[Especial:Newpages|Páginas Recentes]]'''</div><br />
<br />
<!--------------------------------<br />
1.3 - Mensagem de boas-vindas<br />
----------------------------------><br />
<div style="margin: 0; padding: 0; font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 160%;">Bem-vindo(a) à '''[[Anarcopédia]]''',</div><br />
<div style="padding: 2px 0 0 20px; margin: 0; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 90%;">A enciclopédia libertária.</div><br />
</td></tr><br />
</table><br />
<br><br />
{|id="mp-upper" style="margin:0px 0px 0px 0px; background:none;"<br />
|class="MainPageBG" style="width:55%; border:1px solid #ccc; background:#f0f0f0; vertical-align:top; color:#black;"|<br />
{|id="mp-left" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Artigo destacado</h2><br />
|-<br />
|style="color:#black;"| <div id="mp-tfa">{{Artigo destacado}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Imagem em destaque</h2><br />
|-<br />
|style="color:#black;"| <div id="mp-tfa">{{Imagem destacada}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-dyk-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Sabia que...</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-dyk">{{Sabia que}}</div><br />
|}<br />
|style="border:1px solid transparent"|<!--<br />
<br />
--------------------------------Current events, 100 years ago-------------------------------><br />
| class="MainPageBG" style="width:45%; border:1px solid #ccc; background:#f0f0f0; vertical-align:top;"|<br />
{|id="mp-right" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-itn-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Eventos atuais</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-itn">{{Eventos atuais}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-otd-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Vertentes do Anarquismo</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-otd">{{Vertentes do Anarquismo}}</div><br />
|}<br />
|}<!--<br />
<br />
-----------------------------Sections at bottom of page------------------------------><br />
<div id="mp-other"><br />
<br><br />
<br />
__NOTOC__<br />
__NOEDITSECTION__<br />
<br />
[[ar:الصفحة الرئيسية]]<br />
[[bs:Glavna strana]]<br />
[[da:Forside]]<br />
[[de:Hauptseite]]<br />
[[el:Αρχική σελίδα]]<br />
[[eo:Ĉefpaĝo]]<br />
[[en:Main Page]]<br />
[[es:Portada]]<br />
[[fa:صفحهٔ اصلی]]<br />
[[fi:Etusivu]]<br />
[[fr:Accueil]]<br />
[[he:עמוד ראשי]]<br />
[[hr:Glavna strana]]<br />
[[hy:Գլխավոր Էջ]]<br />
[[id:Halaman Utama]]<br />
[[it:Prima Pagina]]<br />
[[ja:メインページ]]<br />
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[[sr:Glavna strana]]<br />
[[sv:Huvudsida]]<br />
[[tr:Ana sayfa]]<br />
[[zh:首页]]</div>
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2009-06-24T11:30:19Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div><!--------------------------------<br />
1. CABEÇALHO <br />
----------------------------------><br />
<!-- 1.1 - Links da Anarcopédia<br />
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1.2 - Data e estatísticas<br />
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<div style="margin: 0; padding: -27px 0 0 0; float: right; font-family:verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 100%; text-align: right; line-height: 135%;"><br />
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1.3 - Mensagem de boas-vindas<br />
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{|id="mp-left" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Artigo destacado</h2><br />
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! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Imagem em destaque</h2><br />
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! <h2 id="mp-dyk-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Sabia que...</h2><br />
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{|id="mp-right" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-itn-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Eventos atuais</h2><br />
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|style="color:black;"| <div id="mp-itn">{{http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Anarquia/Acontece_no_mundo}}</div><br />
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! <h2 id="mp-otd-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Vertentes do Anarquismo</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-otd">{{Vertentes do Anarquismo}}</div><br />
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Eugène Camille Dieudonné
2009-06-24T11:27:28Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info biografia |nome = Eugène Camille Dieudonné</br>"Aubertin" |imagem = Eugene.Dieudonne2.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda ...</p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
|nome = Eugène Camille Dieudonné</br>"Aubertin"<br />
|imagem = Eugene.Dieudonne2.jpg<br />
|imagem_tamanho = 200px<br />
|legenda = |<br />
|data_nascimento = [[1 de Maio]] de [[1884]]<br />
|local_nascimento = [[Meurthe-et-Moselle]], [[Nancy]] ([[França]])<br />
|data_morte = [[21 de Outubro]] de [[1944]] (aos 60 anos)<br />
|local_morte = [[Seine-et-Oise]], [[Paris]] ([[França]])<br />
}}<br />
<br />
'''Eugène Camille Dieudonné''' ([[1884]] - [[1944]]) também conhecido como '''Aubertin''' foi um [[anarquista]] [[francês]] acusado judicialmente de participar das ações da organização [[ilegalismo|ilegalista]] [[Bando Bonnot]], após ser apontado pelo motorista do carro de transporte de valores do banco ''Société Générale'' como seu agressor.<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Informações sobre Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref> <br />
<br />
Por esse motivo foi condenado junto com outros a morte na [[guilhotina]], mas Graças aos esforços prévios dos membros [[Jules Bonnot]], [[Octave Garnier]] e [[Raymond Callemin]] em demonstrar sua inocência, um recurso apresentado por seu advogado ao Presidente [[Raymond Poincaré]] foi aceito e sua pena foi modificada para trabalhos forçados perpétuos.<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref> <br />
<br />
Em [[1913]] foi enviado para a prisão da ilha Saint Joseph na [[Guiana Francesa]].<ref>http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,731584,00.html</ref> Treze anos depois, em [[1926]], depois de duas tentativas de fuga frustradas conseguiu finalmente escapar em uma balsa feita de troncos de palmeiras para o [[Brasil]].<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref><br />
<br />
Em solo brasileiro imediatamente tomou parte em campanhas pela libertação de outros libertários presos, militância que o levou a uma segunda prisão. Mas diante da notoriedade que recebera passou a contar com apoiadores que o auxiliaram em sua libertação e seu retorno a França em [[1927]]. Em [[1930]] publicou um livro de memórias sobre o tempo em que passou encarcerado chamado ''A Via dos Condenados''. Em [[1944]] aos sessenta anos faleceu na cidade de [[Paris]].<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref><br />
<br />
<br />
==Biografia==<br />
===Infância e Juventude===<br />
Nascido em [[Meurthe-et-Moselle]], no distrito francês de [[Nancy]] em [[1 de Maio]] de [[1884]] Eugène Camille Dieudonné foi o primeiro filho de uma família pobre. Com a morte de seu pai ainda em sua infância, sua mãe viúva e tendo que cuidar de quatro filhos, enviou o mais velho deles, Eugène para um orfanato onde ele passa o resto de sua infância e boa parte de sua adolescência. Aos dezessete anos aprendeu a profissão de [[carpintaria|carpinteiro]] e passou a trabalhar com os irmãos [Charles Bill|Charles] e [Émile Bill], à época carpinteiros anarquistas que lhes introduziram as bases dessa filosofia política. Aos dezoito anos foi obrigado a se alistar servindo o exército por um ano.<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><br />
<br />
===Anarquistas de Romainsville===<br />
Ao fim do serviço militar obrigatório Eugène casou-se com a anarquista [[estadunidense]] Louise Kayser que assumiu seu sobrenome passando a ser conhecida como Louise Dieudonné. Em [[1909]] o casal se mudou para a cidade de [[Paris]] onde junto freqüentaram os círculos anarquistas e anticlericais de Romainville.<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref> Naquele contexto aproximaram-se dos colaboradores do jornal ''[[L'anarchie]]'' tendo contato com uma série de novas práticas e idéias que impactariam significativamente em suas vidas. Passaram a se relacionar amorosamente com outras pessoas e <br />
Louise chegou a viver um breve relacionamento com [[André Lorulot]], outro notável libertário<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref>.<br />
<br />
===Contato com o Bando Bonnot===<br />
[[Imagem:Band a bonnot desenho.jpg|thumb|right|Charge do Bando Bonnot publicada no jornal [[Le Figaro]].]]{{artigo principal|[[Bando Bonnot]]}}<br />
<br />
A esta época Eugène Dieudonné passou a se relacionar mais freqüentemente com alguns dos membros do [[Bando Bonnot]] que já havia conhecido em Neuves-Houses, nas proximidades de Nancy. Seguindo em seu ofício de carpinteiro Dieudonné frequentemente fazia o caminho entre Paris e Nancy atendendo encomendas nos dois distritos. Em Fevereiro de [[1912]] com um nome falso, Dieudonné alugou um apartamento na rua Nollet onde passou a viver com Louise.<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><br />
<br />
===Prisão===<br />
[[imagem:Eugene.Dieudonne.jpg|thumb|left|Fotografia de Eugène Dieudonné do arquivo da polícia.]]Em 29 de Fevereiro policiais parisienses invadiriam seu apartamento prendendo-o junto a [[Jean De Boë]] um dos membros menos atuantes do Bando Bonnot. Levado para reconhecimento das vítimas envolvidas nas ações criminosas do bando, Dieudonné seria apontado pelo cobrador Caby do banco Société Générale como o homem que teria lhe agredido durante o assalto da o assalto da rua Ordener em [[21 de Dezembro]] de [[1911]]. Caindo em contradição o mesmo cobrador também reconheceria [[Octave Garnier]] como seu agressor, o fato no entanto, não seria considerado pela polícia. Dieudonné afirmava sua inocência dizendo que poderia provar que não estava na rua Ordener mas em [[Nancy]] no dia do assalto. No entanto suas provas seriam desconsideradas enquanto um álibi em potencial.<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref><br />
<br />
===Julgamento===<br />
Em 3 de Fevereiro de 1913 Eugène Dieudonné apareceu com os membros sobreviventes do Bando Bonnot para julgamento no Tribunal de Assisses, em [[Sena]]. Como evidências a seu favor estavam as cartas póstumas de [[Jules Bonnot]] e [[Octave Garnier]] afirmando sua inocência e sua não participação em nenhuma das ações. O funcionário da empresa no entanto, manteria seu depoimento alegando ser ele o agressor da rua Ordener<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref>.<br />
[[Imagem:Julgamento.bando.bonnot.jpg|thumb|250px|right|Eugènne Dieudonné entre os membros sobreviventes do Bando Bonnot, em seu julgamento em Fevereiro de 1913]]{{quote|''Juro que foi ele [...] juro pela vida da minha filhinha, este homem é o meu agressor''|Testemunho do sr. Caby, Gazeta dos Tribunais, 9 de Fevereiro}}<br />
No mesmo julgamento seus empregadores testemunhariam em seu favor afirmando que ele não possuia indicativos de uma personalidade violenta;{{quote|''Nunca se mostrou de natureza violenta... sempre pareceu bastante tranquilo.... nunca foi um homem de armas''|Testemunho do sr. Guerin, Gazeta dos Tribunais, 9 de Fevereiro}}No tribunal quando lhe permitiram falar Dieudonné afirmou veemente sua inocência. De nada adiantaria vinte e cinco dias depois, ele seria condenado a morte pela [[guilhotina]] juntamente com [[Raymond Callemin]], [[Antoine Monier]] e [[André Soudy]]. Após a condenação Callemin que antes afirmava sua inocência, passou a se declarar culpado afirmando que Dieudonné não fora o agressor de Caby, nem participara do assalta ao carro pagador. O autor da agressão fora Garnier morto em Maio de 1912 durante o cerco ao chalé em Nogent-sur-Marne. A mudança de seu depoimento viria tarde demais, ainda assim o advogado de Dieudonné conseguiria modificar a sentença de execução para trabalhos forçados perpétuos.<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref><br />
<br />
===Pena na Ilha Saint-Joseph===<br />
[[imagem:Joseph island cellblock corridor.jpg|thumb|right|Ruínas de um dos blocos de cela da prisão francesa em que esteve Dièudone na Ilha Saint-Joseph.]]No mesmo ano de seu julgamento ([[1913]]) Dieudonné foi enviado para cumprir sua pena na terrível prisão da Ilha Saint-Joseph (que junto com a Ilha do Diabo e a Ilha Real formam o arquipélago de Salu) próxima à costa da [[Guiana Francesa]]. Preso injustamente em uma das piores prisões da época não perderia tempo e se pôs a planejar sua fuga. Em 1919 após a primeira tentativa de fuga ter sido frustrada por seus carcereiros, Dieudonné tenta fugir pela segunda vez juntamente com cinco outros presos numa balsa feita com troncos de palmeiras. Após dois dias em alto mar a balsa encalhou e os cinco foram capturados e trancafiados por dois anos em suas celas.<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><br />
<br />
===Campanhas internacionais===<br />
<br />
Alguns anos depois nos [[Estados Unidos]] e na [[Europa]] a história de Eugene Dieudonné, o anarquista inocente preso na ilha Saint Joseph se espalhou extrapolando os meios libertários, com campanhas de solidariedade por sua libertação sendo organizadas em diversos países. Entre estas a campanha organizada pelo famoso jornalista [[Albert Londres]] e [[Louis Roubaud]] ganhou um vulto considerável conseguindo pressionar as autoridades francesa sobre o caso de Dieudonné. Londres e Roubaud chegam mesmo a conseguir uma permissão para visitar Dieudonné na prisão, constatando que ele continuava vivo, em total isolamento. Após retornar da ilha Albert Londres prosseguiu com sua campanha por um indulto de libertação para Dieudonné. Este no entanto, é constantemente negado pelo estado francês.<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref><br />
<br />
===Fuga===<br />
Em [[6 de Dezembro]] de [[1926]], depois de quatorze anos na prisão, Dieudonné que nunca havia deixado de declarar sua inocência consegue escapar da ilha-prisão em uma balsa feita de troncos de palmeiras. Após doze dias de luta contra as ondas em uma embarcação que mais de uma vez esteve prestes a se desmanchar, ele finalmente chegou a foz do [[rio Orinoco]] e caminhou pela costa atravessando a pé a fronteira da Guiana para o [[Brasil]]. Detido e ameaçado de extradição em solo brasileiro Dieudonné consegue entrar em contato com [[Albert Londres]] que parte em seu auxílio iniciando negociações com as autoridades brasileiras.<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><br />
<br />
===Segunda prisão===<br />
Alguns meses depois, após a publicação de um artigo na imprensa brasileira, Dieudonné foi convidado para discursar em um encontro em prol da liberação de [[Processo de Sacco e Vanzetti|Sacco & Vanzetti]] e [[Renê Belbenoit]], outros libertários presos e condenados eles próprios a execução, nos [[Estados Unidos]] e na [[França]]. Nesta ocasião Dieudonné foi novamente preso pelas autoridades brasileiras e encaminhado para uma prisão em Belém do Pará.<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref><br />
<br />
Novas campanhas de solidariedade foram então organizadas no Brasil e na França. Em Paris foi criado o Comitê Dieudonné do qual faziam parte sua companheira Louise e o advogado Moro Gaffieri. Um manifesto aberto intitulado "''Em favor do inocente Dieudonné''" foi lançado logo após a prisão dirigido à opinião pública foi lançado pelo comitê que passou a contar com o apoio de diversas personalidades e organizações.<ref>[http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Verbete sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas]</ref><br />
<br />
===Retorno à França e morte===<br />
No início de Agosto de [[1927]] Dieudonné é libertado e extraditado para a [[França]] onde graças as inúmeras campanhas por todo o mundo, fruto dos esforços somados de centenas de pessoas tem sua pena revogada.<ref>Appel à l’opinion publique", Comité Dieudonné & Comité de Défense Sociale, 1927.</ref> ainda naquele ano Albert Londres termina e publica seu livro jornalístico sobre a vida de Eugène cujo nome é ''L'homme qui s'évada'' (O homem que fugiu). Desde então a obra receberia diversas outras edições.<ref>Londres Albert, Au bagne, Albin Michel, Paris, 1923, L’homme qui s’évada, Albin Michel, Paris 1927, réédités en un seul volume, collection 10/18, Loos, 1975, de multiples rééditions</ref><br />
<br />
Após a revogação de sua pena Dieudonné volta a trabalhar como carpinteiro em Fauborg, Saint-Antoine.<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref> Em [[13 de Fevereiro]] de [[1928]] Eugène casa novamente com sua esposa Louise que havia se divorciado dele a seu pedido, 16 anos antes, quando ele fora sentenciado pela primeira vez em [[Paris]].<ref>http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,731584,00.html</ref><br />
<br />
Em Setembro daquele mesmo ano Dieudonné participa do Décimo Quarto Jantar do Jornal Libertário ''[[Plus loin (periódico)|Plus loin]]'' e toma parte na campanha pela libertação de [[Louis-Paul Vial]], seu companheiro de prisão desde [[1919]] condenado injustamente à dez anos de trabalhos forçados, que havia tomado parte em uma de suas tentativas de escapar da ilha.<ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref><br />
<br />
Atendendo aos pedidos de amigos no ano de [[1933]] começa a escrever um livro autobiográfico que receberia o título de ''A Via dos Condenados'' (''La Vie des Forçats'''). Nele contaria as agruras que vivenciara nos tempos de prisão. A obra que teve seu prefácio escrito por Albert Londres receberia apenas duas outras reedições, uma em [[1935]] e outra em [[2007]]<ref>[http://openlibrary.org/b/OL22201148M/vie-des-for%C3%A7ats La vie des forçats na Open Library]</ref>.<br />
<br />
Aos sessenta anos, em [[21 de Agosto]] de [[1944]], após uma forte gripe, Eugène Dieudonné morre no hospital de Eaubonne, em [[Seine-et-Oise]], distrito francês de [[Paris]].<ref>[http://www.ephemanar.net/mai01.html Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste]</ref><ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref><br />
<br />
==Obra bibliográfica==<br />
* A Via dos condenados, Paris, 1930, 256 p., Bibl. Nat. 8° Z 22008 (II, 22). 8 ° Z 22008 (II, 22). Reeditada em Novembro de 2007 pelas Edições Libertalia.<br />
<br />
==Curiosidades==<br />
* Em [[1933]] o cineasta [[Jean Vigo]] iniciou um projeto para rodar um longa-metragem sobre a vida de Eugene Dieudonné. o filme que se chamaria ''Fugiu da Prisão'' (''Evadé du bagne'') no entanto jamais foi concluído.<ref>Vigo, Jean. ''Oeuvres de cinéma'', Ed. Lherminier, 1985.</ref><ref>[http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides]</ref><br />
* O livro ''O Homem Que Fugiu'' (''L'homme qui s'évada'') publicado em [[1927]] de Robert Londres .<ref>Londres Albert, Au bagne, Albin Michel, Paris, 1923, L’homme qui s’évada, Albin Michel, Paris 1927, réédités en un seul volume, collection 10/18, Loos, 1975, de multiples rééditions</ref> recebeu uma versão em desenhos em quadrinhos em [[2006]] que já se encontra traduzida para os idiomas francês e espanhol.<ref> http://www.bedetheque.com/serie-13786-BD-Homme-qui-s-evada-(L-).html</ref><br />
<br />
==Referências==<br />
<br />
{{reflist|3}}<br />
<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Appel à l’opinion publique", Comité Dieudonné & Comité de Défense Sociale, 1927.<br />
* Delacourt, Frédéric. ''L'Affaire bande à Bonnot'', De Vecchi. Colec. « Grands procès de l'histoire », 2000, ISBN 2-213-02279-8<br />
* Jornal ''Gazette des Tribunaux'', edições de 3, 4, 28 de fevereiro de 1913.<br />
* Jornal ''Le Libertaire'', edição de 27 dezembro de 1930.<br />
* Londres, Albert. ''Au bagne'', Edições Albin Michel, Paris, 1923.<br />
* Londres, Albert. ''L’homme qui s’évada'', Edições Albin Michel, Paris, 1927.<br />
* Maitron, Jean. ''Dictionnaire biographique du mouvement ouvrier''. s/d.<br />
* Maitron, Jean. ''Histoire du Mouvement anarchiste''. s/d.<br />
* P. Schmitz. ''L’extraordinaire aventure du forçat qui inspira Papillon'' (Maisonneuve & Larose, 2002)<br />
* Parry, Richard. ''The Bonnot Gang''. Rebel Press. 1987. ISBN 0-946061-04-1.<br />
* Periódico ''Le Journal'', edição de 11 de fevereiro 1913.<br />
* Periódico ''L’En Dehors'', n° 112, edição de 1 de julho de 1927.<br />
* Thomas, Bernard. ''La Belle époque de la bande à Bonnot'', Fayard, 1989, ISBN 2-213-02279-8<br />
* [[Jean Vigo|Vigo, Jean]]. ''Oeuvres de cinéma'', Ed. Lherminier, 1985.<br />
<br />
== Ligações externas ==<br />
* [http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/55963 Informações sobre a vida de Eugène Dieudonné no Anarcoefemèrides] {{ca}}.<br />
* [http://ytak.club.fr/mai01.html Artigo sobre a vida de Eugène Dieudonné no Ephéméride Anarchiste] {{fr}}.<br />
* [http://www.federation-anarchiste.org/editions/spip.php?article71 Sítio de livro sobre a vida de Eugène Dieudonné, por Philippe Blandin] {{fr}}.<br />
* [http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1275 Artigo sobre Eugène Dieudonné no Dicionário Internacional dos Militantes Anarquistas] {{fr}}.<br />
<br />
=={{Ver também}}==<br />
* [[Edouard Carouy]]<br />
* [[Internacional Negra]]<br />
* [[Anarcossindicalismo]]<br />
* [[Michele Angiolillo]]<br />
* [[Oreste Ristori]]<br />
<br />
{{biografias}}<br />
<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da França]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Internacional Negra]]<br />
[[Categoria:Membros do Bando Bonnot]]<br />
<br />
[[es:Eugène Dieudonné]]<br />
[[fr:Eugène Dieudonné]]</div>
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Black Tracker
2009-04-27T21:07:45Z
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<hr />
<div>'''Black Tracker''' é um banco de aquivos [[torrent]]s e endereços [[ed2k]] [[grego]], especializado em documentários e gravações de som sobre assuntos relacionadas à [[justiça social]], [[Anarquismo|políticas libertárias]] progressistas, [[mídia independente]], [[ecologia social]] e ao [[antiimperialismo]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://www.black-tracker.gr/login.php Black Tracker.gr] - Site oficial<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[OneBigTorrent.org]]<br />
* [[Suprnova]]<br />
* [[Bittorrent]]<br />
* [[µTorrent]]<br />
* [[Azureus]]<br />
<br />
[[Categoria:Bancos de torrent]]<br />
[[Categoria:Websites anarquistas]]<br />
[[Categoria:Sociedade do compartilhamento]]</div>
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Black Tracker
2009-04-27T21:07:20Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Black Tracker''' é um banco de aquivos torrents e endereços ed2k grego, especializado em documentários e gravações de som sobre assuntos relacionadas à [[justiça ...</p>
<hr />
<div>'''Black Tracker''' é um banco de aquivos [[torrent]]s e endereços [[ed2k]] [[grego]], especializado em documentários e gravações de som sobre assuntos relacionadas à [[justiça social]], [[Anarquismo|políticas libertárias]] progressistas, [[mídia independente]], [[ecologia social]] e ao [[antiimperialismo]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://www.black-tracker.gr/login.php Black Tracker.gr] - Site oficial<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[OneBigTorrent.Org]]<br />
* [[Suprnova]]<br />
* [[Bittorrent]]<br />
* [[µTorrent]]<br />
* [[Azureus]]<br />
<br />
[[Categoria:Bancos de torrent]]<br />
[[Categoria:Websites anarquistas]]<br />
[[Categoria:Sociedade do compartilhamento]]</div>
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OneBigTorrent.org
2009-04-27T21:06:23Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''OneBigTorrent.org''' é um banco de aquivos torrents e endereços ed2k, especializado em documentários e gravações de som sobre assuntos relacionadas à [[justiça social...</p>
<hr />
<div>'''OneBigTorrent.org''' é um banco de aquivos [[torrent]]s e endereços [[ed2k]], especializado em documentários e gravações de som sobre assuntos relacionadas à [[justiça social]], à [[Anarquismo|políticas libertárias]] progressistas, [[mídia independente]], [[ecologia social]] e ao [[antiimperialismo]]. Entre outros conteúdos disponíveis no banco estão os documentários de [[Noam Chomsky]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://www.onebigtorrent.org OneBigTorrent.org] - site oficial<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Pirate Bay]]<br />
* [[Suprnova]]<br />
* [[Black Tracker]]<br />
* [[µTorrent]]<br />
* [[Azureus]][[Categoria:Bancos de torrent]]<br />
[[Categoria:Websites anarquistas]]<br />
[[Categoria:Sociedade do compartilhamento]]</div>
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Página principal
2009-02-16T14:38:52Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div><!--------------------------------<br />
1. CABEÇALHO <br />
----------------------------------><br />
<!-- 1.1 - Links da Anarcopédia<br />
----------------------------------><br />
<p style="margin: 0 0 2px 0; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 100%; padding: 0; font-size: 85%; text-align: right;"><br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Boas-vindas|Boas-vindas]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Tutorial|Guia]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:FAQ|Perguntas freqüentes]] <br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopédia:Portal_comunitário|Comunidade]]<br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Políticas da Anarcopédia lusófona|Políticas da Anarcopédia]]<br />
[[Imagem:Bullet red.png|7px]][[Anarcopedia:Contato|Contatos]] <br />
</p><br />
<table style="background:#f0f0f0; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; border:2px solid #ccc; padding:7px 7px 0px 7px;" width="100%"><br />
<tr><td><br />
<br />
<!--------------------------------<br />
1.2 - Data e estatísticas<br />
----------------------------------><br />
<div style="margin: 0; padding: -27px 0 0 0; float: right; font-family:verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 100%; text-align: right; line-height: 135%;"><br />
<small>{{CURRENTTIME}} ([[Tempo Universal Coordenado|UTC]]); {{CURRENTDAYNAME}}, {{CURRENTDAY}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}</small><br>'''[[Especial:Statistics|{{NUMBEROFARTICLES}} artigos]] · [[Especial:Newpages|Páginas Recentes]]'''</div><br />
<br />
<!--------------------------------<br />
1.3 - Mensagem de boas-vindas<br />
----------------------------------><br />
<div style="margin: 0; padding: 0; font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 160%;">Bem-vindo(a) à '''[[Anarcopédia]]''',</div><br />
<div style="padding: 2px 0 0 20px; margin: 0; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 90%;">A enciclopédia libertária.</div><br />
</td></tr><br />
</table><br />
<br><br />
{|id="mp-upper" style="margin:0px 0px 0px 0px; background:none;"<br />
|class="MainPageBG" style="width:55%; border:1px solid #ccc; background:#f0f0f0; vertical-align:top; color:#black;"|<br />
{|id="mp-left" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Artigo destacado</h2><br />
|-<br />
|style="color:#black;"| <div id="mp-tfa">{{Artigo destacado}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-tfa-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Imagem em destaque</h2><br />
|-<br />
|style="color:#black;"| <div id="mp-tfa">{{Imagem destacada}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-dyk-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Sabia que...</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-dyk">{{Sabia que}}</div><br />
|}<br />
|style="border:1px solid transparent"|<!--<br />
<br />
--------------------------------Current events, 100 years ago-------------------------------><br />
| class="MainPageBG" style="width:45%; border:1px solid #ccc; background:#f0f0f0; vertical-align:top;"|<br />
{|id="mp-right" width="100%" cellpadding="2" cellspacing="5" style="vertical-align:top; background:white;"<br />
! <h2 id="mp-itn-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Eventos atuais</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-itn">{{Eventos atuais}}</div><br />
|-<br />
! <h2 id="mp-otd-h2" style="margin:0; background:#696969; font-size:120%; font-weight:bold; border:1px solid #a3b0bf; text-align:left; color:white; padding:0.2em 0.4em;">Vertentes do Anarquismo</h2><br />
|-<br />
|style="color:black;"| <div id="mp-otd">{{Vertentes do Anarquismo}}</div><br />
|}<br />
|}<!--<br />
<br />
-----------------------------Sections at bottom of page------------------------------><br />
<div id="mp-other"><br />
<br><br />
<br />
__NOTOC__<br />
__NOEDITSECTION__<br />
<br />
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Internacional Negra
2009-02-16T14:34:33Z
<p>AltCtrlDel: /* {{Ligações externas}} */</p>
<hr />
<div>A '''Internacional Negra''' (no [[França|francês]] ''Internacionale Noire'') também conhecida como '''Conspiração Anarquista Internacional''' foi um [[factóide]] produzido pelos jornais da segunda metade do [[século XIX]] e ratificado pelas autoridades em suas investigações. Segundo os jornais e as autoridades da época um suposto complô internacional [[anarquia|anarquista]] teria como meta assassinar os principais [[governante]]s e [[burguesia|burgueses]] do mundo e dessa forma efetivar a [[Revolução]] internacional. O alarde gerado pela suposta existência da Internacional Negra foi amplamente utilizado como desculpa por diversos estados nacionais para oprimir, criminalizar, encarcerar e assassinar diversos anarquistas daquele período. <br />
<br />
== Embasamento ==<br />
Essas suposições se baseavam em grande parte na ação espetacularizada de pequenos grupos de anarquistas adeptos do [[anarcoilegalismo|ilegalismo]] que recorriam desesperadamente a táticas [[terrorismo|terroristas]], [[assassinato]]s e, principalmente [[regicídio]]s a fim de vingar companheiros executados pelo estado e fazer frente (entendido também como caráter de vingança) às terríveis condições em que se encontravam os trabalhadores em um contexto de [[super-exploração laboral]] e [[violência patronal]] com o aval e a colaboração dos estados nacionais. <br />
<br />
== Utilização repressiva ==<br />
A partir da visibilidade dada pela mídia as ações dos ilegalistas o aparato repressivo estatal encontrava os subterfúgios necessários para reprimir duramente as mobilizações dos grupos [[anarcossindicalismo|anarcossindicalistas]] que a época eram significativamente maiores.<br />
<br />
Diversos intelectuais anarquistas como [[Emma Goldman]], [[Errico Malatesta]], [[Francisco Ferrer]] e [[Victor Serge]] tornaram-se alvo de investigações que buscavam vinculá-los as ações violentas e à conspiração. A cada nova ação em alguma parte do mundo, eram chamados para depor, ou até mesmo detidos para investigações.<br />
<br />
== Supostos participantes ==<br />
[[Imagem:Gaudi sagrada terrorist.jpg|thumb|right|Escultura de autoria de [[Antoni Gaudi]] na fachada da [[Catedral da Sagrada Família]] em [[Barcelona]], em que um [[operário]] aparece recebendo uma [[bomba de Orsini]] das mãos de um [[demônio]].]]<br />
=== Bombardeadores ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Charles Gallo]]<br />
*[[Ravachol]]<br />
*[[Auguste Vaillant]]<br />
*[[Jean Renaud]]<br />
*[[Alexander Farras]]<br />
*[[Luigi Galleani]]<br />
*[[Émile Henry]]<br />
*[[Serguei Netchaiev]]<br />
*[[Santiago Salvador Franch]]<br />
*[[Théodule Meunier]]<br />
*[[Amédeé Pauwels]]<br />
*[[Martial Bourdin]]<br />
</div><br />
<br />
=== Regicidas ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Alexander Berkman]]<br />
*[[Alexander Farras]]<br />
*[[Alexandros Schinas]]<br />
*[[Antonio Ramón]]<br />
*[[August Reinsdorf]]<br />
*[[Felice Orsini]]<br />
*[[François Salson]]<br />
*[[Gaetano Bresci]]<br />
*[[Gennaro Rubino]]<br />
*[[Giovanni Passannante]]<br />
*[[Gugliermo Oberdan]]<br />
*[[Jean-Baptiste Sipido]]<br />
*[[Juan Oliva Moncasi]]<br />
*[[Leon Czolgosz]]<br />
*[[Léon Jules Léauthier]]<br />
*[[Luigi Lucheni]]<br />
*[[Marius Baudy]]<br />
*[[Manuel Pardiñas]]<br />
*[[Mateo Morral]]<br />
*[[Max Hödel]]<br />
*[[Michele Angiolillo]]<br />
*[[Paolo Lega]]<br />
*[[Paulino Pallás]]<br />
*[[Pietro Acciarito]]<br />
*[[Sante Geronimo Caserio]]<br />
</div><br />
<br />
===Expropriadores===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Clément Duval]]<br />
*[[Marius Jacob]]<br />
*[[Alexander Grauberger]]<br />
*[[Yurian Kirienko]]<br />
*[[Stefan Sedoresky]]<br />
*[[Pablo Pavlowsky]]<br />
*[[André Soudy]]<br />
*[[Antoine Monier]]<br />
*[[Edouard Carouy]]<br />
*[[Jean De Boé]]<br />
*[[Jules Bonnot]]<br />
*[[Jules Dubois]]<br />
*[[Octave Garnier]]<br />
*[[Paul Metge]]<br />
*[[René Valet]]<br />
*[[Raymond Callemin]]<br />
*[[Raymond Gauzy]]<br />
</div><br />
<br />
=== Indiretamente relacionados ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Emma Goldman]]<br />
*[[Élisée Reclus]]<br />
*[[Francisco Ferrer]]<br />
*[[Charles Achille Simon]]<br />
*[[Peter Kropotkin]]<br />
*[[Louise Michel]]<br />
*[[Amilcare Cipriani]]<br />
*[[Eugène Dieudonné]]<br />
*[[Rirette Maitrejean]]<br />
*[[Errico Malatesta]]<br />
*[[Francesco Saverio Merlino]]<br />
*[[Jean Grave]]<br />
*[[Ettore Molinari]]<br />
*[[Luigi Galleani]]<br />
*[[Pietro Gori]]<br />
*[[Luigi Molinari]]<br />
*[[Victor Serge]]<br />
*[[Mariano Cerezuela]]<br />
*[[José Codina]]<br />
*[[Romeo Frezzi]]<br />
*[[Henry Decamp]]<br />
*[[Charles Dardare]]<br />
*[[Louis Léveillé]]<br />
*[[Sébastien Faure]]<br />
*[[Rudolf Rocker]]<br />
*[[Milly Witkop]]<br />
*[[Jus-Beala]]<br />
*[[Mariette Soubert]]<br />
*[[La Rulhière]]<br />
*[[Charles Achille Simon]]<br />
<br />
</div><br />
<br />
== Cronograma de eventos ==<br />
=== [[1878]] ===<br />
[[Imagem:Cron 10352086 30480.jpg|thumb|300px|Mural em [[Savóia di Lucania]], [[Itália]], mostrando a cena de [[Giovanni Passannante]] tentando apunhalar [[Umberto I]]]]<br />
* [[11 de Maio]] - [[Max Hödel]] tenta assassinar a tiros [[Wilhelm I]], kaiser da [[Germânia]], seu atentado não logra êxito.<br />
* [[25 de Outubro]] - Na [[Espanha]] [[Juan Oliva Moncasi]] atira contra o rei [[Afonso XII]], mas é desarmado e detido pela multidão. Afonso XII sobrevive.<br />
* [[17 de Novembro]] - [[Giovanni Passannante]] apunhala o rei [[Umberto I]] da [[Itália]], fracassando em executá-lo.<br />
* [[7 de Dezembro]] - [[Juan Oliva Moncasi]] é executado pelo [[garrote vil]].<br />
<br />
=== [[1879]] ===<br />
* [[4 de Janeiro]] - A primeira edição do jornal ''Die Freiheit'' em alemão do editor [[Johann Most]] é publicada em [[Londres]].<br />
* [[22 de Fevereiro]] - O Periódico [[Révolte (periódico)|Révolte]] é fundado em [[Genebra]], na [[Suíça]] por [[Peter Kropotkin]], [[Élisée Reclus]], e outros, com uma tiragem inicial de 2.000 cópias.<br />
* [[6 de Março]] - Tem início o Julgamento de [[Giovanni Passannante]] por tentativa de assassinato do Rei [[Umberto I]] da [[Itália]].<br />
<br />
=== [[1882]] ===<br />
* [[19 de Janeiro]] - O primeiro [[Anarquismo em Cuba|congresso anarquista regional cubano]] é organizado em [[Havana]].<br />
<br />
=== [[1883]] ===<br />
* [[28 de Janeiro]] - [[Peter Kropotkin]] é condenado a cinco anos de prisão.<br />
* [[9 de Março]] - [[Louise Michel]] toma a frente em uma demonstração de desempregados, e recebe seis anos de confinamento na solitária, esta é a primeira vez conhecida que é deflagrada a bandeira negra, posteriormente adotada como um dos símbolos do anarquismo.<br />
<br />
=== [[1884]] ===<br />
* [[31 de Janeiro]] - na [[Itália]], [[Luigi Molinari]] é sentenciado a 23 anos na prisão por instigar a insurreição na [[Sicília]].<br />
* [[13 de Fevereiro]] - O edifício Florence, local dos escritórios do jornal ''La Questione Sociale'' na [[Itália]] é invadido e lacrado pela polícia.<br />
* [[15 de Fevereiro]] - [[August Reinsdorf]] tenta explodir a carruagem do kaiser [[Wilhelm I]] e seus filhos quando estes se dirigiam para a abertura de um evento solene em [[Rudensheim]].<br />
<br />
=== [[1885]] === <br />
* [[7 de Fevereiro]] - [[August Reinsdorf]] é executado em [[Halle]].<br />
<br />
=== [[1886]] ===<br />
* [[5 de Março]] - [[Charles Gallo]] quebra uma garrafa de [[ácido hidrociânico]] dentro da [[Bolsa de Valores]] de [[Paris]].<br />
<br />
=== [[1887]] ===<br />
* [[11 de Janeiro]] - O julgamento do ilegalista [[Clément Duval]] começa em [[Paris]], mas termina em um caos, com Duval sendo arrastado da corte gritando "''Viva a Anarquia!''".<br />
* [[11 de Novembro]] - Quatro anarquistas ativistas pelos direitos dos trabalhadores são executados em [[Chicago]] por serem considerados líderes do [[levante de Haymarket]].<br />
<br />
=== [[1891]] ===<br />
* [[4 de Janeiro]] - Durante o Congresso de Capolago na [[Suíça]] são fundados o ''[[Partido Socialista Anarquista Revolucionário Francês]]'' (PSARF) e o ''[[Partido Socialista Anarquista Revolucionário Italiano]]'' (PSARI). [[Amilcare Cipriani]], [[Errico Malatesta]], [[Francesco Saverio Merlino]], [[Ettore Molinari]], [[Luigi Galleani]], & [[Pietro Gori]] são os grandes propagandistas destes partidos.<br />
* [[1 de Maio]] - Em [[Fourmies]] nove pessoas (entre estas mulheres e crianças) são executadas durante uma manifestação de trabalhadores pela jornada de trabalho diária de 8 horas.<br />
* [[1 de Maio]] - Em [[Clichy]], três anarquistas - [[Henri Decamps]], [[Charles Dardare]] e [[Louis Léveillé]] são presos por trocarem tiros com a polícia em um protesto de trabalhadores por melhores condições de trabalho.<br />
* [[3 de Agosto]] - [[Henri Decamps]] e [[Charles Dardare]] são condenados à morte por trocarem tiros com a polícia quando esta atacava uma manifestação de trabalhadores em 1 de Maio. [[Louis Léveillé]] é absolvido.<br />
<br />
=== [[1892]] ===<br />
* [[8 de Janeiro]] - Levante anarquista na [[Andaluzia]], aos gritos de "''Vive la révolution sociale''", centenas de camponeses tomam a cidade de [[Jerez]]. O levante é rapidamente atacado pelas forças de repressão estatal e dezenas são capturados e torturados.<br />
* [[2 de Março]] - [[Ravachol]] explode o apartamento do presidente da Corte de Justiça francesa, M. Benoit, principal responsável pela condenação de [[Decamps]] e [[Dardare]].<br />
* [[6 de Março]] - outra bomba de [[Ravachol]] explode no Quartel Lobau.<br />
* [[27 de Março]] - a residência do procurador da República, M. Bulot, explode com uma terceira bomba de [[Ravachol]].<br />
* [[30 de Março]] - [[Ravachol]] é capturado pela polícia a partir do delato do camareiro [[Lhérot]], funcionário do ''Restaurante Léry''.<br />
* [[23 de Abril]] - [[Ravachol]] é condenado a [[prisão perpétua]] em seu primeiro julgamento na corte de [[Assisses]] pelos atentados.<br />
* [[24 de Abril]] - [[Théodule Meunier]] explode o ''Café Very'', lugar onde Ravachol havia sido delatado, matando o proprietário e um cliente.<br />
* [[26 de Junho]] - [[Ravachol]] é condenado a morte pela [[guilhotina]] pela autoria de três assassinatos.<br />
* [[11 de Julho]] - aos trinta e dois anos, [[Ravachol]] é guilhotinado em [[Montbrison]].<br />
* [[23 de Julho]] - [[Alexander Berkman]] tenta assassinar o [[burguesia|burguês]] industrial [[Henry Clay Frick]] em um de seus escritórios em [[Pittsburgh]], responsável pela morte de sete metalúrgicos.<br />
<br />
* [[8 de Novembro]] - [[Émile Henry]] deixa uma bomba na delegacia de polícia da rua des bons enfants, a explosão mata cinco policiais, e uma pessoa de ataque cardíaco.<br />
<br />
=== [[1893]] ===<br />
* [[24 de Setembro]] - na Espanha [[Paulino Pallás]] lança uma bomba na carruagem o General [[Arsenio Martinez Campos]], ferindo-o e matando dois soldados. O ato é parte de um ciclo de vingança naquele período.<br />
* [[6 de Outubro]] - [[Paulino Pallás]] é [[fuzilamento|fuzilado]] a prisão do castelo de Montjuïch, em [[Barcelona]].<br />
* [[7 de Novembro]] - em resposta a execução de [[Paulino Pallás]], [[Santiago Salvador Franch]] atira duas [[bomba de Orsini|bombas criadas a partir do desenho de Orsini]]) dentro do Grande Teatro Liceu de [[Barcelona]] durante a estréia da ópera [[Guilherme Tell]], vinte e duas pessoas são mortas.<br />
* [[13 de Novembro]] - [[Léon Jules Léauthier]] fere consideravelmente [[Viadan Georgevitch]], primeiro ministro da [[Sérvia]] em uma de suas visitas a [[Paris]].<br />
* [[9 de Dezembro]] - por volta das 16 horas [[Auguste Vaillant]] lança uma bomba de pregos na Câmara de Deputados Francesa durante uma cessão. Quarenta políticos acabam feridos, sem nenhuma vítima fatal. Seu objetivo era em parte, vingar a morte de [[Ravachol]].<br />
* [[12 de Dezembro]] - é aprovada pela Câmara dos Deputados a primeira das [[scélérates|lois scélérates]] (abomináveis), com a intenção de reprimir a imprensa anarquista.<br />
<br />
=== [[1894]] ===<br />
* [[3 de Janeiro]] - O primeiro ministro italiano [[Francesco Crispi]] proclama estado de sítio na [[Sicília]] território em insurreição anarquista para onde são enviados 40.000 soldados. A repressão violenta faz com que outras revoltas anarquistas se organizem na [[Lunigiana]] e na [[Toscana]] as quais Crispi reage proclamando estado de sítio também nestes territórios.<br />
* [[5 de Fevereiro]] - aos trinta e três anos, o anarquista ilegalista [[Auguste Vaillant]] é guilhotinado.<br />
* [[12 de Fevereiro]] - como retaliação a execução de Vaillant por um crime sem vítimas fatais, as 19 horas [[Émile Henry]] lança uma bomba no luxuoso Café Terminus, freqüentado pela elite parisiense. Uma pessoa morre e vinte acabam feridas.<br />
* [[15 de Fevereiro]] - O [[França|francês]] [[Martial Bourdin]] tenta destruir o [[Observatório Real de Greenwich]] em [[Londres]] com uma bomba, que explodiu em suas mãos.<br />
* [[20 de Fevereiro]] - Duas explosões acontecem em [[Paris]] na Rua Saint-Jacques e no Subúrbio Saint-Martin. A autoria destes atentados é atribuída ao [[Belgica|belga]] [[Amédée Pauwels]], em vingança pela execução de [[Auguste Vaillant]].<br />
* [[26 de Fevereiro]] - Na [[França]], [[Jean Grave]] é julgado e condenado a dois anos de presão por publicar ''La société mourante et l'anarchie''.<br />
* [[15 de Março]] - [[Amédée Pauwels]] morre quando a bomba que colocava na ''[[Igreja de la Madeleine]]'' explode prematuramente. A bomba havia sido fabricada por [[Émile Henry]].<br />
* [[27 de Abril]] - [[Émile Henry]] é julgado e condenado a guilhotina no Tribunal de [[Assize]] em [[Seine]].<br />
* [[1 de Maio]] - na cidade de Cleveland, uma série de manifestações de trabalhadores desempregados acaba em confronto com a polícia. Grupos anarquistas da cidade são considerados pelas autoridades os principais incitadores.<br />
* [[21 de Maio]] - em [[Paris]], aos vinte e dois anos, [[Émile Henry]] é guilhotinado. Em [[Barcelona]] [[José Codina]] e [[Mariano Cerezuela]] são executados por serem considerados culpados de lançarem 2 bombas no Teatro Liceu, ato do qual não participaram e que posteriormente seria creditado à [[Santiago Salvador Franch]].<br />
* [[16 de Junho]] - em [[Roma]] o anarquista [[Paolo Lega]] tenta assassinar o primeiro ministro italiano [[Francesco Crispi]].<br />
* [[24 de Junho]] - durante uma marcha militar em [[Lyon]] o italiano [[Sante Geronimo Caserio]] apunhala o presidente da [[Terceira República Francesa]], [[Sadi Carnot]] matando-o.<br />
* [[25 de Junho]] - [[Théodule Meunier]] é capturado em [[Londres]] pela explosão do ''Restaurante Léry'', lugar onde trabalhava o delator de [[Ravachol]], o camareiro [[Lhéry]]. Miller é julgado no mês seguinte e condenado à [[prisão perpétua]].<br />
* [[28 de Julho]] - em [[Paris]] é votada pela Câmara de Deputados Francesa a segunda das [[lois scélérates]] (leis abomináveis) contra os anarquistas.<br />
* [[2 de Agosto]] - [[Sante Caserio]] é condenado a morte na guilhotina.<br />
* [[16 de Agosto]] - aos vinte e dois anos, [[Sante Caserio]] é guilhotinado em [[Lyon]].<br />
* [[7 de Setembro]] - na cidade de [[Nova York]] 12.000 trabalhadores da indústria textil fazem greve contra a super-exploração laboral. Grupos anarquistas estão envolvidos.<br />
* [[21 de Novembro]] - [[Santiago Salvador Franch]] é executado pelo [[garrote vil]] na prisão do castelo de Montjuïch, em Barcelona.<br />
<br />
=== [[1895]] ===<br />
* [[4 de Maio]] - Primeira tiragem do jornal ''[[Les Temps Nouveaux]] editorada por [[Jean Grave]].<br />
* [[16 de Novembro]] - A primeira edição do Jornal ''[[Le Libertaire]]'' de [[Sébastien Faure]], é publicada.<br />
<br />
=== [[1896]] ===<br />
[[Imagem:Angiolillo por costatini.jpg|right|thumb|200px|A execução de [[Michele Angiolillo|Angiolillo]] na concepção de [[Flavio Costantini]].]]<br />
* [[1 de Maio]] - é fundado o [[Clube Anarquista de Melbourne]].<br />
* [[4 de Maio]] - o levante de Haymarket acontece em [[Chicago]].<br />
* [[26 de Julho]] - a [[Quarta Internacional]] Socialista tem início em [[Londres]]. Grande parte da discussão girou em torno da participação ou não dos anarquistas. Seus delegados foram mantidos.<br />
* [[8 de Agosto]] - o anarquista [[Itália|italiano]] [[Michele Angiolillo]] assassina o primeiro ministro espanhol [[Antonio Cánovas del Castillo]] em uma estação termal em [[Mondragon]].<br />
* [[20 de Agosto]] - [[Michele Angiolillo]] é executado através do [[garrote]].<br />
<br />
=== [[1897]] ===<br />
* [[22 de Abril]] - [[Pietro Acciarito]] tentou assassinar o rei da [[Itália]] [[Umberto I]] sem sucesso.<br />
* [[29 de Maio]] - O casal [[Rudolf Rocker]] e [[Milly Witkop]] chegam aos [[Estados Unidos]], mas são deportados dias depois por se recusarem a se casar.<br />
<br />
=== [[1898]] ===<br />
* [[21 de Abril]] - [[Errico Malatesta]] e outros são levados a julgamento por conspiração criminosa na [[Itália]].<br />
* [[27 de Abril]] - O Julgamento de [[Errico Malatesta]] e outros chega ao fim, todos são considerados culpados.<br />
* [[10 de Setembro]] - em [[Genebra]] o italiano [[Luigi Lucheni]] elimina [[Sissi]], a Imperatriz da [[Áustria]] com uma estocada no coração.<br />
<br />
=== [[1899]] ===<br />
* [[6 de Fevereiro]] - [[Sébastien Faure]] lança o primeiro número do períodico diário ''Le Journal du Peuple'' (O Jornal do Povo).<br />
<br />
=== [[1900]] ===<br />
* [[5 de Abril]] - Aos 16 anos o [[Bélgica|belga]] [[Jean-Baptiste Sipido]] tenta assassinar o [[Príncipe de Wale]].<br />
* [[29 de Julho]] - [[Gaetano Bresci]] mata com três tiros o Rei [[Umberto I]] da [[Itália]].<br />
* [[26 de Dezembro]] - Congresso de Judeus anarquistas em [[Londres]] decide pela re-edição do jornal ''[[Arbeter Fraint]]'', sob a edição de [[Rudolf Rocker]].<br />
<br />
=== [[1901]] === <br />
* [[7 de Abril]] - Na [[Suíça]], confrontos violentos entra a polícia e manifestantes durante protestos contra a extradição de um anarquista [[itália|italiano]] suspeito de participação no ataque de [[Gaetano Bresci]] ao rei italiano [[Umberto I]] em 29 de Julho do ano anterior.<br />
* [[6 de Setembro]] - [[Leon Czolgosz]] assassina o presidente dos [[Estados Unidos]] [[William McKinley]] em [[Bufalo]].<br />
<br />
=== [[1902]] ===<br />
[[15 de Novembro]] - o anarquista [[Itália|italiano]] [[Gennaro Rubino]] atenta contra a vida do Rei [[Leopoldo II]] da [[Bélgica]] em [[Bruxelas]], Leopoldo II sobrevive.<br />
<br />
=== [[1905]] ===<br />
* [[22 de Março]] - O [[anarcoilegalismo|ilegalista]] [[Marius Jacob]] é condenado a [[prisão perpétua]] por matar um policial.<br />
* [[31 de Maio]] - [[Alexander Farras]] atira uma bomba na procissão liderada pelo presidente francês [[Émile Loubet]] e por [[Alfonso XIII]] rei da espanha. O atentado fracassa.<br />
<br />
=== [[1906]] ===<br />
* [[31 de Maio]] - o catalão [[Mateo Morral]] tenta assassinar [[Afonso XIII]] e [[Victoria Eugenia]], rei e rainha da [[Espanha]] lançando uma bomba escondida num ramo de flores sobre a carrugem em uma parada de bodas reais em [[Madrid]]. Porém a bomba caiu da carruagem matando trinta pessoas. Os reis saíram ilesos.<br />
<br />
=== [[1907]] ===<br />
* [[11 de Março]] - O primeiro ministro da [[Bulgária]], [[Dimitar Petkov]] é assassinado por um anarquista.<br />
* [[25 de Julho]] - [[Théodule Meunier]] morre na prisão.<br />
* [[24 de Agosto]] - O [[Congresso Internacional Anarquista]] de [[Amsterdam]] tem início, reunindo delegados de 14 países por oito dias.<br />
<br />
=== [[1909]] ===<br />
[[Imagem:Ferrer Tragic Week.jpg|thumb|200px|right|Painel do artista [[Flavio Costantini]] representando o fuzilamento de [[Francisco Ferrer]] na ''[[Semana Trágica]]'' de [[Barcelona]].]]<br />
* [[13 de Outubro]] - O educador anarquista [[Francisco Ferrer]] é fuzilado na [[Espanha]].<br />
<br />
=== [[1910]] ===<br />
* [[4 de Fevereiro]] - Depois de 32 anos na prisão, nas condições mais degradantes, pela tentativa de assassinato do rei [[Umberto I]] da [[Itália]], [[Giovanni Passannante]] enlouquecido morre em um hospício criminal.<br />
* [[19 de Outubro]] - [[Luigi Lucheni]], o assassino da [[Sissi|Imperatriz da Áustria]] é encontrado morto em sua cela.<br />
<br />
=== [[1911]] ===<br />
* [[5 de Setembro]] - os [[ilegalismo|ilegalistas]] [[Rússia|russos]] [[Alexander Grauberger]], [[Yurian Kirienko]], [[Stefan Sedoresky]] e [[Pablo Pavlowsky]] assaltam uma casa de câmbio em [[Porto Alegre]]. Sendo perseguidos pela polícia e mortos um dia depois em um tiroteio nos pântanos do [[rio Gravataí]].<br />
* [[21 de Dezembro]] - A [[Gangue Bonnot]], grupo anarquista ilegalista, realiza seu primeiro assalto a banco na ''Société Générale Bank'' em [[Paris]].<br />
<br />
=== [[1912]] ===<br />
* [[12 de Novembro]] - [[Manuel Pardiñas]] assassina a tiros o Primeiro Ministro da [[Espanha]] [[José Canalejas]] em [[Madri]].<br />
<br />
=== [[1913]] === <br />
* [[3 de Fevereiro]] - O julgamento dos membros sobreviventes do grupo francês ilegalista, a [[Gangue Bonnot]] tem início.<br />
* [[27 de Fevereiro]] - O Julgamento da [[Gangue Bonnot]] termina com três condenados a [[pena de morte]].<br />
<br />
* [[18 de Março]] - o [[Grécia|grego]] [[Alexandros Schinas]] (Αλέξανδρος Σχινάς) assassina o Rei [[Jorge I da Grécia]] na [[Tessalonica]].<br />
* [[6 de Maio]] - depois de uma série de torturas [[Alexandros Schinas]] é lançado pela janela de uma delegacia na [[Tessalonica]].<br />
<br />
=== [[1914]] ===<br />
* [[14 de Dezembro]] - [[Antonio Ramón]] esfaqueia General [[Silva Renard]] o autor do Massacre dos trabalhadores na Escola de [[Santa María de Iquique]] em [[1907]].<br />
<br />
== Bibliografia ==<br />
* Walter Badier, "Emile Henry, de la Propagande par le Fait au terrorisme anarchiste", Editions libertaires, 2007.<br />
* Emile Henry, ''Coup pour coup''. Préface d'André Laude. Textes établis par Roger Langlais. Plasma, coll. "Table Rase", 1977 (ISBN 2-901376-18-5).<br />
*[[André Salmon]], ''La Terreur noire : chronique de l'action anarchiste'', [[Jean-Jacques Pauvert]], 1959.<br />
* Robert Maggiori, « Coup pour coup ? Une grande figure de l'anarchisme : Emile Henry », ''Libération'', 7 mars 1977.<br />
* [[Daniel Guérin (militant et écrivain révolutionnaire)|Daniel Guérin]], ''Ni dieu ni maître. Anthologie de l'anarchisme'', tome 2. Rééd. La Découverte & Syros, 1999. {{ISBN|2-7071-3035-4}}<br />
* [http://www.lpm-editores.com.br/v3/artigosnoticias/user_exibir.asp?ID=908280 Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock].<br />
* [http://w3.ufsm.br/mundogeo/geopolitica/more/terrorismo002.htm O terrorismo e a nova ordem mundial], por [[José William Vesentini]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
*[http://pt.wikisource.org/wiki/O_perigo_anarquista O perigo anarquista, por Rui Barbosa no Wikisource].<br />
*[http://diplo.uol.com.br/2004-09,a979 Artigo no Le Monde: O Terrorismo Anarquista e a Jihad].<br />
*[http://www.midiaindependente.org/pt/red/2008/03/415238.shtml Artigo no Centro de Mídia Independente].<br />
<br />
[[Categoria:Anarquismo]]<br />
[[Categoria:História do Anarquismo]]</div>
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Internacional Negra
2009-02-16T14:33:30Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: A '''Internacional Negra''' (no francês ''Internacionale Noire'') também conhecida como '''Conspiração Anarquista Internacional''' foi um factóide produzido pelos ...</p>
<hr />
<div>A '''Internacional Negra''' (no [[França|francês]] ''Internacionale Noire'') também conhecida como '''Conspiração Anarquista Internacional''' foi um [[factóide]] produzido pelos jornais da segunda metade do [[século XIX]] e ratificado pelas autoridades em suas investigações. Segundo os jornais e as autoridades da época um suposto complô internacional [[anarquia|anarquista]] teria como meta assassinar os principais [[governante]]s e [[burguesia|burgueses]] do mundo e dessa forma efetivar a [[Revolução]] internacional. O alarde gerado pela suposta existência da Internacional Negra foi amplamente utilizado como desculpa por diversos estados nacionais para oprimir, criminalizar, encarcerar e assassinar diversos anarquistas daquele período. <br />
<br />
== Embasamento ==<br />
Essas suposições se baseavam em grande parte na ação espetacularizada de pequenos grupos de anarquistas adeptos do [[anarcoilegalismo|ilegalismo]] que recorriam desesperadamente a táticas [[terrorismo|terroristas]], [[assassinato]]s e, principalmente [[regicídio]]s a fim de vingar companheiros executados pelo estado e fazer frente (entendido também como caráter de vingança) às terríveis condições em que se encontravam os trabalhadores em um contexto de [[super-exploração laboral]] e [[violência patronal]] com o aval e a colaboração dos estados nacionais. <br />
<br />
== Utilização repressiva ==<br />
A partir da visibilidade dada pela mídia as ações dos ilegalistas o aparato repressivo estatal encontrava os subterfúgios necessários para reprimir duramente as mobilizações dos grupos [[anarcossindicalismo|anarcossindicalistas]] que a época eram significativamente maiores.<br />
<br />
Diversos intelectuais anarquistas como [[Emma Goldman]], [[Errico Malatesta]], [[Francisco Ferrer]] e [[Victor Serge]] tornaram-se alvo de investigações que buscavam vinculá-los as ações violentas e à conspiração. A cada nova ação em alguma parte do mundo, eram chamados para depor, ou até mesmo detidos para investigações.<br />
<br />
== Supostos participantes ==<br />
[[Imagem:Gaudi sagrada terrorist.jpg|thumb|right|Escultura de autoria de [[Antoni Gaudi]] na fachada da [[Catedral da Sagrada Família]] em [[Barcelona]], em que um [[operário]] aparece recebendo uma [[bomba de Orsini]] das mãos de um [[demônio]].]]<br />
=== Bombardeadores ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Charles Gallo]]<br />
*[[Ravachol]]<br />
*[[Auguste Vaillant]]<br />
*[[Jean Renaud]]<br />
*[[Alexander Farras]]<br />
*[[Luigi Galleani]]<br />
*[[Émile Henry]]<br />
*[[Serguei Netchaiev]]<br />
*[[Santiago Salvador Franch]]<br />
*[[Théodule Meunier]]<br />
*[[Amédeé Pauwels]]<br />
*[[Martial Bourdin]]<br />
</div><br />
<br />
=== Regicidas ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Alexander Berkman]]<br />
*[[Alexander Farras]]<br />
*[[Alexandros Schinas]]<br />
*[[Antonio Ramón]]<br />
*[[August Reinsdorf]]<br />
*[[Felice Orsini]]<br />
*[[François Salson]]<br />
*[[Gaetano Bresci]]<br />
*[[Gennaro Rubino]]<br />
*[[Giovanni Passannante]]<br />
*[[Gugliermo Oberdan]]<br />
*[[Jean-Baptiste Sipido]]<br />
*[[Juan Oliva Moncasi]]<br />
*[[Leon Czolgosz]]<br />
*[[Léon Jules Léauthier]]<br />
*[[Luigi Lucheni]]<br />
*[[Marius Baudy]]<br />
*[[Manuel Pardiñas]]<br />
*[[Mateo Morral]]<br />
*[[Max Hödel]]<br />
*[[Michele Angiolillo]]<br />
*[[Paolo Lega]]<br />
*[[Paulino Pallás]]<br />
*[[Pietro Acciarito]]<br />
*[[Sante Geronimo Caserio]]<br />
</div><br />
<br />
===Expropriadores===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Clément Duval]]<br />
*[[Marius Jacob]]<br />
*[[Alexander Grauberger]]<br />
*[[Yurian Kirienko]]<br />
*[[Stefan Sedoresky]]<br />
*[[Pablo Pavlowsky]]<br />
*[[André Soudy]]<br />
*[[Antoine Monier]]<br />
*[[Edouard Carouy]]<br />
*[[Jean De Boé]]<br />
*[[Jules Bonnot]]<br />
*[[Jules Dubois]]<br />
*[[Octave Garnier]]<br />
*[[Paul Metge]]<br />
*[[René Valet]]<br />
*[[Raymond Callemin]]<br />
*[[Raymond Gauzy]]<br />
</div><br />
<br />
=== Indiretamente relacionados ===<br />
<div style="-moz-column-count:3; column-count:3;"><br />
*[[Emma Goldman]]<br />
*[[Élisée Reclus]]<br />
*[[Francisco Ferrer]]<br />
*[[Charles Achille Simon]]<br />
*[[Peter Kropotkin]]<br />
*[[Louise Michel]]<br />
*[[Amilcare Cipriani]]<br />
*[[Eugène Dieudonné]]<br />
*[[Rirette Maitrejean]]<br />
*[[Errico Malatesta]]<br />
*[[Francesco Saverio Merlino]]<br />
*[[Jean Grave]]<br />
*[[Ettore Molinari]]<br />
*[[Luigi Galleani]]<br />
*[[Pietro Gori]]<br />
*[[Luigi Molinari]]<br />
*[[Victor Serge]]<br />
*[[Mariano Cerezuela]]<br />
*[[José Codina]]<br />
*[[Romeo Frezzi]]<br />
*[[Henry Decamp]]<br />
*[[Charles Dardare]]<br />
*[[Louis Léveillé]]<br />
*[[Sébastien Faure]]<br />
*[[Rudolf Rocker]]<br />
*[[Milly Witkop]]<br />
*[[Jus-Beala]]<br />
*[[Mariette Soubert]]<br />
*[[La Rulhière]]<br />
*[[Charles Achille Simon]]<br />
<br />
</div><br />
<br />
== Cronograma de eventos ==<br />
=== [[1878]] ===<br />
[[Imagem:Cron 10352086 30480.jpg|thumb|300px|Mural em [[Savóia di Lucania]], [[Itália]], mostrando a cena de [[Giovanni Passannante]] tentando apunhalar [[Umberto I]]]]<br />
* [[11 de Maio]] - [[Max Hödel]] tenta assassinar a tiros [[Wilhelm I]], kaiser da [[Germânia]], seu atentado não logra êxito.<br />
* [[25 de Outubro]] - Na [[Espanha]] [[Juan Oliva Moncasi]] atira contra o rei [[Afonso XII]], mas é desarmado e detido pela multidão. Afonso XII sobrevive.<br />
* [[17 de Novembro]] - [[Giovanni Passannante]] apunhala o rei [[Umberto I]] da [[Itália]], fracassando em executá-lo.<br />
* [[7 de Dezembro]] - [[Juan Oliva Moncasi]] é executado pelo [[garrote vil]].<br />
<br />
=== [[1879]] ===<br />
* [[4 de Janeiro]] - A primeira edição do jornal ''Die Freiheit'' em alemão do editor [[Johann Most]] é publicada em [[Londres]].<br />
* [[22 de Fevereiro]] - O Periódico [[Révolte (periódico)|Révolte]] é fundado em [[Genebra]], na [[Suíça]] por [[Peter Kropotkin]], [[Élisée Reclus]], e outros, com uma tiragem inicial de 2.000 cópias.<br />
* [[6 de Março]] - Tem início o Julgamento de [[Giovanni Passannante]] por tentativa de assassinato do Rei [[Umberto I]] da [[Itália]].<br />
<br />
=== [[1882]] ===<br />
* [[19 de Janeiro]] - O primeiro [[Anarquismo em Cuba|congresso anarquista regional cubano]] é organizado em [[Havana]].<br />
<br />
=== [[1883]] ===<br />
* [[28 de Janeiro]] - [[Peter Kropotkin]] é condenado a cinco anos de prisão.<br />
* [[9 de Março]] - [[Louise Michel]] toma a frente em uma demonstração de desempregados, e recebe seis anos de confinamento na solitária, esta é a primeira vez conhecida que é deflagrada a bandeira negra, posteriormente adotada como um dos símbolos do anarquismo.<br />
<br />
=== [[1884]] ===<br />
* [[31 de Janeiro]] - na [[Itália]], [[Luigi Molinari]] é sentenciado a 23 anos na prisão por instigar a insurreição na [[Sicília]].<br />
* [[13 de Fevereiro]] - O edifício Florence, local dos escritórios do jornal ''La Questione Sociale'' na [[Itália]] é invadido e lacrado pela polícia.<br />
* [[15 de Fevereiro]] - [[August Reinsdorf]] tenta explodir a carruagem do kaiser [[Wilhelm I]] e seus filhos quando estes se dirigiam para a abertura de um evento solene em [[Rudensheim]].<br />
<br />
=== [[1885]] === <br />
* [[7 de Fevereiro]] - [[August Reinsdorf]] é executado em [[Halle]].<br />
<br />
=== [[1886]] ===<br />
* [[5 de Março]] - [[Charles Gallo]] quebra uma garrafa de [[ácido hidrociânico]] dentro da [[Bolsa de Valores]] de [[Paris]].<br />
<br />
=== [[1887]] ===<br />
* [[11 de Janeiro]] - O julgamento do ilegalista [[Clément Duval]] começa em [[Paris]], mas termina em um caos, com Duval sendo arrastado da corte gritando "''Viva a Anarquia!''".<br />
* [[11 de Novembro]] - Quatro anarquistas ativistas pelos direitos dos trabalhadores são executados em [[Chicago]] por serem considerados líderes do [[levante de Haymarket]].<br />
<br />
=== [[1891]] ===<br />
* [[4 de Janeiro]] - Durante o Congresso de Capolago na [[Suíça]] são fundados o ''[[Partido Socialista Anarquista Revolucionário Francês]]'' (PSARF) e o ''[[Partido Socialista Anarquista Revolucionário Italiano]]'' (PSARI). [[Amilcare Cipriani]], [[Errico Malatesta]], [[Francesco Saverio Merlino]], [[Ettore Molinari]], [[Luigi Galleani]], & [[Pietro Gori]] são os grandes propagandistas destes partidos.<br />
* [[1 de Maio]] - Em [[Fourmies]] nove pessoas (entre estas mulheres e crianças) são executadas durante uma manifestação de trabalhadores pela jornada de trabalho diária de 8 horas.<br />
* [[1 de Maio]] - Em [[Clichy]], três anarquistas - [[Henri Decamps]], [[Charles Dardare]] e [[Louis Léveillé]] são presos por trocarem tiros com a polícia em um protesto de trabalhadores por melhores condições de trabalho.<br />
* [[3 de Agosto]] - [[Henri Decamps]] e [[Charles Dardare]] são condenados à morte por trocarem tiros com a polícia quando esta atacava uma manifestação de trabalhadores em 1 de Maio. [[Louis Léveillé]] é absolvido.<br />
<br />
=== [[1892]] ===<br />
* [[8 de Janeiro]] - Levante anarquista na [[Andaluzia]], aos gritos de "''Vive la révolution sociale''", centenas de camponeses tomam a cidade de [[Jerez]]. O levante é rapidamente atacado pelas forças de repressão estatal e dezenas são capturados e torturados.<br />
* [[2 de Março]] - [[Ravachol]] explode o apartamento do presidente da Corte de Justiça francesa, M. Benoit, principal responsável pela condenação de [[Decamps]] e [[Dardare]].<br />
* [[6 de Março]] - outra bomba de [[Ravachol]] explode no Quartel Lobau.<br />
* [[27 de Março]] - a residência do procurador da República, M. Bulot, explode com uma terceira bomba de [[Ravachol]].<br />
* [[30 de Março]] - [[Ravachol]] é capturado pela polícia a partir do delato do camareiro [[Lhérot]], funcionário do ''Restaurante Léry''.<br />
* [[23 de Abril]] - [[Ravachol]] é condenado a [[prisão perpétua]] em seu primeiro julgamento na corte de [[Assisses]] pelos atentados.<br />
* [[24 de Abril]] - [[Théodule Meunier]] explode o ''Café Very'', lugar onde Ravachol havia sido delatado, matando o proprietário e um cliente.<br />
* [[26 de Junho]] - [[Ravachol]] é condenado a morte pela [[guilhotina]] pela autoria de três assassinatos.<br />
* [[11 de Julho]] - aos trinta e dois anos, [[Ravachol]] é guilhotinado em [[Montbrison]].<br />
* [[23 de Julho]] - [[Alexander Berkman]] tenta assassinar o [[burguesia|burguês]] industrial [[Henry Clay Frick]] em um de seus escritórios em [[Pittsburgh]], responsável pela morte de sete metalúrgicos.<br />
<br />
* [[8 de Novembro]] - [[Émile Henry]] deixa uma bomba na delegacia de polícia da rua des bons enfants, a explosão mata cinco policiais, e uma pessoa de ataque cardíaco.<br />
<br />
=== [[1893]] ===<br />
* [[24 de Setembro]] - na Espanha [[Paulino Pallás]] lança uma bomba na carruagem o General [[Arsenio Martinez Campos]], ferindo-o e matando dois soldados. O ato é parte de um ciclo de vingança naquele período.<br />
* [[6 de Outubro]] - [[Paulino Pallás]] é [[fuzilamento|fuzilado]] a prisão do castelo de Montjuïch, em [[Barcelona]].<br />
* [[7 de Novembro]] - em resposta a execução de [[Paulino Pallás]], [[Santiago Salvador Franch]] atira duas [[bomba de Orsini|bombas criadas a partir do desenho de Orsini]]) dentro do Grande Teatro Liceu de [[Barcelona]] durante a estréia da ópera [[Guilherme Tell]], vinte e duas pessoas são mortas.<br />
* [[13 de Novembro]] - [[Léon Jules Léauthier]] fere consideravelmente [[Viadan Georgevitch]], primeiro ministro da [[Sérvia]] em uma de suas visitas a [[Paris]].<br />
* [[9 de Dezembro]] - por volta das 16 horas [[Auguste Vaillant]] lança uma bomba de pregos na Câmara de Deputados Francesa durante uma cessão. Quarenta políticos acabam feridos, sem nenhuma vítima fatal. Seu objetivo era em parte, vingar a morte de [[Ravachol]].<br />
* [[12 de Dezembro]] - é aprovada pela Câmara dos Deputados a primeira das [[scélérates|lois scélérates]] (abomináveis), com a intenção de reprimir a imprensa anarquista.<br />
<br />
=== [[1894]] ===<br />
* [[3 de Janeiro]] - O primeiro ministro italiano [[Francesco Crispi]] proclama estado de sítio na [[Sicília]] território em insurreição anarquista para onde são enviados 40.000 soldados. A repressão violenta faz com que outras revoltas anarquistas se organizem na [[Lunigiana]] e na [[Toscana]] as quais Crispi reage proclamando estado de sítio também nestes territórios.<br />
* [[5 de Fevereiro]] - aos trinta e três anos, o anarquista ilegalista [[Auguste Vaillant]] é guilhotinado.<br />
* [[12 de Fevereiro]] - como retaliação a execução de Vaillant por um crime sem vítimas fatais, as 19 horas [[Émile Henry]] lança uma bomba no luxuoso Café Terminus, freqüentado pela elite parisiense. Uma pessoa morre e vinte acabam feridas.<br />
* [[15 de Fevereiro]] - O [[França|francês]] [[Martial Bourdin]] tenta destruir o [[Observatório Real de Greenwich]] em [[Londres]] com uma bomba, que explodiu em suas mãos.<br />
* [[20 de Fevereiro]] - Duas explosões acontecem em [[Paris]] na Rua Saint-Jacques e no Subúrbio Saint-Martin. A autoria destes atentados é atribuída ao [[Belgica|belga]] [[Amédée Pauwels]], em vingança pela execução de [[Auguste Vaillant]].<br />
* [[26 de Fevereiro]] - Na [[França]], [[Jean Grave]] é julgado e condenado a dois anos de presão por publicar ''La société mourante et l'anarchie''.<br />
* [[15 de Março]] - [[Amédée Pauwels]] morre quando a bomba que colocava na ''[[Igreja de la Madeleine]]'' explode prematuramente. A bomba havia sido fabricada por [[Émile Henry]].<br />
* [[27 de Abril]] - [[Émile Henry]] é julgado e condenado a guilhotina no Tribunal de [[Assize]] em [[Seine]].<br />
* [[1 de Maio]] - na cidade de Cleveland, uma série de manifestações de trabalhadores desempregados acaba em confronto com a polícia. Grupos anarquistas da cidade são considerados pelas autoridades os principais incitadores.<br />
* [[21 de Maio]] - em [[Paris]], aos vinte e dois anos, [[Émile Henry]] é guilhotinado. Em [[Barcelona]] [[José Codina]] e [[Mariano Cerezuela]] são executados por serem considerados culpados de lançarem 2 bombas no Teatro Liceu, ato do qual não participaram e que posteriormente seria creditado à [[Santiago Salvador Franch]].<br />
* [[16 de Junho]] - em [[Roma]] o anarquista [[Paolo Lega]] tenta assassinar o primeiro ministro italiano [[Francesco Crispi]].<br />
* [[24 de Junho]] - durante uma marcha militar em [[Lyon]] o italiano [[Sante Geronimo Caserio]] apunhala o presidente da [[Terceira República Francesa]], [[Sadi Carnot]] matando-o.<br />
* [[25 de Junho]] - [[Théodule Meunier]] é capturado em [[Londres]] pela explosão do ''Restaurante Léry'', lugar onde trabalhava o delator de [[Ravachol]], o camareiro [[Lhéry]]. Miller é julgado no mês seguinte e condenado à [[prisão perpétua]].<br />
* [[28 de Julho]] - em [[Paris]] é votada pela Câmara de Deputados Francesa a segunda das [[lois scélérates]] (leis abomináveis) contra os anarquistas.<br />
* [[2 de Agosto]] - [[Sante Caserio]] é condenado a morte na guilhotina.<br />
* [[16 de Agosto]] - aos vinte e dois anos, [[Sante Caserio]] é guilhotinado em [[Lyon]].<br />
* [[7 de Setembro]] - na cidade de [[Nova York]] 12.000 trabalhadores da indústria textil fazem greve contra a super-exploração laboral. Grupos anarquistas estão envolvidos.<br />
* [[21 de Novembro]] - [[Santiago Salvador Franch]] é executado pelo [[garrote vil]] na prisão do castelo de Montjuïch, em Barcelona.<br />
<br />
=== [[1895]] ===<br />
* [[4 de Maio]] - Primeira tiragem do jornal ''[[Les Temps Nouveaux]] editorada por [[Jean Grave]].<br />
* [[16 de Novembro]] - A primeira edição do Jornal ''[[Le Libertaire]]'' de [[Sébastien Faure]], é publicada.<br />
<br />
=== [[1896]] ===<br />
[[Imagem:Angiolillo por costatini.jpg|right|thumb|200px|A execução de [[Michele Angiolillo|Angiolillo]] na concepção de [[Flavio Costantini]].]]<br />
* [[1 de Maio]] - é fundado o [[Clube Anarquista de Melbourne]].<br />
* [[4 de Maio]] - o levante de Haymarket acontece em [[Chicago]].<br />
* [[26 de Julho]] - a [[Quarta Internacional]] Socialista tem início em [[Londres]]. Grande parte da discussão girou em torno da participação ou não dos anarquistas. Seus delegados foram mantidos.<br />
* [[8 de Agosto]] - o anarquista [[Itália|italiano]] [[Michele Angiolillo]] assassina o primeiro ministro espanhol [[Antonio Cánovas del Castillo]] em uma estação termal em [[Mondragon]].<br />
* [[20 de Agosto]] - [[Michele Angiolillo]] é executado através do [[garrote]].<br />
<br />
=== [[1897]] ===<br />
* [[22 de Abril]] - [[Pietro Acciarito]] tentou assassinar o rei da [[Itália]] [[Umberto I]] sem sucesso.<br />
* [[29 de Maio]] - O casal [[Rudolf Rocker]] e [[Milly Witkop]] chegam aos [[Estados Unidos]], mas são deportados dias depois por se recusarem a se casar.<br />
<br />
=== [[1898]] ===<br />
* [[21 de Abril]] - [[Errico Malatesta]] e outros são levados a julgamento por conspiração criminosa na [[Itália]].<br />
* [[27 de Abril]] - O Julgamento de [[Errico Malatesta]] e outros chega ao fim, todos são considerados culpados.<br />
* [[10 de Setembro]] - em [[Genebra]] o italiano [[Luigi Lucheni]] elimina [[Sissi]], a Imperatriz da [[Áustria]] com uma estocada no coração.<br />
<br />
=== [[1899]] ===<br />
* [[6 de Fevereiro]] - [[Sébastien Faure]] lança o primeiro número do períodico diário ''Le Journal du Peuple'' (O Jornal do Povo).<br />
<br />
=== [[1900]] ===<br />
* [[5 de Abril]] - Aos 16 anos o [[Bélgica|belga]] [[Jean-Baptiste Sipido]] tenta assassinar o [[Príncipe de Wale]].<br />
* [[29 de Julho]] - [[Gaetano Bresci]] mata com três tiros o Rei [[Umberto I]] da [[Itália]].<br />
* [[26 de Dezembro]] - Congresso de Judeus anarquistas em [[Londres]] decide pela re-edição do jornal ''[[Arbeter Fraint]]'', sob a edição de [[Rudolf Rocker]].<br />
<br />
=== [[1901]] === <br />
* [[7 de Abril]] - Na [[Suíça]], confrontos violentos entra a polícia e manifestantes durante protestos contra a extradição de um anarquista [[itália|italiano]] suspeito de participação no ataque de [[Gaetano Bresci]] ao rei italiano [[Umberto I]] em 29 de Julho do ano anterior.<br />
* [[6 de Setembro]] - [[Leon Czolgosz]] assassina o presidente dos [[Estados Unidos]] [[William McKinley]] em [[Bufalo]].<br />
<br />
=== [[1902]] ===<br />
[[15 de Novembro]] - o anarquista [[Itália|italiano]] [[Gennaro Rubino]] atenta contra a vida do Rei [[Leopoldo II]] da [[Bélgica]] em [[Bruxelas]], Leopoldo II sobrevive.<br />
<br />
=== [[1905]] ===<br />
* [[22 de Março]] - O [[anarcoilegalismo|ilegalista]] [[Marius Jacob]] é condenado a [[prisão perpétua]] por matar um policial.<br />
* [[31 de Maio]] - [[Alexander Farras]] atira uma bomba na procissão liderada pelo presidente francês [[Émile Loubet]] e por [[Alfonso XIII]] rei da espanha. O atentado fracassa.<br />
<br />
=== [[1906]] ===<br />
* [[31 de Maio]] - o catalão [[Mateo Morral]] tenta assassinar [[Afonso XIII]] e [[Victoria Eugenia]], rei e rainha da [[Espanha]] lançando uma bomba escondida num ramo de flores sobre a carrugem em uma parada de bodas reais em [[Madrid]]. Porém a bomba caiu da carruagem matando trinta pessoas. Os reis saíram ilesos.<br />
<br />
=== [[1907]] ===<br />
* [[11 de Março]] - O primeiro ministro da [[Bulgária]], [[Dimitar Petkov]] é assassinado por um anarquista.<br />
* [[25 de Julho]] - [[Théodule Meunier]] morre na prisão.<br />
* [[24 de Agosto]] - O [[Congresso Internacional Anarquista]] de [[Amsterdam]] tem início, reunindo delegados de 14 países por oito dias.<br />
<br />
=== [[1909]] ===<br />
[[Imagem:Ferrer Tragic Week.jpg|thumb|200px|right|Painel do artista [[Flavio Costantini]] representando o fuzilamento de [[Francisco Ferrer]] na ''[[Semana Trágica]]'' de [[Barcelona]].]]<br />
* [[13 de Outubro]] - O educador anarquista [[Francisco Ferrer]] é fuzilado na [[Espanha]].<br />
<br />
=== [[1910]] ===<br />
* [[4 de Fevereiro]] - Depois de 32 anos na prisão, nas condições mais degradantes, pela tentativa de assassinato do rei [[Umberto I]] da [[Itália]], [[Giovanni Passannante]] enlouquecido morre em um hospício criminal.<br />
* [[19 de Outubro]] - [[Luigi Lucheni]], o assassino da [[Sissi|Imperatriz da Áustria]] é encontrado morto em sua cela.<br />
<br />
=== [[1911]] ===<br />
* [[5 de Setembro]] - os [[ilegalismo|ilegalistas]] [[Rússia|russos]] [[Alexander Grauberger]], [[Yurian Kirienko]], [[Stefan Sedoresky]] e [[Pablo Pavlowsky]] assaltam uma casa de câmbio em [[Porto Alegre]]. Sendo perseguidos pela polícia e mortos um dia depois em um tiroteio nos pântanos do [[rio Gravataí]].<br />
* [[21 de Dezembro]] - A [[Gangue Bonnot]], grupo anarquista ilegalista, realiza seu primeiro assalto a banco na ''Société Générale Bank'' em [[Paris]].<br />
<br />
=== [[1912]] ===<br />
* [[12 de Novembro]] - [[Manuel Pardiñas]] assassina a tiros o Primeiro Ministro da [[Espanha]] [[José Canalejas]] em [[Madri]].<br />
<br />
=== [[1913]] === <br />
* [[3 de Fevereiro]] - O julgamento dos membros sobreviventes do grupo francês ilegalista, a [[Gangue Bonnot]] tem início.<br />
* [[27 de Fevereiro]] - O Julgamento da [[Gangue Bonnot]] termina com três condenados a [[pena de morte]].<br />
<br />
* [[18 de Março]] - o [[Grécia|grego]] [[Alexandros Schinas]] (Αλέξανδρος Σχινάς) assassina o Rei [[Jorge I da Grécia]] na [[Tessalonica]].<br />
* [[6 de Maio]] - depois de uma série de torturas [[Alexandros Schinas]] é lançado pela janela de uma delegacia na [[Tessalonica]].<br />
<br />
=== [[1914]] ===<br />
* [[14 de Dezembro]] - [[Antonio Ramón]] esfaqueia General [[Silva Renard]] o autor do Massacre dos trabalhadores na Escola de [[Santa María de Iquique]] em [[1907]].<br />
<br />
== Bibliografia ==<br />
* Walter Badier, "Emile Henry, de la Propagande par le Fait au terrorisme anarchiste", Editions libertaires, 2007.<br />
* Emile Henry, ''Coup pour coup''. Préface d'André Laude. Textes établis par Roger Langlais. Plasma, coll. "Table Rase", 1977 (ISBN 2-901376-18-5).<br />
*[[André Salmon]], ''La Terreur noire : chronique de l'action anarchiste'', [[Jean-Jacques Pauvert]], 1959.<br />
* Robert Maggiori, « Coup pour coup ? Une grande figure de l'anarchisme : Emile Henry », ''Libération'', 7 mars 1977.<br />
* [[Daniel Guérin (militant et écrivain révolutionnaire)|Daniel Guérin]], ''Ni dieu ni maître. Anthologie de l'anarchisme'', tome 2. Rééd. La Découverte & Syros, 1999. {{ISBN|2-7071-3035-4}}<br />
* [http://www.lpm-editores.com.br/v3/artigosnoticias/user_exibir.asp?ID=908280 Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock].<br />
* [http://w3.ufsm.br/mundogeo/geopolitica/more/terrorismo002.htm O terrorismo e a nova ordem mundial], por [[José William Vesentini]].<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
*[http://pt.wikisource.org/wiki/O_perigo_anarquista O perigo anarquista, por Rui Barbosa no Wikisource].<br />
*[http://diplo.uol.com.br/2004-09,a979 Artigo no Le Monde: O Terrorismo Anarquista e a Jihad].<br />
*[http://www.midiaindependente.org/pt/red/2008/03/415238.shtml Artigo no Centro de Mídia Independente].<br />
<br />
[[Categoria:Anarquismo]]<br />
[[Categoria:História do Anarquismo]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Sociedade_da_Guilhotina&diff=3019
Sociedade da Guilhotina
2009-02-16T14:32:43Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: A '''Sociedade da Guilhotina''' (em japonês ''Girochin Sha'') foi um coletivo anarquista ilegalista de ação direta fundado no Japão em 1922 pelos ati...</p>
<hr />
<div>A '''Sociedade da Guilhotina''' (em japonês ''Girochin Sha'') foi um coletivo [[anarquista]] [[ilegalismo|ilegalista]] de [[ação direta]] fundado no [[Japão]] em [[1922]] pelos ativistas [[Tetsu Nakahama]], [[Daijiro Furuta]], [[Genjirôp Muraki]], entre outros.<br />
<br />
==História==<br />
<br />
Em Outubro de [[1923]] membros da Sociedade da Guilhotina entre eles Daijiro Furuta assaltam um banco com a intenção de conseguir fundos para outras ações diretas. Durante o assalto um bancário é morto, Furuta consegue fugir, mas oito de seus cúmplices são presos. <br />
<br />
Em 1924 Tetsu Nakahama & outros tentam assassinar o presidente da empresa Kanebo Co, a tentativa no entanto é malograda e o grupo é preso. Em Setembro daquele mesmo ano a Sociedade da Guilhotina executa dois atentados contra a vida do general [[Masatarô Fukuda]] como vingança pelo assassinato do anarquista [[Ōsugi Sakae]]. Agindo sob ordens secretas emitidas pelo príncipe [[Hirohito]], Fukuda havia comandado pessoalmente as tropas que haviam assassinado não só Ôsugi, mas sua companheira a anarca-feminista [[Ito Noe]], e seu sobrinho de apenas seis anos. Após o assassinato seus corpos foram lançados em um poço.<br />
<br />
Na primeira tentativa um dos antigos amigos de Ôsugi, [[Kyûtarô Wada]], atirou em Fukuda deixando-o apenas ferido. Na segunda tentativa a casa de Fukuda sofreu um atentado a bomba por [[Genjirôp Muraki]] & Furuta, no entanto, o general não estava em casa na ocasião.<br />
<br />
O ataque foi seguido por uma explosão a uma delegacia, outra a uma linha ferroviária e a entrega de uma carta-bomba na casa de Fukuda. Quando os membros da Sociedade foram eventualmente presos (a polícia continuamente torturou um dos primeiros suspeitos em sua custódia até obter toda a informação que precisava para localizar os outros. Tanto Wada como Furuta acabam sendo presos.<br />
<br />
Um ano depois em [[10 de Setembro]] de [[1925]] Furuta é julgado e condenado a morte por conspiração contra o estado e pelo assassinato do bancário em 1923 sendo enforcado no dia [[15 de Outubro]] de [[1926]]. Também em 1926 Tetsu Nakahama (conhecido como Temioka Makoto) é capturado e executado, por crimes contra o governo, pelo assassinato do bancário e por conspiração contra o príncipe Hirohito.<br />
<br />
Em [[1928]] Wada comete suicídio na prisão. Ele havia sido julgado e sentenciado a [[prisão perpétua]].<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Furuta, Daijiro, Shikei-shu no omoide (Tokyo : Omori-shobo, 1930) Gumma : Koku sen-sha, 1971. 100 p.<br />
<br />
==Membros da Sociedade da Guilhotina==<br />
* [[Daijiro Furuta]]<br />
* [[Genjirôp Muraki]]<br />
* [[Kyûtarô Wada]]<br />
* [[Tetsu Nakahama]]<br />
<br />
==Veja também==<br />
{{portal-anarquia}}<br />
* [[Internacional Negra]]<br />
* [[Bando Bonnot]]<br />
* [[Propaganda pelo Ato]]<br />
* [[Gaetano Bresci]]<br />
* [[Los Solidarios]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* {{en}}[http://libcom.org/library/anarchist-movement-japan-2 Movimento Anarquista no Japão no Libcom.org].<br />
* {{en}}[http://www.ne.jp/asahi/anarchy/anarchy/english/history1.html Breve histórico do anarquismo japonês].<br />
<br />
[[Categoria:Organizações anarquistas]]<br />
[[Categoria:História do Japão]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Mano_Negra&diff=3018
Mano Negra
2009-02-16T14:31:24Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: Execução de anarquistas em [[Xerez. Ilustração do periódico francês ''Le Progrès Illustré''.]] '''''La Man...</p>
<hr />
<div>[[Imagem:Exécution des anarchistes de Xérès.jpg|230 px|thumb|Execução de anarquistas em [[Xerez]]. Ilustração do periódico francês ''[[Le Progrès Illustré]]''.]]<br />
'''''La Mano Negra''''' (''A Mão Negra'' em espanhol) foi uma suposta "organização [[Anarquismo|anarquista]] secreta e violenta''" que teria atuado na [[Andaluzia]] em fins do [[século XIX]] a qual são atribuídos assassinatos, incêndios de colheitas e de edifícios.<br />
<br />
Apesar dos grupos anarquistas da zona afirmarem nada terem a ver com a dita organização e que as provas eram inexistentes (foram forjados diversos testemunhos falsos para serem usados contra os imputados, sendo inclusive aceito como prova um papel supostamente encontrado de baixo de uma pedra no meio de um monte com a lista de supostos integrantes da Mano Negra), o aparato repressivo do estado levou a cabo uma duríssima repressão baseando-se em quatro atentados cometidos no final do ano de 1882 e nos primeiros meses de 1883. O resultado foram 15 camponeses condenados a morte, dos quais sete foram executados na praça do Mercado de [[Jerez de la Frontera]], em [[14 de junho]] de [[1884]].<br />
<br />
Ainda que durante muitos anos tenha se discutido a existência desta suposta organização, atualmente praticamente todo o âmbito acadêmico de historiadores está de acordo de que foi uma invenção a maneira de uma [[operação de bandeira falsa]], um modo de imputação injustificado do governo de [[Práxedes Mateo Sagasta|Sagasta]] para eliminar rapidamente as revoltas dos campos do sul da [[Espanha]] como já insinuou [[Vicente Blasco Ibáñez]] em seu romance sociológico em 1905.<ref>[http://www.msu.edu/user/nappodan/histbrev.htm ''La bodega'']</ref><br />
<br />
Atualmente, seguem sendo realizados estudos sobre este apaixonante e misterioso tema (entre estes merece destaque o trabalho de Clara E. Lida, "La Mano Negra" -1972-), nos quais imperativamente apontam para:<br />
<br />
{{quote|"Esse interesse obscuro por imputar aos anarquistas qualquer crime com a finalidade de deteriorar a imagem do coletivo tem sido uma constante na história deste país e de qualquer país". |Juan Madrid, historiador e jornalista, em referência à Mano Negra.<ref>[http://www.diariobahiadecadiz.com/noticias/reportajemanonegra1.htm ''Diario bahía de Cádiz'']</ref>}}. <br />
<br />
== Referências ==<br />
{{Listaref}}<br />
== Ligações externas ==<br />
*[http://oaca.iespana.es/laleyendamanonegra.htm A lenda da Mano Negra] {{es}}<br />
<br />
== Veja também ==<br />
* [[Sociedade da Guilhotina]]<br />
* [[Internacional Negra]]<br />
<br />
[[Categoria:Sociedades secretas]]<br />
[[Categoria:Casos judiciais anarquistas]]<br />
[[Categoria:História do Anarquismo]]<br />
[[Categoria:Teoria da Conspiração]]<br />
[[Categoria:História da Andaluzia]]<br />
[[Categoria:Factóides]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Gigi_Damiani&diff=3017
Gigi Damiani
2009-02-16T14:28:27Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info biografia |nome = Luigi "Gigi" Damiani |imagem = Gigi Damiani.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda = | |data_nascimento ...</p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
|nome = Luigi "Gigi" Damiani<br />
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|legenda = |<br />
|data_nascimento = [[18 de Maio]] de [[1876]]<br />
|local_nascimento = [[Roma]] ([[Itália]])<br />
|data_morte = [[16 de Novembro]] de [[1953]] (aos 77 anos)<br />
|local_morte = [[Roma]] ([[Itália]])<br />
}}<br />
<br />
'''Gigi Damiani''' ([[1876]] - [[1953]]) foi um [[jornalista]], [[poeta]] e [[artista]] libertário nascido na [[Itália]]. Imigrou para o [[Brasil]] em [[1897]] onde militou junto com outros anarquistas na cidade de [[São Paulo]]. Foi um dos colaboradores do jornal [[Amigo do Povo (periódico)|Amigo do Povo]]. Em 1919 retornou a Itália onde editou o periódico ''[[Umanita Nova (periódico)|Umanita Nova]]'' com seu amigo [[Errico Malatesta]] continuando a editá-lo até sua morte no dia [[16 de Novembro]] de [[1953]], na cidade de [[Roma]].<br />
<br />
{{quote|"''...os que governam o Brasil para a indústria e propriedades dos seus sócios, precisam que haja sempre uma pletora de braços no mercado de trabalho. Com esta pletora, pretendem poder manter salários de fome, horários de casas de detenção e despedaçar a organização da classe''"|Gigi Damiani, sobre as elites brasileiras}}<br />
<br />
==Referências bibliográficas==<br />
* [http://books.google.com.br/books?id=ncc7WLAXlmQC&dq=Gigi+Damiani+nasceu&source=gbs_summary_s&cad=0 Angelo Trento. Do outro lado do Atlântico: um século de imigração italiana no Brasil. Studio Nobel, 1989. ISBN 852130563X, 9788521305637. 574 páginas].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://militants-anarchistes.info/spip.php?article1061 DAMIANI, Luigi "Gigi", "Ausinio Acrate" ; "Simplicio"].<br />
<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
[[Categoria:Anarquistas do Brasil]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Itália]]<br />
[[Categoria:Artistas anarquistas]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Greve Geral de 1917]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Johann_Most&diff=3016
Johann Most
2009-02-16T14:21:37Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
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}}<br />
<br />
'''Johann Joseph Most''' ([[5 de fevereiro]] de [[1846]] - [[17 de março]] de [[1906]]) foi um [[anarquista]] propagandista [[alemão]] que viveu boa parte de sua vida nos [[Estados Unidos]]. No final do [[século XIX]] Most iniciou sua defesa do uso da violência como meio revolucionário com vistas na transformação política e social. Ficou conhecido por popularizar a estratégia da "[[propaganda pelo Ato|propaganda pela ação]]", que promoveu ações diretas contra indivíduos ou instituições (através do uso da violência) com o objetivo de forçar a mudança revolucionária e inspirar futuras ações em outros. Em seus últimos anos, no entanto, refutaria a propaganda pelo ato enquanto método verdadeiramente revolucionário.<br />
<br />
<!--Categorias--><br />
[[Categoria:Anarquistas da Alemanha]]<br />
[[Categoria:Anarquistas dos Estados Unidos]]<br />
[[Categoria:Escritores alemães]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Johann_Most&diff=3015
Johann Most
2009-02-16T14:21:13Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info biografia |nome = Johann Joseph Most |imagem = Johannmost.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda = | |data_nascimento = ...</p>
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}}<br />
<br />
'''Johann Joseph Most''' ([[5 de fevereiro]] de [[1846]]{{ndash}} [[17 de março]] de [[1906]]) foi um [[anarquista]] propagandista [[alemão]] que viveu boa parte de sua vida nos [[Estados Unidos]]. No final do [[século XIX]] Most iniciou sua defesa do uso da violência como meio revolucionário com vistas na transformação política e social. Ficou conhecido por popularizar a estratégia da "[[propaganda pelo Ato|propaganda pela ação]]", que promoveu ações diretas contra indivíduos ou instituições (através do uso da violência) com o objetivo de forçar a mudança revolucionária e inspirar futuras ações em outros. Em seus últimos anos, no entanto, refutaria a propaganda pelo ato enquanto método verdadeiramente revolucionário.<br />
<br />
<!--Categorias--><br />
[[Categoria:Anarquistas da Alemanha]]<br />
[[Categoria:Anarquistas dos Estados Unidos]]<br />
[[Categoria:Escritores alemães]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Rudolf_Rocker&diff=3014
Rudolf Rocker
2009-02-16T14:20:20Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info biografia |nome = Johann Rudolf Rocker |imagem = Rudolf Rocker.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda = | |data_nascimento ...</p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
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}}<br />
<br />
'''Johann Rudolf Rocker''' ([[25 de Março]] de [[1873]]{{ndash}} [[19 de Setembro]] de [[1958]]) foi um propagandista, escritor e orador [[anarquista]], partidário do [[anarcossindicalismo|sindicalismo revolucionário]]. Rocker era de origem [[judaica]] e havia nascido na [[Alemanha]] e morado em diversos países europeus até imigrar para os [[Estados Unidos]] junto com sua companheira e também ativista libertária, [[Milly Witkop]]. Apesar de sua simpatia ao anarcossindicalismo Rudolf Rocker se autoproclamava um [[anarquismo sem adjetivos|anarquista sem adjetivos]] considerando as diferentes [[vertentes do Anarquismo|vertentes do pensamento anarquista]] como "apenas métodos diferentes de economia", nesse sentido o primeiro objetivo para os anarquistas deveria ser "garantir a generalização da liberdade pessoal e social à todos os homens".<ref>Avrich 2006 p.7</ref><br />
<br />
==Referências==<br />
{{reflist}}<br />
<br />
<!--Categorias--><br />
[[Categoria:Anarquistas da Alemanha]]<br />
[[Categoria:Escritores alemães]]<br />
[[Categoria:Anarquistas dos Estados Unidos da América]]<br />
[[Categoria:Anarquistas de origem judaica]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Louise_Michel&diff=3003
Louise Michel
2009-01-12T15:55:22Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
|nome = Louise Michel "Enjolras"<br />
|imagem = Louise Michel.jpg<br />
|imagem_tamanho = 200px<br />
|legenda = |<br />
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|local_nascimento = [[Vroncourt-la-Côte]] ([[França]])<br />
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|local_morte = [[Marselha]] ([[França]])<br />
}}'''Louise Michel''' (nascida em [[Vroncourt-la-Côte]], em [[29 de Maio]] de [[1830]] &mdash; falecida em [[Marselha]] em [[9 de Janeiro]] [[1905]]) cujo apelido era ''Enjolras'' foi uma ativista [[anarquista]], [[professora]], [[poetisa]] e [[escritora]], uma das mais importantes [[communard]]s da [[Comuna de Paris]]. A primeira a deflagar a [[Simbolismo anarquista|bandeira negra]] como símbolo que se tornaria popular entre os adeptos do Anarquismo. <br />
<br />
Preocupada com a educação infantil, Michel lecionou alguns anos em [[Paris]] até [[1956]]. Aos 26 anos nessa mesma cidade já possui uma extensa obra literária, política e educacional com foco nos movimentos sociais revolucionários. Participou ativamente da [[Comuna de Paris]], tanto na linha de frente nas barricadas, como em funções de apoio até ser capturada e deportada para a [[Nova Caledônia]], época em que amplia suas reflexões libertárias. Retorna à França em [[1880]] onde se tornara extremamente popular, participando de inúmeros eventos e reuniões operárias. Continua a ser vigiada pela polícia, sendo presa várias vezes por seu ativismo político até sua morte aos 74 anos de idade.<br />
<br />
Após seu falecimento continuou sendo considerada uma das mais notáveis anarquistas, feministas, sindicalistas e educadoras libertárias do [[século XIX]], preservando tal reconhecimento até a atualidade.<br />
<br />
==Biografia==<br />
===Primeiros anos===<br />
Louise Michel nasceu no [[Château]] de Vroncourt ([[Haute-Marne]]) do Lorde Charles-Etienne Demahis, em [[29 de Maio]] de [[1830]], filha da serviçal, Marianne Michel e Etienne Charles Demahis, filho de seu patrão.<ref name="Dictionnaire">''Dictionnaire biographique du Mouvement ouvrier français'', article ''Louise Michel'', Jean Maitron, Les Editions de l'Atelier, 1997 ([http://biosoc.univ-paris1.fr/actu/livres/gauthier2.htm disponible sur biosoc.univ-paris1.fr])</ref> Sua criação é assumida por seus avós paternos, que lhes proporcionam educação humanista de qualidade. Ainda na adolescência tem contato com os escritos de filósofos como [[Rousseau]] e [[Voltaire]].<ref name="toupie.org"/> Muito precocemente desenvolve um temperamento altruísta que permearia toda sua vida.<br />
<br />
Após a morte de seu avô em [[1850]] Michel muda-se para [[Chaumont]] onde faz um curso de magistério, mas é impedida de lecionar nas escolas estatais por se recusar a jurar lealdade para [[Napoleão III]] e seu império.<ref name="chronologie">[http://www.ac-creteil.fr/lycees/93/lmichelbobigny/louise/chrono/chrono.htm Chronologie de la vie de Louise Michel sur ac-creteil.fr]</ref> Diante das agruras do império ela se torna radicalmente anti-bonapartista, chegando mesmo a dizer que sentiria contemplada com o assassinato de Napoleão III. <br />
<br />
Em setembro de [[1852]] aos 22 anos, Michel funda uma escola livre em [[Audeloncourt]] onde leciona por um ano, ensinando princípios republicanos - inclusive com aulas de canto onde os alunos aprendem a cantar a [[Marselhesa]].<ref name="chronologie"/> Ao fim deste período a escola é obrigada a fechar por pressão das autoridades. No fim de [[1854]] ela abre outra escola, desta vez em [[Clefmont]] lecionando na mesma por também um ano. Por ensinar princípios republicanos passa novamente a ser perseguida pelo governo.<ref name="ac-grenoble">[http://www.ac-grenoble.fr/lycee/louise.michel/spip.php?article11 Sur le site ac-grenoble.fr]</ref><br />
<br />
===Em Paris===<br />
Em [[1956]] Michel se muda para a cidade de [[Paris]] onde passa a lecionar em um colégio interno para moças em [[Montmartre]] ao mesmo tempo em que se dedica apaixonada e intensamente a atos de solidariedade e política revolucionária<ref name="Dictionnaire"/>. Durante os próximos quinze anos Michel prossegue dando continuidade as suas atividades de ensino. Em [[1865]] ela funda uma escola (cujo período diário letivo é 12 horas) na '''rue Houdon'', proferindo também um curso na ''rue Oudot'' em [[1868]].<ref name="chronologie"/> Gradualmente vai se mostrando favorável a novos ideais apoiando a criação de escolas e orfanatos [[laico]]s.<br />
<br />
[[image:LouiseMichel.jpg|thumb|right|200px|Louise Michel com a farda da Guarda Nacional]]Interessada em literatura, Louise Miche publica nessa mesma época diversos textos, incluindo os poemas que ela escreveu sob o pseudônimo de ''Enjolras''.<ref name="terresdecrivains"> http://www.terresdecrivains.com/Louise-MICHEL</ref> Pelo seu envolvimento com a literatura não demora muito até que conheça [[Victor Hugo]], um dos mais famosos e respeitados escritores da época. Louise passa a se corresponder com Victor Hugo até [[1879]], enviando-lhe alguns de seus poemas.<ref name="toupie.org">[http://www.toupie.org/Biographies/Michel.htm Sur toupie.org]</ref> Enfeitiçada pelo charme de Victor Hugo,<ref name="Interview">Interview de Xavière Gauthier [http://biosoc.univ-paris1.fr/actu/livres/gauthier1.htm sur biosoc.univ-paris1.fr]</ref> alguns historiadores que eles teriam tido uma filha juntos, Victorine, criada por uma babá desde o seu nascimento<ref name="Yves Murie">Yves Murie, ''Victorine, le grand secret de Louise Michel'', SAEP, 2000 {{ISBN|2951478003}} ([http://www.republique-des-lettres.fr/1000-louise-michel.php article de ''La République des Lettres'']</ref>. Tal hipótese no entanto continua a ser qüestionada. Victor Hugo retrata Michel como sua personagem "''Judith, la sombre Juive''" e "''Ária, la romaine''", mulheres excepcionais com destinos trágicos.<br />
<br />
Michel acaba por participar de um ambiente revolucionário que à época se dava nos meios intelectuais de [[Paris]]. Conhece Jules Vallès, Eugène Varlin, Raoul Rigault e Émile Eudes, entre outros, jornalistas e militantes organizados em torno do periódico de oposição ao governo chamado ''Le cri du peuple'' (O Grito do Povo).<ref name="ac-grenoble"/> Em [[1862]], torna-se membro da "União dos poetas", <ref name="chronologie"/> em [[1869]], é escolhida secretária da Liga Democrática de moralização, cuja meta é o auxílio aos trabalhadores.<ref name="toupie.org"/> À época, Louise se reconhece como [[Auguste Blanqui|blanquista]], ou seja, um adepta do movimento revolucionário [[republicano]] e [[socialista]], fundado por [[Auguste Blanqui]].<ref name="Dictionnaire"/><br />
<br />
Em agosto de [[1870]], durante a [[Guerra franco-prussiana]] aos 40 anos de idade Louise Michel milita contra o encarceramento de blanquistas entre estes Émile Eudes e Brideau.<ref name="chronologie"/> Em setembro, após a queda do Império, ela participa do Comitê de vigilância dos cidadãos do XVIII [[arrondissement]], do qual será eleita presidente; a época conhece [[Théophile Ferré]]<ref name="chronologie"/> por quem se apaixona.<ref name="Dictionnaire"/> Quando a fome se abate sobre Paris, Michel cria um restaurante comunitário para seus alunos. A época conhece Georges Clemenceau, então presidente da Câmara de Montmartre. E assiste acontecimentos surpreendentes: mulheres crianças e guardas confederados que confraternizam com a população em alegria e paz. Pouco depois Louise Michel abandona o blanquismo para se unir a ala mais radical da revolução, composta pelos [[anarquista]]s, que consideram necessário investir em uma ofensiva a [[Versailles]] com a o intuito de dissolver o governo de [[Adolphe Thiers]], no momento em que este possui poucas tropas. Louise junto com outros anarquistas se dispõem a ir até Versailles e assassinar Thiers.<ref name="Fernand Planche">Fernand Planche, ''La vie ardente et intrépide de Louise Michel'', Édition Tops-H. Trinquier, 2005</ref> No entanto o plano não tem andamento e a oportunidade é perdida.<br />
<br />
===A Comuna===<br />
[[Image:Jules Girardet - Louise Michel harangue les Communards.jpg|thumb|left|230px|''Louise Michel entre os [[communard]]s'' por Jules Girardet]]<br />
Durante a [[Comuna de Paris]] Louise Michel desempenhará diversas atividades. Servirá primeiramente como enfermeira de fronte cuidando dos feridos nas barricadas, mais tarde, durante o cerco de Paris, pela primeira vez ela veste a farda da guarda nacional, se oferecendo para matar Thiers. <br />
<br />
Uma anedota da época diz que desde que Louise vestiu a farda da Guarda Nacional em [[22 de Janeiro]] de [[1871]], simultaneamente passou a exercer a função de propagandista da Comuna, manteve o 61 Batalhão de Montmartre, dirigiu a ambulância que cuidava dos feridos e participou do Clube da Revolução na Igreja de Saint-Bernard.<ref name="Dictionnaire"/> Nos dias 17 e 18 de Março Louise Michel desempenhou um papel ativo na infantaria dos canhões da guarda nacional que manteve a barricada de Montmartre.<ref name="chronologie"/><br />
<br />
Em Maio, quando Versailles iniciou o ataque contra a cidade, Louise tomou parte nas batalhas de Clamart, Issy-les-Moulineaux, Neuilly,<ref name="chronologie"/> Sobre a barricada de ''Clignancourt'', ela tomou parte nos combates de rua onde a tiros consegue libertar da detenção sua mãe que iria ser presa em seu lugar.<ref name="ac-grenoble"/> Posteriormente também assiste a morte por execução de muitos de seus amigos, incluindo seu amante e companheiro [[Théophile Ferré]], executado em Novembro de 1871 juntamente com [[Louis Rossel]], o ex-ministro da guerra da Comuna. Em sua homenagem e memória Michel compõe o poema ''Les Œillets rouges'' (cravos vermelhos), uma declaração de amor e carta de despedida. Sem qualquer questionamento sobre o tamanho de seu sentimento de perda, [[Victor Hugo]] dedica seu poema ''Viro Major'' à ela. Este depoimento ardente foi talvez uma das maiores fontes de exaltação que já feito em sua homenagem, causando muita dificuldade para os inimigos de Michel.<br />
<br />
Diante das mortes de seus companheiros Louise Michel passa a reivindicar para si o direito ao assassinato do juiz que os condenou. No entanto presa, em Dezembro de [[1871]] ela é levada a julgamento no VI Conselho de Guerra, sendo alvo de uma série de acusações incluindo a tentativa de derrubada do governo, encorajar cidadãos a pegar em armas, e utilizar armas e fardamento militar. De forma desafiadora no tribunal ela reafirma seu compromisso com a Comuna e seus ideais, e desafia os juízes a sentenciá-la a morte. Talvez por medo de uma reação popular a sentença de morte não é comutada.<br />
<br />
Entre [[1871]] e [[1873]], Louise Michel passa vinte meses na detenção na Abadia de ''Auberive'' (convertida em prisão), para ser posteriormente condenada à deportação.<ref name="Dictionnaire"/> Àquela época a imprensa estatal de Versailles lhes satiricamente a nomeia ''la Louve rouge, la Bonne Louise'' (a loba vermelha, a boa Louise).<ref name="Xavière Gauthier">Louise Michel, Xavière Gauthier, ''Histoire de ma vie, 2e et 3e parties'', Presses Universitaires de Lyon, coll. « Hors Collection », 2000 {{ISBN|2729706488}}</ref><br />
<br />
===Deportação===<br />
[[Image:Louise-Michel.jpg|180px|thumb|right|Louise Michel em Noumea]]<br />
<br />
Em [[8 de Agosto]] de [[1873]] Louise Michel é colocada no navio ''Virginie'' ,<ref name="chronologie"/> que a levará para seu exílio na [[Nova Caledônia]] onde ela desembarca após 4 meses de viagem. <br />
<br />
Ainda a bordo do navio Louise Michel se aproxima do também prisioneiro Henri Rochefort, à época uma famosa figura polêmica, que se tornaria seu amigo até sua morte. Também conhece [[Nathalie Lemel]], outra figura ativa na Comuna. Estes contatos fazem com que Louise passe a se reconhecer publicamente como anarquista. Permanece na Nova Caledônia por sete anos, recusando qualquer tratamento especial reservado às mulheres. <br />
<br />
Faz amizade com a população local, da etnia ''kanak'', Cria a revista "''Petites Affiches de la Nouvelle-Calédonie''" (Pequenas Cartas da Nova Caledônia) e publica o livro "''Légendes et chansons de gestes canaques''" onde compila os cantos e as lendas dos nativos.<ref name="ish-lyon"/> Torna-se professora desta população, e ao contrário de outros communards deportados, toma parte ao lado dos kanaks em sua revolta de [[1878]]. Posteriormente ela afirmaria ter enviado ao líder da rebelião, ''Ataî'', um pedaço de sua manta.<br />
<br />
No ano seguinte, Louise Michel recebe autorização das autoridades coloniais para se lecionar em [[Noumea]] para os filhos dos deportados - entre eles muitos Cabilas (Cabilas do Pacífico da rebelião de Cheikh Mokrani de [[1871]]) - e mais tarde também passa a dar aulas em uma escola para meninas.<br />
<br />
===O retorno===<br />
[[image:Girardet-L'arrestation de Louise Michel..jpg|thumb|230px|left|A prisão de Louise Michel por Girardet.]]<br />
Michel retornou a Paris em [[1880]] depois que a anistia foi garantida aos [[Communards]]. Sua paixão revolucionária não havia diminuído. Em [[21 de Novembro]] de [[1880]] é calorosamente recebida por uma multidão para a qual discursa. Retomando sua incansável atividade de militante revolucionária na Europa, participando de eventos e reuniões e do congresso anarquista em [[Londres]] em [[1881]], onde ajuda a organizar manifestações falando para multidões imensas. Após dois meses de sua chegada ela inicia a publicação de seu romance "''La Misère''" (A Miséria) em fascículos atingindo enorme sucesso.<ref name="ish-lyon">http://lire.ish-lyon.cnrs.fr/spip.php?article131</ref><br />
<br />
Em [[18 de Março]] de [[1882]] durante uma grande reunião de libertários no Hall Favié em [[Paris]], Louise Michel propõe uma separação entre os socialistas - libertários e autoritários - como forma de se afastar dos parlamentares socialistas e suas regras inequívocas. Nessa mesma reunião defende a adoção da bandeira negra como símbolo do anarquismo em contraste com a "''bandeira vermelha encharcada com o sangue dos nossos combatentes. Já deflagrei a bandeira negra que ostenta a dor de nossas vidas e nossas ilusões''".<ref name="Favié">Louise Michel, Meeting salle Favié, 18 mars 1882</ref><br />
<br />
Em 9 de Março [[1883]] discursa em uma manifestação de desempregados junto com [[Émile Pouget]], ao fim da manifestação são saqueadas três panificadoras <ref name="chronologie"/> e se dão enfrentamentos com o aparato repressor estatal. Louise é presa e acusada de liderar os saques, levada a julgamento algumas semanas depois é condenada a seis anos de prisão, e 10 anos de vigilância policial proibida de discursar em público. Mas não chega a cumprir a pena, três anos depois em [[1886]] é liberada ao mesmo tempo que [[Piotr Kropotkin]] e outros anarquistas notáveis.<ref>Dominique Leborgne, ''Saint-Germain des Prés et son faubourg'', Paris, Parigramme, 2005, p. 200.</ref><br />
<br />
Depois de um breve período de liberdade é novamente encarcerada condenada a mais seis anos de prisão por fazer discursos inflamados. É liberada em Janeiro de [[1886]] graças a intervenção de [[Georges Clemenceau]] junto ao presidente da república [[Jules Grévy]], para que pudesse ver sua mãe novamente em seu leito de morte.<ref>{{quote|Je vous remercie. Il paraît que vous avez senti que je ne pouvais sans infamie accepter une grâce à laquelle je n'ai pas plus de droits que les autres. Tout ou rien. Je ne veux pas qu'on me paye le cadavre de ma mère [...] Qu'on me laisse tranquille}}, Correspondance du 4 mai 1885 à Lissagaray, in Rene Bidouze, ''Lissagaray, la plume et l'épée''</ref> Em agosto do mesmo ano volta a ser presa por quatro meses após discursar em favor dos mineiros de Decazeville junto com [[Jules Guesde]], [[Paul Lafargue]] e Susini. Durante o julgamento é aconselhada a apelar, mas recusasse, sendo finalmente liberada em Novembro por conta de um induto.<ref name="chronologie"/><br />
<br />
===Últimos anos===<br />
[[Image:1888-attentat louisemichel.jpg|200px|thumb|Atentado contra Louise Michel, em [[1888]].]] <br />
Em Janeiro de 1887 discursa contra a pena de morte, em resposta condenação de seu amigo [[Clément Duval]]. <ref Name="ac-grenoble"/> Em 22 de Janeiro de [[1888]] após uma tarde falando para uma platéia lotada no teatro de Gaîté em [[Havre]], a noite no Salão Élysée, Louise Michel sofre um atentado levando dois tiros de pistola disparados pelo ''chouan'' Pierre Lucas. Um dos tiros atinge sua cabeça, mas só superficialmente. Mesmo se tratando de uma tentativa de assassinato Louise se recusa a apresentar queixa contra seu agressor.<ref name="ac-grenoble"/><br />
Em Abril de [[1890]], Louise Michel é detida na Áustria após participar de um grande encontro libertário que acabou em manifestações violentas na cidade de [[Viena]]. Um mês depois de seu encarceramento, ela se recusa a ser libertada enquanto outros anarquistas com os quais discursara permanecessem na prisão. Habilmente figuras que lhes são contrárias utilizam esta forma de protesto para taxá-la de "louca" e, com o auxílio de um médico, começam a se mobilizar para interná-la em um asilo. No entanto voltam atrás temendo alimentar oposições. Aos 60 anos Michel é libertada e deixa Viena para a cidade de Paris em Junho.<ref Name="chronologie"/> No mês seguinte deixa Paris para se refugiar em [[Londres]], onde dirige uma escola libertária para crianças pequenas. Retorna após cinco anos em [[13 de Novembro]] de [[1895]], onde é novamente recebida e saudada por uma grande manifestação na estação de trem Gare Saint-Lazare.<ref name="chronologie"/> No mesmo ano toma parte nas manifestações provocadas pelo [[Caso_Dreyfus|Incidente Dreyfuss]]. <br />
<br />
Durante a última década de sua vida, Louise Michel, é reconhecida como uma grande figura revolucionária anarquista por anarquistas em toda a Europa, realizando numerosas conferências em Paris e em outras nações, sendo acompanhada por ativistas e apesar da seu cansaço, alternando sua militância, com visitas a [[Londres]], onde permanecia na companhia de amigos. Em [[1895]], ela funda o jornal ''[[Le Libertaire]]'' (O Libertário) juntamente com [[Sébastien Faure]]. <ref name="ac-grenoble"/> Em [[27 de Julho]] de [[1896]], Toma parte no Congresso Internacional dos Trabalhadores em Londres. <ref name="chronologie"/> .<br />
<br />
Louise Michel estava viajando pela França realizando leituras em prol das causas anarquistas quando morreu acometida por uma forte pneumonia no Quarto 11,<ref> [http://www.libcom.org/forums/viewtopic.php?t=10060 ''Eu estava no quarto quando Louise Michel morreu...''], forum post at libcom.org, accessed 2006-06-19</ref> do Hotel Oasis, em [[Marselha]] em [[10 de Janeiro]] de [[1905]]. Seu funeral em Paris atraiu uma multidão imensa de milhares de pessoas que não falhou em impressionar seus contemporâneos.<ref name="toupie.org"/> Nele muitos oradores se revezaram tomando a palavra, entre eles o grão mestre da Ordem Maçónica Mista Internacional. Também em seu túmulo surgiram diversas insígnias e emblemas maçônicos provocando a curiosidade de muitos se Michel de fato fazia parte ou não da [[maçonaria]] antes da morte.<br />
<br />
Outro a discursar foi [[Sébastien Faure]] que convivendo muito com Michel em seus últimos dias, diante das manifestações dos maçons, afirmou que ela jamais pertencera àquela associação uma vez que ela não estava estruturada como uma federação libertária.<ref name="Dictionnaire"/> Outro amigo de Louise Lorulot, argumentaria que ela não havia aderido a [[Le Droit Humain|Ordem Maçónica Mista Internacional O Direito Humano]] fundada em [[1893]]. Um ano antes de sua morte ela havia sido convidada para participar, mas nunca fora "iniciada". Os membros presentes se sentiram honrados com a sua presença e acreditaram que suas próximas ações seria no sentido de aceitar os ritos de iniciação. No entanto, ela se recusou a participar dos ritos e fazer parte da maçonaria já que "''eles não aceitavam mulheres''".<ref>L'Idée libre, avril 1959</ref><br />
<br />
==Legado==<br />
===Memória===<br />
[[image:Louise Michel-portrait.JPG|thumb|left|150px|Louise Michel]] Até [[1916]] todo aniversário de sua morte um ritual em sua memória era realizado junto ao seu túmulo localizado no cemitério de Levallois-Perret.<ref name="ac-grenoble"/> Em [[24 de Setembro]] de [[1937]] uma estação do [[metrô]] de Paris localizada em Levallois-Perret recebeu seu nome em homenagem. Em 1946 seus restos mortais foram movidos para a Rotunda das '' Victimes du devoir'' localizado no cemitério em que se encontrava.<ref name="chronologie"/> Até os dias de hoje seu túmulo recebe flores vermelhas a cada dia de seu aniversário.<br />
<br />
Frequentemente seu nome foi adotado por escolas e jardins de infância na [[França]]. Em [[28 de Fevereiro]] de [[2004]] em sua homenagem e como prova do valor a sua memória a praça ''Willette'' localizada junto à basílica do Sagrado Coração de Montmartre recebeu seu nome. Também em sua homenagem recebe o nome de Louise Michel o prêmio conferido pelo Centro de Estudos Políticos e Sociais em Paris, destinado àqueles que "mais se destacam na promoção do diálogo e da democracia na França".<ref name="humanite.fr"/><ref name="humanite.fr">''Bouteflika, prix Louise-Michel'', sur [http://www.humanite.fr/2005-10-01_International_Bouteflika-prix-Louise-Michel humanite.fr]</ref><br />
<br />
Em [[2005]] foi comemorado o centésimo aniversário da morte de Louise Michel, na ocasião duas conferências prestaram homenagens a "boa Louise", uma delas organizada em março pela prefeitura de Paris e a outra pela associação Actazé "Louise Michel, figura de Transversalidade" (editada por Valerie Morignat).<ref>Les informations complètes sur ce colloque intitulé « Louise Michel, Figure de la transversalité » sont sur les pages d’Actazé qui publiera début 2007 l’intégralité des conférences [http://www.valeriemorignat.net/louise_michel ''Louise Michel, Figure de la Tranversalité'']</ref> Este evento reuniu 22 especialistas na vida e obra de Louise Michel que trataram da sua personalidade inclassificável, brilhante e contemporânea. Na ocasião ainda foi encenada uma peça teatral escrita por Pierre Humbert.<ref>[http://biosoc.univ-paris1.fr/pdf/LOUISE%20MICHEL%20dossier.pdf Présentation]</ref><br />
<br />
===Sindicalismo e feminismo===<br />
Louise Michel segue sendo uma figura emblemática tanto no [[anarquismo|movimento anarquista]] quanto nos [[anarcossindicalismo|movimentos sindicais]]. Por vezes é tratada através de um vocabulário reservado para santos e hereges, de "boa Louise" à "Dama vermelha". Uma mulher, educada e culta, que rodeada por figuras masculinas conhecidas, até o final de sua vida, frequentemente fazendo mais do que eles fizeram.<br />
<br />
Sua influência encontra-se também presente nos Estudos Femininos Americanos que tratam das relações de gênero. Assim como [[George Sand]], foi uma das poucas mulheres que no [[século XIX]] adotou vestimentas masculinas em algum momento de sua vida, como forma de reivindicação de igualdade de direitos e liberdades entre os gêneros.<br />
<br />
Também é reconhecida por sua obra literária formada de poucos escritos teóricos, mas repleta de [[poema]]s, [[conto]]s e [[história]]s, e também por romances como "A Miséria", no qual através de brilhante capacidade literária, dá visibilidade ao drama social vivenciado nos subúrbios de Paris. Seu foco sempre fora nos pobres e nas crianças sobre as quais jamais deixou de se interessar, deixando para posteridade pelo bem estar destas sua defesa da "revolução social", como ela mesma diria.<ref name="Louis Andrieux">Louis Andrieux, ''[http://gallica.bnf.fr/document?O=N065129 Souvenirs d'un préfet de police]'', Paris, J. Rouff, 1885</ref><br />
<br />
===Na cultura popular===<br />
*Os grupos de [[Louise Attaque]] ([[folk]]-[[rock]]) e Les Louise Mitchels ([[punk]]-rock experimental) possuem estes nomes em homenagem a Louise Michel.<br />
<br />
*Em [[2005]] Clément Riot rendeu homenagem à Louise Michel através de sua epopéia acústica Daoumi a quem dedicou a sua memória.<ref>[http://atelierdecreationlibertaire.com/article.php3?id_article=499 Sur atelierdecreationlibertaire.com]</ref><br />
<br />
* O terceiro filme dos "Grolandeses" Bento Delépine e Gustave Kervern chamado Louise-Michel lançado em [[2008]], mesmo não tratando da communard libertária, rende uma homenagem bem humorada a ela. Conta a história de um trabalhador de nome Louise que após ser demitido contrata um suposto assassino chamado Michel para matar seu patrão.<ref>http://www.imdb.com/title/tt1132594/#comment</ref><br />
<br />
==Produção bibliográfica==<br />
[[image:Levallois 062.JPG|thumb|200px|Estátua de Louise Michel em Levallois, na França.]]<br />
* ''À travers la vie'', poesia, Paris, [[1894]].<br />
* ''Le Bâtard impérial'', por L. Michel and J. Winter, Paris, [[1883]].<br />
* ''Le claque-dents'', Paris.<br />
* ''La Commune'', Paris, [[1898]].<br />
* ''Contes et légendes'', Paris, [[1884]].<br />
* ''Les Crimes de l'époque'', nouvelles inédites, Paris, [[1888]].<br />
* ''Défense de Louise Michel'', [[Bordeaux]], [[1883]].<br />
* ''L'Ère nouvelle, pensée dernière, souvenirs de Calédonie (canções dos prisioneiros)'', Paris, [[1887]]<br />
* ''La Fille du peuple'' par L. Michel et A. Grippa, Paris ([[1883]]) Fleurs et ronces, poetry, Paris,<br />
* ''Le Gars Yvon, légende bretonne'', Paris, [[1882]].<br />
* ''Lectures encyclopédiques par cycles attractifs'', Paris, [[1888]].<br />
* ''Ligue internationale des femmes révolutionnaires, Appel à une réunion.'' Assinado por "Louise Michel", Paris, [[1882]].<br />
* ''Le livre du jour de l'an : historiettes, contes et légendes pour les enfants'', Paris, [[1872]].<br />
* ''Lueurs dans l'ombre. Plus d'idiots, plus de fous. L'âme intelligente. L'idée libre. L'esprit lucide de la terre à Dieu...'' Paris, [[1861]].<br />
* ''Manifeste et proclamation de Louise Michel aux citoyennes de Paris'', Assinado por "Louise Maboul", Paris, [[1883]].<br />
* ''Mémoires'', Paris, [[1886]], t. 1.<br />
* ''Les Méprises, grand roman de mœurs parisiennes'', por Louise Michel e Jean Guêtré, Paris, [[1882]].<br />
* ''Les Microbes humains'', Paris, [[1886]].<br />
* ''La Misère'' por Louise Michel, 2 parte, e Jean Guêtré 1 parte, Paris, [[1882]]].<br />
* ''Le Monde nouveau'', Paris, [[1888]]<br />
<br />
'''Póstumas:''' : <br />
* ''Vol. I. Avant la Commune''. Prefácio por Laurent Tailhade, [[Alfortville]], [[1905]].<br />
* ''Les Paysans'' por Louise Michel e Émile Gautier, Paris, Incompleto.<br />
* ''Prise de possession'', Saint-Denis, [[1890]].<br />
* ''Le Rêve'' (em uma obra de Constant Martin), Paris, 1898.<br />
* ''Légendes et chants de gestes canaques. Présentation.'' Gérard Oberlé. Edição de [[1900]]. [[1988]].<br />
* ''{{lang|fr|Je vous écris de ma nuit, correspondance générale, 1850-1904}}'', edição produzida por Xavière Gauthier, Édition de Paris-Max Chaleil, [[1999]].<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Emma Goldman]]<br />
* [[Maria Lacerda de Moura]]<br />
* [[Voltairine de Cleyre]]<br />
* [[Mary Wollstonecraft]]<br />
* [[Victoria Woodhull]]<br />
<br />
==Notas e Referências==<br />
{{reflist|3}}<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Irma Boyer, ''La Vierge rouge. Louise Michel, d’après des documents inédits, avec quatre portraits'', André Delpeuch éd., 1927.<br />
* Clotilde Chauvin, Louise Michel en Algérie, La tournée de conférences de Louise Michel et Ernest Girault en Algérie (octobre-décembre 1904), Éditions Libertaires, 2007<br />
* Pierre Durand, ''Louise Michel ou la révolution romantique'', Éditeurs Français Réunis, 1971.<br />
*Pierre Durand, ''Louise Michel, la passion''. Pantin : le Temps des cerises, [[2005]]. 180 p., 20 cm. ISBN 2-84109-552-5. Contient un choix de poèmes de Louise Michel.<br />
* Françoise d’Eaubonne, ''Louise Michel la Canaque : 1873-1880'', Éditions Encre, 1985.<br />
* Xavière Gauthier, ''La Vierge rouge'', Édition de Paris-Max Chaleil, 1999. Première édition sous le titre : ''L’insoumise, biographie romancée de Louise Michel''.<br />
* Ernest Girault, ''La Bonne Louise'', Bibliothèque des auteurs modernes, 1906.<br />
* Xavier de La Fournière, ''Louise Michel, matricule 2182'', Perrin, 1986.<br />
* Paule Lejeune, ''Louise Michel l’indomptable'', éditions Des Femmes, 1978.<br />
* Jean Maitron, ''Histoire du Mouvement anarchiste''.<br />
* Yves Murie, ''Victorine, le grand secret de Louise Michel'', chez l’auteur, 2000.<br />
* Fernand Planche, La vie ardente et intrépide de Louise Michel, Édition Tops-H. Trinquier, 2005<br />
* Michel Ragon, ''Georges et Louise'', Albin Michel, 2000.<br />
* Anne Sizaire, ''Louise Michel : l’absolu de la générosité'', Desclée de Brouwer, 1995.<br />
* Édith Thomas, ''Louise Michel ou la Velléda de l’anarchie'', Gallimard, 1971.<br />
* Gerald Dittmar "Louise Michel : DITTMAR 2004;<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
{{commons|category:Louise Michel}}<br />
* [http://classiques.uqac.ca/classiques/michel_louise/la_commune/la_commune.html A Comuna (1898)] Clássicos das Ciências Sociais. {{fr}}<br />
* [http://www.caricaturesetcaricature.com/article-10302057.html Caricaturas de Louise Michel] em caricaturesetcaricature.com.{{fr}}<br />
* [http://enjolras.free.fr/ site sobre Louise Michel] {{fr}}<br />
* Poemas selecionados em [http://www.francopolis.net/Vie-Poete/louisemichel.htm francopolis.net] {{fr}}<br />
* Extrato do processo da communarde Louise Michel, Versailles, Dezembro de 1871 [http://increvablesanarchistes.org/articles/avan1914/commun_paris.htm] {{fr}}<br />
*[http://www.pco.org.br/revista_digital/2006/agosto/mulheres_paris.htm "As mulheres de Paris", trecho do livro A Comuna de Louise Michel ] {{pt}}<br />
<br />
{{biografias}}<br />
{{DEFAULTSORT:Michel, Louise}}<br />
[[Categoria:Anarco-sindicalistas]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da França]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Comuna de Paris]]<br />
[[Categoria:Communards]]<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
<br />
[[es:Louise Michel]]<br />
[[en:Louise Michel]]<br />
[[fr:Louise Michel]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Louise_Michel&diff=3002
Louise Michel
2009-01-12T15:54:21Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Info biografia |nome = Louise Michel "Enjolras" |imagem = Louise Michel.jpg |imagem_tamanho = 200px |legenda = | |data_nascimento...</p>
<hr />
<div>{{Info biografia<br />
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}}'''Louise Michel''' (nascida em [[Vroncourt-la-Côte]], em [[29 de Maio]] de [[1830]] &mdash; falecida em [[Marselha]] em [[9 de Janeiro]] [[1905]]) cujo apelido era ''Enjolras'' foi uma ativista [[anarquista]], [[professora]], [[poetisa]] e [[escritora]], uma das mais importantes [[communard]]s da [[Comuna de Paris]]. A primeira a deflagar a [[Simbolismo anarquista|bandeira negra]] como símbolo que se tornaria popular entre os adeptos do Anarquismo. <br />
<br />
Preocupada com a educação infantil, Michel lecionou alguns anos em [[Paris]] até [[1956]]. Aos 26 anos nessa mesma cidade já possui uma extensa obra literária, política e educacional com foco nos movimentos sociais revolucionários. Participou ativamente da [[Comuna de Paris]], tanto na linha de frente nas barricadas, como em funções de apoio até ser capturada e deportada para a [[Nova Caledônia]], época em que amplia suas reflexões libertárias. Retorna à França em [[1880]] onde se tornara extremamente popular, participando de inúmeros eventos e reuniões operárias. Continua a ser vigiada pela polícia, sendo presa várias vezes por seu ativismo político até sua morte aos 74 anos de idade.<br />
<br />
Após seu falecimento continuou sendo considerada uma das mais notáveis anarquistas, feministas, sindicalistas e educadoras libertárias do [[século XIX]], preservando tal reconhecimento até a atualidade.<br />
<br />
==Biografia==<br />
===Primeiros anos===<br />
Louise Michel nasceu no [[Château]] de Vroncourt ([[Haute-Marne]]) do Lorde Charles-Etienne Demahis, em [[29 de Maio]] de [[1830]], filha da serviçal, Marianne Michel e Etienne Charles Demahis, filho de seu patrão.<ref name="Dictionnaire">''Dictionnaire biographique du Mouvement ouvrier français'', article ''Louise Michel'', Jean Maitron, Les Editions de l'Atelier, 1997 ([http://biosoc.univ-paris1.fr/actu/livres/gauthier2.htm disponible sur biosoc.univ-paris1.fr])</ref> Sua criação é assumida por seus avós paternos, que lhes proporcionam educação humanista de qualidade. Ainda na adolescência tem contato com os escritos de filósofos como [[Rousseau]] e [[Voltaire]].<ref name="toupie.org"/> Muito precocemente desenvolve um temperamento altruísta que permearia toda sua vida.<br />
<br />
Após a morte de seu avô em [[1850]] Michel muda-se para [[Chaumont]] onde faz um curso de magistério, mas é impedida de lecionar nas escolas estatais por se recusar a jurar lealdade para [[Napoleão III]] e seu império.<ref name="chronologie">[http://www.ac-creteil.fr/lycees/93/lmichelbobigny/louise/chrono/chrono.htm Chronologie de la vie de Louise Michel sur ac-creteil.fr]</ref> Diante das agruras do império ela se torna radicalmente anti-bonapartista, chegando mesmo a dizer que sentiria contemplada com o assassinato de Napoleão III. <br />
<br />
Em setembro de [[1852]] aos 22 anos, Michel funda uma escola livre em [[Audeloncourt]] onde leciona por um ano, ensinando princípios republicanos - inclusive com aulas de canto onde os alunos aprendem a cantar a [[Marselhesa]].<ref name="chronologie"/> Ao fim deste período a escola é obrigada a fechar por pressão das autoridades. No fim de [[1854]] ela abre outra escola, desta vez em [[Clefmont]] lecionando na mesma por também um ano. Por ensinar princípios republicanos passa novamente a ser perseguida pelo governo.<ref name="ac-grenoble">[http://www.ac-grenoble.fr/lycee/louise.michel/spip.php?article11 Sur le site ac-grenoble.fr]</ref><br />
<br />
===Em Paris===<br />
Em [[1956]] Michel se muda para a cidade de [[Paris]] onde passa a lecionar em um colégio interno para moças em [[Montmartre]] ao mesmo tempo em que se dedica apaixonada e intensamente a atos de solidariedade e política revolucionária<ref name="Dictionnaire"/>. Durante os próximos quinze anos Michel prossegue dando continuidade as suas atividades de ensino. Em [[1865]] ela funda uma escola (cujo período diário letivo é 12 horas) na '''rue Houdon'', proferindo também um curso na ''rue Oudot'' em [[1868]].<ref name="chronologie"/> Gradualmente vai se mostrando favorável a novos ideais apoiando a criação de escolas e orfanatos [[laico]]s.<br />
<br />
[[image:LouiseMichel.jpg|thumb|right|200px|Louise Michel com a farda da Guarda Nacional]]Interessada em literatura, Louise Miche publica nessa mesma época diversos textos, incluindo os poemas que ela escreveu sob o pseudônimo de ''Enjolras''.<ref name="terresdecrivains"> http://www.terresdecrivains.com/Louise-MICHEL</ref> Pelo seu envolvimento com a literatura não demora muito até que conheça [[Victor Hugo]], um dos mais famosos e respeitados escritores da época. Louise passa a se corresponder com Victor Hugo até [[1879]], enviando-lhe alguns de seus poemas.<ref name="toupie.org">[http://www.toupie.org/Biographies/Michel.htm Sur toupie.org]</ref> Enfeitiçada pelo charme de Victor Hugo,<ref name="Interview">Interview de Xavière Gauthier [http://biosoc.univ-paris1.fr/actu/livres/gauthier1.htm sur biosoc.univ-paris1.fr]</ref> alguns historiadores que eles teriam tido uma filha juntos, Victorine, criada por uma babá desde o seu nascimento<ref name="Yves Murie">Yves Murie, ''Victorine, le grand secret de Louise Michel'', SAEP, 2000 {{ISBN|2951478003}} ([http://www.republique-des-lettres.fr/1000-louise-michel.php article de ''La République des Lettres'']</ref>. Tal hipótese no entanto continua a ser qüestionada. Victor Hugo retrata Michel como sua personagem "''Judith, la sombre Juive''" e "''Ária, la romaine''", mulheres excepcionais com destinos trágicos.<br />
<br />
Michel acaba por participar de um ambiente revolucionário que à época se dava nos meios intelectuais de [[Paris]]. Conhece Jules Vallès, Eugène Varlin, Raoul Rigault e Émile Eudes, entre outros, jornalistas e militantes organizados em torno do periódico de oposição ao governo chamado ''Le cri du peuple'' (O Grito do Povo).<ref name="ac-grenoble"/> Em [[1862]], torna-se membro da "União dos poetas", <ref name="chronologie"/> em [[1869]], é escolhida secretária da Liga Democrática de moralização, cuja meta é o auxílio aos trabalhadores.<ref name="toupie.org"/> À época, Louise se reconhece como [[Auguste Blanqui|blanquista]], ou seja, um adepta do movimento revolucionário [[republicano]] e [[socialista]], fundado por [[Auguste Blanqui]].<ref name="Dictionnaire"/><br />
<br />
Em agosto de [[1870]], durante a [[Guerra franco-prussiana]] aos 40 anos de idade Louise Michel milita contra o encarceramento de blanquistas entre estes Émile Eudes e Brideau.<ref name="chronologie"/> Em setembro, após a queda do Império, ela participa do Comitê de vigilância dos cidadãos do XVIII [[arrondissement]], do qual será eleita presidente; a época conhece [[Théophile Ferré]]<ref name="chronologie"/> por quem se apaixona.<ref name="Dictionnaire"/> Quando a fome se abate sobre Paris, Michel cria um restaurante comunitário para seus alunos. A época conhece Georges Clemenceau, então presidente da Câmara de Montmartre. E assiste acontecimentos surpreendentes: mulheres crianças e guardas confederados que confraternizam com a população em alegria e paz. Pouco depois Louise Michel abandona o blanquismo para se unir a ala mais radical da revolução, composta pelos [[anarquista]]s, que consideram necessário investir em uma ofensiva a [[Versailles]] com a o intuito de dissolver o governo de [[Adolphe Thiers]], no momento em que este possui poucas tropas. Louise junto com outros anarquistas se dispõem a ir até Versailles e assassinar Thiers.<ref name="Fernand Planche">Fernand Planche, ''La vie ardente et intrépide de Louise Michel'', Édition Tops-H. Trinquier, 2005</ref> No entanto o plano não tem andamento e a oportunidade é perdida.<br />
<br />
===A Comuna===<br />
[[Image:Jules Girardet - Louise Michel harangue les Communards.jpg|thumb|left|230px|''Louise Michel entre os [[communard]]s'' por Jules Girardet]]<br />
Durante a [[Comuna de Paris]] Louise Michel desempenhará diversas atividades. Servirá primeiramente como enfermeira de fronte cuidando dos feridos nas barricadas, mais tarde, durante o cerco de Paris, pela primeira vez ela veste a farda da guarda nacional, se oferecendo para matar Thiers. <br />
<br />
Uma anedota da época diz que desde que Louise vestiu a farda da Guarda Nacional em [[22 de Janeiro]] de [[1871]], simultaneamente passou a exercer a função de propagandista da Comuna, manteve o 61 Batalhão de Montmartre, dirigiu a ambulância que cuidava dos feridos e participou do Clube da Revolução na Igreja de Saint-Bernard.<ref name="Dictionnaire"/> Nos dias 17 e 18 de Março Louise Michel desempenhou um papel ativo na infantaria dos canhões da guarda nacional que manteve a barricada de Montmartre.<ref name="chronologie"/><br />
<br />
Em Maio, quando Versailles iniciou o ataque contra a cidade, Louise tomou parte nas batalhas de Clamart, Issy-les-Moulineaux, Neuilly,<ref name="chronologie"/> Sobre a barricada de ''Clignancourt'', ela tomou parte nos combates de rua onde a tiros consegue libertar da detenção sua mãe que iria ser presa em seu lugar.<ref name="ac-grenoble"/> Posteriormente também assiste a morte por execução de muitos de seus amigos, incluindo seu amante e companheiro [[Théophile Ferré]], executado em Novembro de 1871 juntamente com [[Louis Rossel]], o ex-ministro da guerra da Comuna. Em sua homenagem e memória Michel compõe o poema ''Les Œillets rouges'' (cravos vermelhos), uma declaração de amor e carta de despedida. Sem qualquer questionamento sobre o tamanho de seu sentimento de perda, [[Victor Hugo]] dedica seu poema ''Viro Major'' à ela. Este depoimento ardente foi talvez uma das maiores fontes de exaltação que já feito em sua homenagem, causando muita dificuldade para os inimigos de Michel.<br />
<br />
Diante das mortes de seus companheiros Louise Michel passa a reivindicar para si o direito ao assassinato do juiz que os condenou. No entanto presa, em Dezembro de [[1871]] ela é levada a julgamento no VI Conselho de Guerra, sendo alvo de uma série de acusações incluindo a tentativa de derrubada do governo, encorajar cidadãos a pegar em armas, e utilizar armas e fardamento militar. De forma desafiadora no tribunal ela reafirma seu compromisso com a Comuna e seus ideais, e desafia os juízes a sentenciá-la a morte. Talvez por medo de uma reação popular a sentença de morte não é comutada.<br />
<br />
Entre [[1871]] e [[1873]], Louise Michel passa vinte meses na detenção na Abadia de ''Auberive'' (convertida em prisão), para ser posteriormente condenada à deportação.<ref name="Dictionnaire"/> Àquela época a imprensa estatal de Versailles lhes satiricamente a nomeia ''la Louve rouge, la Bonne Louise'' (a loba vermelha, a boa Louise).<ref name="Xavière Gauthier">Louise Michel, Xavière Gauthier, ''Histoire de ma vie, 2e et 3e parties'', Presses Universitaires de Lyon, coll. « Hors Collection », 2000 {{ISBN|2729706488}}</ref><br />
<br />
===Deportação===<br />
[[Image:Louise-Michel.jpg|180px|thumb|right|Louise Michel em Noumea]]<br />
<br />
Em [[8 de Agosto]] de [[1873]] Louise Michel é colocada no navio ''Virginie'' ,<ref name="chronologie"/> que a levará para seu exílio na [[Nova Caledônia]] onde ela desembarca após 4 meses de viagem. <br />
<br />
Ainda a bordo do navio Louise Michel se aproxima do também prisioneiro Henri Rochefort, à época uma famosa figura polêmica, que se tornaria seu amigo até sua morte. Também conhece [[Nathalie Lemel]], outra figura ativa na Comuna. Estes contatos fazem com que Louise passe a se reconhecer publicamente como anarquista. Permanece na Nova Caledônia por sete anos, recusando qualquer tratamento especial reservado às mulheres. <br />
<br />
Faz amizade com a população local, da etnia ''kanak'', Cria a revista "''Petites Affiches de la Nouvelle-Calédonie''" (Pequenas Cartas da Nova Caledônia) e publica o livro "''Légendes et chansons de gestes canaques''" onde compila os cantos e as lendas dos nativos.<ref name="ish-lyon"/> Torna-se professora desta população, e ao contrário de outros communards deportados, toma parte ao lado dos kanaks em sua revolta de [[1878]]. Posteriormente ela afirmaria ter enviado ao líder da rebelião, ''Ataî'', um pedaço de sua manta.<br />
<br />
No ano seguinte, Louise Michel recebe autorização das autoridades coloniais para se lecionar em [[Noumea]] para os filhos dos deportados - entre eles muitos Cabilas (Cabilas do Pacífico da rebelião de Cheikh Mokrani de [[1871]]) - e mais tarde também passa a dar aulas em uma escola para meninas.<br />
<br />
===O retorno===<br />
[[image:Girardet-L'arrestation de Louise Michel..jpg|thumb|230px|left|A prisão de Louise Michel por Girardet.]]<br />
Michel retornou a Paris em [[1880]] depois que a anistia foi garantida aos [[Communards]]. Sua paixão revolucionária não havia diminuído. Em [[21 de Novembro]] de [[1880]] é calorosamente recebida por uma multidão para a qual discursa. Retomando sua incansável atividade de militante revolucionária na Europa, participando de eventos e reuniões e do congresso anarquista em [[Londres]] em [[1881]], onde ajuda a organizar manifestações falando para multidões imensas. Após dois meses de sua chegada ela inicia a publicação de seu romance "''La Misère''" (A Miséria) em fascículos atingindo enorme sucesso.<ref name="ish-lyon">http://lire.ish-lyon.cnrs.fr/spip.php?article131</ref><br />
<br />
Em [[18 de Março]] de [[1882]] durante uma grande reunião de libertários no Hall Favié em [[Paris]], Louise Michel propõe uma separação entre os socialistas - libertários e autoritários - como forma de se afastar dos parlamentares socialistas e suas regras inequívocas. Nessa mesma reunião defende a adoção da bandeira negra como símbolo do anarquismo em contraste com a "''bandeira vermelha encharcada com o sangue dos nossos combatentes. Já deflagrei a bandeira negra que ostenta a dor de nossas vidas e nossas ilusões''".<ref name="Favié">Louise Michel, Meeting salle Favié, 18 mars 1882</ref><br />
<br />
Em 9 de Março [[1883]] discursa em uma manifestação de desempregados junto com [[Émile Pouget]], ao fim da manifestação são saqueadas três panificadoras <ref name="chronologie"/> e se dão enfrentamentos com o aparato repressor estatal. Louise é presa e acusada de liderar os saques, levada a julgamento algumas semanas depois é condenada a seis anos de prisão, e 10 anos de vigilância policial proibida de discursar em público. Mas não chega a cumprir a pena, três anos depois em [[1886]] é liberada ao mesmo tempo que [[Piotr Kropotkin]] e outros anarquistas notáveis.<ref>Dominique Leborgne, ''Saint-Germain des Prés et son faubourg'', Paris, Parigramme, 2005, p. 200.</ref><br />
<br />
Depois de um breve período de liberdade é novamente encarcerada condenada a mais seis anos de prisão por fazer discursos inflamados. É liberada em Janeiro de [[1886]] graças a intervenção de [[Georges Clemenceau]] junto ao presidente da república [[Jules Grévy]], para que pudesse ver sua mãe novamente em seu leito de morte.<ref>{{quote|Je vous remercie. Il paraît que vous avez senti que je ne pouvais sans infamie accepter une grâce à laquelle je n'ai pas plus de droits que les autres. Tout ou rien. Je ne veux pas qu'on me paye le cadavre de ma mère [...] Qu'on me laisse tranquille}}, Correspondance du 4 mai 1885 à Lissagaray, in Rene Bidouze, ''Lissagaray, la plume et l'épée''</ref> Em agosto do mesmo ano volta a ser presa por quatro meses após discursar em favor dos mineiros de Decazeville junto com [[Jules Guesde]], [[Paul Lafargue]] e Susini. Durante o julgamento é aconselhada a apelar, mas recusasse, sendo finalmente liberada em Novembro por conta de um induto.<ref name="chronologie"/><br />
<br />
===Últimos anos===<br />
[[Image:1888-attentat louisemichel.jpg|200px|thumb|Atentado contra Louise Michel, em [[1888]].]] <br />
Em Janeiro de 1887 discursa contra a pena de morte, em resposta condenação de seu amigo [[Clément Duval]]. <ref Name="ac-grenoble"/> Em 22 de Janeiro de [[1888]] após uma tarde falando para uma platéia lotada no teatro de Gaîté em [[Havre]], a noite no Salão Élysée, Louise Michel sofre um atentado levando dois tiros de pistola disparados pelo ''chouan'' Pierre Lucas. Um dos tiros atinge sua cabeça, mas só superficialmente. Mesmo se tratando de uma tentativa de assassinato Louise se recusa a apresentar queixa contra seu agressor.<ref name="ac-grenoble"/><br />
Em Abril de [[1890]], Louise Michel é detida na Áustria após participar de um grande encontro libertário que acabou em manifestações violentas na cidade de [[Viena]]. Um mês depois de seu encarceramento, ela se recusa a ser libertada enquanto outros anarquistas com os quais discursara permanecessem na prisão. Habilmente figuras que lhes são contrárias utilizam esta forma de protesto para taxá-la de "louca" e, com o auxílio de um médico, começam a se mobilizar para interná-la em um asilo. No entanto voltam atrás temendo alimentar oposições. Aos 60 anos Michel é libertada e deixa Viena para a cidade de Paris em Junho.<ref Name="chronologie"/> No mês seguinte deixa Paris para se refugiar em [[Londres]], onde dirige uma escola libertária para crianças pequenas. Retorna após cinco anos em [[13 de Novembro]] de [[1895]], onde é novamente recebida e saudada por uma grande manifestação na estação de trem Gare Saint-Lazare.<ref name="chronologie"/> No mesmo ano toma parte nas manifestações provocadas pelo [[Caso_Dreyfus|Incidente Dreyfuss]]. <br />
<br />
Durante a última década de sua vida, Louise Michel, é reconhecida como uma grande figura revolucionária anarquista por anarquistas em toda a Europa, realizando numerosas conferências em Paris e em outras nações, sendo acompanhada por ativistas e apesar da seu cansaço, alternando sua militância, com visitas a [[Londres]], onde permanecia na companhia de amigos. Em [[1895]], ela funda o jornal ''[[Le Libertaire]]'' (O Libertário) juntamente com [[Sébastien Faure]]. <ref name="ac-grenoble"/> Em [[27 de Julho]] de [[1896]], Toma parte no Congresso Internacional dos Trabalhadores em Londres. <ref name="chronologie"/> .<br />
<br />
Louise Michel estava viajando pela França realizando leituras em prol das causas anarquistas quando morreu acometida por uma forte pneumonia no Quarto 11,<ref> [http://www.libcom.org/forums/viewtopic.php?t=10060 ''Eu estava no quarto quando Louise Michel morreu...''], forum post at libcom.org, accessed 2006-06-19</ref> do Hotel Oasis, em [[Marselha]] em [[10 de Janeiro]] de [[1905]]. Seu funeral em Paris atraiu uma multidão imensa de milhares de pessoas que não falhou em impressionar seus contemporâneos.<ref name="toupie.org"/> Nele muitos oradores se revezaram tomando a palavra, entre eles o grão mestre da Ordem Maçónica Mista Internacional. Também em seu túmulo surgiram diversas insígnias e emblemas maçônicos provocando a curiosidade de muitos se Michel de fato fazia parte ou não da [[maçonaria]] antes da morte.<br />
<br />
Outro a discursar foi [[Sébastien Faure]] que convivendo muito com Michel em seus últimos dias, diante das manifestações dos maçons, afirmou que ela jamais pertencera àquela associação uma vez que ela não estava estruturada como uma federação libertária.<ref name="Dictionnaire"/> Outro amigo de Louise Lorulot, argumentaria que ela não havia aderido a [[Le Droit Humain|Ordem Maçónica Mista Internacional O Direito Humano]] fundada em [[1893]]. Um ano antes de sua morte ela havia sido convidada para participar, mas nunca fora "iniciada". Os membros presentes se sentiram honrados com a sua presença e acreditaram que suas próximas ações seria no sentido de aceitar os ritos de iniciação. No entanto, ela se recusou a participar dos ritos e fazer parte da maçonaria já que "''eles não aceitavam mulheres''".<ref>L'Idée libre, avril 1959</ref><br />
<br />
==Legado==<br />
===Memória===<br />
[[image:Louise Michel-portrait.JPG|thumb|left|150px|Louise Michel]] Até [[1916]] todo aniversário de sua morte um ritual em sua memória era realizado junto ao seu túmulo localizado no cemitério de Levallois-Perret.<ref name="ac-grenoble"/> Em [[24 de Setembro]] de [[1937]] uma estação do [[metrô]] de Paris localizada em Levallois-Perret recebeu seu nome em homenagem. Em 1946 seus restos mortais foram movidos para a Rotunda das '' Victimes du devoir'' localizado no cemitério em que se encontrava.<ref name="chronologie"/> Até os dias de hoje seu túmulo recebe flores vermelhas a cada dia de seu aniversário.<br />
<br />
Frequentemente seu nome foi adotado por escolas e jardins de infância na [[França]]. Em [[28 de Fevereiro]] de [[2004]] em sua homenagem e como prova do valor a sua memória a praça ''Willette'' localizada junto à basílica do Sagrado Coração de Montmartre recebeu seu nome. Também em sua homenagem recebe o nome de Louise Michel o prêmio conferido pelo Centro de Estudos Políticos e Sociais em Paris, destinado àqueles que "mais se destacam na promoção do diálogo e da democracia na França".<ref name="humanite.fr"/><ref name="humanite.fr">''Bouteflika, prix Louise-Michel'', sur [http://www.humanite.fr/2005-10-01_International_Bouteflika-prix-Louise-Michel humanite.fr]</ref><br />
<br />
Em [[2005]] foi comemorado o centésimo aniversário da morte de Louise Michel, na ocasião duas conferências prestaram homenagens a "boa Louise", uma delas organizada em março pela prefeitura de Paris e a outra pela associação Actazé "Louise Michel, figura de Transversalidade" (editada por Valerie Morignat).<ref>Les informations complètes sur ce colloque intitulé « Louise Michel, Figure de la transversalité » sont sur les pages d’Actazé qui publiera début 2007 l’intégralité des conférences [http://www.valeriemorignat.net/louise_michel ''Louise Michel, Figure de la Tranversalité'']</ref> Este evento reuniu 22 especialistas na vida e obra de Louise Michel que trataram da sua personalidade inclassificável, brilhante e contemporânea. Na ocasião ainda foi encenada uma peça teatral escrita por Pierre Humbert.<ref>[http://biosoc.univ-paris1.fr/pdf/LOUISE%20MICHEL%20dossier.pdf Présentation]</ref><br />
<br />
===Sindicalismo e feminismo===<br />
Louise Michel segue sendo uma figura emblemática tanto no [[anarquismo|movimento anarquista]] quanto nos [[anarcossindicalismo|movimentos sindicais]]. Por vezes é tratada através de um vocabulário reservado para santos e hereges, de "boa Louise" à "Dama vermelha". Uma mulher, educada e culta, que rodeada por figuras masculinas conhecidas, até o final de sua vida, frequentemente fazendo mais do que eles fizeram.<br />
<br />
Sua influência encontra-se também presente nos Estudos Femininos Americanos que tratam das relações de gênero. Assim como [[George Sand]], foi uma das poucas mulheres que no [[século XIX]] adotou vestimentas masculinas em algum momento de sua vida, como forma de reivindicação de igualdade de direitos e liberdades entre os gêneros.<br />
<br />
Também é reconhecida por sua obra literária formada de poucos escritos teóricos, mas repleta de [[poema]]s, [[conto]]s e [[história]]s, e também por romances como "A Miséria", no qual através de brilhante capacidade literária, dá visibilidade ao drama social vivenciado nos subúrbios de Paris. Seu foco sempre fora nos pobres e nas crianças sobre as quais jamais deixou de se interessar, deixando para posteridade pelo bem estar destas sua defesa da "revolução social", como ela mesma diria.<ref name="Louis Andrieux">Louis Andrieux, ''[http://gallica.bnf.fr/document?O=N065129 Souvenirs d'un préfet de police]'', Paris, J. Rouff, 1885</ref><br />
<br />
===Na cultura popular===<br />
*Os grupos de [[Louise Attaque]] ([[folk]]-[[rock]]) e Les Louise Mitchels ([[punk]]-rock experimental) possuem estes nomes em homenagem a Louise Michel.<br />
<br />
*Em [[2005]] Clément Riot rendeu homenagem à Louise Michel através de sua epopéia acústica Daoumi a quem dedicou a sua memória.<ref>[http://atelierdecreationlibertaire.com/article.php3?id_article=499 Sur atelierdecreationlibertaire.com]</ref><br />
<br />
* O terceiro filme dos "Grolandeses" Bento Delépine e Gustave Kervern chamado Louise-Michel lançado em [[2008]], mesmo não tratando da communard libertária, rende uma homenagem bem humorada a ela. Conta a história de um trabalhador de nome Louise que após ser demitido contrata um suposto assassino chamado Michel para matar seu patrão.<ref>http://www.imdb.com/title/tt1132594/#comment</ref><br />
<br />
==Produção bibliográfica==<br />
[[image:Levallois 062.JPG|thumb|200px|Estátua de Louise Michel em Levallois, na França.]]<br />
* ''À travers la vie'', poesia, Paris, [[1894]].<br />
* ''Le Bâtard impérial'', por L. Michel and J. Winter, Paris, [[1883]].<br />
* ''Le claque-dents'', Paris.<br />
* ''La Commune'', Paris, [[1898]].<br />
* ''Contes et légendes'', Paris, [[1884]].<br />
* ''Les Crimes de l'époque'', nouvelles inédites, Paris, [[1888]].<br />
* ''Défense de Louise Michel'', [[Bordeaux]], [[1883]].<br />
* ''L'Ère nouvelle, pensée dernière, souvenirs de Calédonie (canções dos prisioneiros)'', Paris, [[1887]]<br />
* ''La Fille du peuple'' par L. Michel et A. Grippa, Paris ([[1883]]) Fleurs et ronces, poetry, Paris,<br />
* ''Le Gars Yvon, légende bretonne'', Paris, [[1882]].<br />
* ''Lectures encyclopédiques par cycles attractifs'', Paris, [[1888]].<br />
* ''Ligue internationale des femmes révolutionnaires, Appel à une réunion.'' Assinado por "Louise Michel", Paris, [[1882]].<br />
* ''Le livre du jour de l'an : historiettes, contes et légendes pour les enfants'', Paris, [[1872]].<br />
* ''Lueurs dans l'ombre. Plus d'idiots, plus de fous. L'âme intelligente. L'idée libre. L'esprit lucide de la terre à Dieu...'' Paris, [[1861]].<br />
* ''Manifeste et proclamation de Louise Michel aux citoyennes de Paris'', Assinado por "Louise Maboul", Paris, [[1883]].<br />
* ''Mémoires'', Paris, [[1886]], t. 1.<br />
* ''Les Méprises, grand roman de mœurs parisiennes'', por Louise Michel e Jean Guêtré, Paris, [[1882]].<br />
* ''Les Microbes humains'', Paris, [[1886]].<br />
* ''La Misère'' por Louise Michel, 2 parte, e Jean Guêtré 1 parte, Paris, [[1882]]].<br />
* ''Le Monde nouveau'', Paris, [[1888]]<br />
<br />
'''Póstumas:''' : <br />
* ''Vol. I. Avant la Commune''. Prefácio por Laurent Tailhade, [[Alfortville]], [[1905]].<br />
* ''Les Paysans'' por Louise Michel e Émile Gautier, Paris, Incompleto.<br />
* ''Prise de possession'', Saint-Denis, [[1890]].<br />
* ''Le Rêve'' (em uma obra de Constant Martin), Paris, 1898.<br />
* ''Légendes et chants de gestes canaques. Présentation.'' Gérard Oberlé. Edição de [[1900]]. [[1988]].<br />
* ''{{lang|fr|Je vous écris de ma nuit, correspondance générale, 1850-1904}}'', edição produzida por Xavière Gauthier, Édition de Paris-Max Chaleil, [[1999]].<br />
<br />
==Veja também==<br />
{{portal-anarquia}}<br />
* [[Emma Goldman]]<br />
* [[Maria Lacerda de Moura]]<br />
* [[Voltairine de Cleyre]]<br />
* [[Mary Wollstonecraft]]<br />
* [[Victoria Woodhull]]<br />
<br />
==Notas e Referências==<br />
{{reflist|3}}<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Irma Boyer, ''La Vierge rouge. Louise Michel, d’après des documents inédits, avec quatre portraits'', André Delpeuch éd., 1927.<br />
* Clotilde Chauvin, Louise Michel en Algérie, La tournée de conférences de Louise Michel et Ernest Girault en Algérie (octobre-décembre 1904), Éditions Libertaires, 2007<br />
* Pierre Durand, ''Louise Michel ou la révolution romantique'', Éditeurs Français Réunis, 1971.<br />
*Pierre Durand, ''Louise Michel, la passion''. Pantin : le Temps des cerises, [[2005]]. 180 p., 20 cm. ISBN 2-84109-552-5. Contient un choix de poèmes de Louise Michel.<br />
* Françoise d’Eaubonne, ''Louise Michel la Canaque : 1873-1880'', Éditions Encre, 1985.<br />
* Xavière Gauthier, ''La Vierge rouge'', Édition de Paris-Max Chaleil, 1999. Première édition sous le titre : ''L’insoumise, biographie romancée de Louise Michel''.<br />
* Ernest Girault, ''La Bonne Louise'', Bibliothèque des auteurs modernes, 1906.<br />
* Xavier de La Fournière, ''Louise Michel, matricule 2182'', Perrin, 1986.<br />
* Paule Lejeune, ''Louise Michel l’indomptable'', éditions Des Femmes, 1978.<br />
* Jean Maitron, ''Histoire du Mouvement anarchiste''.<br />
* Yves Murie, ''Victorine, le grand secret de Louise Michel'', chez l’auteur, 2000.<br />
* Fernand Planche, La vie ardente et intrépide de Louise Michel, Édition Tops-H. Trinquier, 2005<br />
* Michel Ragon, ''Georges et Louise'', Albin Michel, 2000.<br />
* Anne Sizaire, ''Louise Michel : l’absolu de la générosité'', Desclée de Brouwer, 1995.<br />
* Édith Thomas, ''Louise Michel ou la Velléda de l’anarchie'', Gallimard, 1971.<br />
* Gerald Dittmar "Louise Michel : DITTMAR 2004;<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
{{commons|category:Louise Michel}}<br />
* [http://classiques.uqac.ca/classiques/michel_louise/la_commune/la_commune.html A Comuna (1898)] Clássicos das Ciências Sociais. {{fr}}<br />
* [http://www.caricaturesetcaricature.com/article-10302057.html Caricaturas de Louise Michel] em caricaturesetcaricature.com.{{fr}}<br />
* [http://enjolras.free.fr/ site sobre Louise Michel] {{fr}}<br />
* Poemas selecionados em [http://www.francopolis.net/Vie-Poete/louisemichel.htm francopolis.net] {{fr}}<br />
* Extrato do processo da communarde Louise Michel, Versailles, Dezembro de 1871 [http://increvablesanarchistes.org/articles/avan1914/commun_paris.htm] {{fr}}<br />
*[http://www.pco.org.br/revista_digital/2006/agosto/mulheres_paris.htm "As mulheres de Paris", trecho do livro A Comuna de Louise Michel ] {{pt}}<br />
<br />
{{biografias}}<br />
{{anarquismo2}}<br />
{{DEFAULTSORT:Michel, Louise}}<br />
[[Categoria:Anarco-sindicalistas]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da França]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Comuna de Paris]]<br />
[[Categoria:Communards]]<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
<br />
[[es:Louise Michel]]<br />
[[en:Louise Michel]]<br />
[[fr:Louise Michel]]</div>
AltCtrlDel
http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Libertarias&diff=3000
Libertarias
2009-01-08T01:00:47Z
<p>AltCtrlDel: </p>
<hr />
<div>{{esboço}}<br />
<br />
'''Libertarias''' é um filme ficcional espanhol de [[1996]] dirigido por [[Vicente Aranas]] ambientado no contexto da [[Guerra Civil Espanhola]] cujo foco é a participação das militantes da organização ''[[Mujeres Libres]]'' na [[Revolução Espanhola]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://dl.btjunkie.org/torrent/Libertarias-avi-3350666-TPB/290890c62160a8a361a97ccfde99777595089071a30a/download.torrent O arquivo torrent do filme Libertarias].<br />
<br />
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Libertarias
2009-01-08T00:59:35Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Libertarias''' é um filme ficcional espanhol de 1996 dirigido por Vicente Aranas ambientado no contexto da Guerra Civil Espanhola cujo foco é a participação das mili...</p>
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<div>'''Libertarias''' é um filme ficcional espanhol de [[1996]] dirigido por [[Vicente Aranas]] ambientado no contexto da [[Guerra Civil Espanhola]] cujo foco é a participação das militantes da organização ''[[Mujeres Libres]]'' na [[Revolução Espanhola]].<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://dl.btjunkie.org/torrent/Libertarias-avi-3350666-TPB/290890c62160a8a361a97ccfde99777595089071a30a/download.torrent O arquivo torrent do filme Libertarias].<br />
<br />
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2009-01-02T01:53:54Z
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Domingos Passos
2009-01-02T01:53:19Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Domingos Passos''' (Rio de Janeiro, provavelmente no final do século XIX - data e local de falecimento desconhecidos) foi um anarquista brasileiro, negro, [[operár...</p>
<hr />
<div>'''Domingos Passos''' ([[Rio de Janeiro]], provavelmente no final do século XIX - data e local de falecimento desconhecidos) foi um [[anarquista]] [[brasil]]eiro, [[negro]], [[operário]] e carpinteiro.<br />
<br />
Era conhecido como o "[[Mikhail Aleksandrovitch Bakunin|Bakunin]] brasileiro", pela sua audácia e determinação ao enfrentar o [[patronato]] e pelos seus discursos agressivos e coerentes.<br />
<br />
Foi um dos principais articuladores da refundação da Federação Operária do Rio de Janeiro (F.O.R.J.). Também participava ativamente dos festivais operários, atuando nas peças teatrais, declamando poesias e palestrando sobre temas sociais. Foi preso e torturado diversas vezes, por participar de [[comício]]s, [[greve]]s e [[piquete]]s. [[Oratória|Orador]] de muita expressão. Mandado para o campo de concentração de [[Clevelândia]], no [[Oiapoque]], sobreviveu e fugiu através da fronteira com a [[Guiana]].<br />
<br />
Retornou à ativa no comitê de libertação dos [[anarquistas]] [[Sacco e Vanzetti]], na Federação Operária de São Paulo ([[FOSP]]), em [[1927]]. Participou do 4° Congresso Operário do [[Rio Grande do Sul]], realizado em [[Porto Alegre]]. Ao voltar do Rio Grande do Sul, foi preso e encarcerado na "Bastilha do Cambuci", onde permaneceu por três meses, sujeito à toda sorte de maus tratos. retirado do cárcere, foi enviado para morrer nas matas de [[Sengés]], no [[Paraná|interior paranaense]]. Conseguiu sobreviver, atravessando a mata com o corpo coberto de chagas e vestindo apenas trapos. Chegando a um pequeno povoado, escreveu uma carta para seus velhos companheiros, solicitando dinheiro. Estes enviaram-lhe um emissário com algum dinheiro para que se mantivesse durante algum período, sendo esta a última notícia deste valoroso anarquista e lutador social. Nunca mais se teve qualquer notícia dele, apenas boatos esporádicos e nunca confirmados. <br />
<br />
=={{Links externos}}==<br />
* [http://www.nodo50.org/insurgentes Coletivo de Estudos Anarquistas Domingos Passos]<br />
<br />
<br />
{{Biografias}}<br />
{{esboço-anarquista}}<br />
<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
[[Categoria:Anarco-sindicalistas]]<br />
[[Categoria:Anarquistas do Brasil]]<br />
[[categoria:Sindicalistas do Brasil]]<br />
[[Categoria:Fluminenses da cidade do Rio de Janeiro]]<br />
<br />
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2009-01-02T01:52:30Z
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Jaime Cubero
2009-01-02T01:51:07Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{esboço}} '''Jaime Cubero''' (Jundiaí, 1926 - São Paulo, 1998) foi um intelectual, jornalista, pedagogo e militante brasileiro ligado ao mo...</p>
<hr />
<div>{{esboço}}<br />
'''Jaime Cubero''' ([[Jundiaí]], [[1926]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[1998]]) foi um intelectual, jornalista, pedagogo e militante [[brasil]]eiro ligado ao movimento [[Anarquismo#Anarquismo no Brasil|anarquista]]. Ainda em sua adolescência fundou, com a ajuda de amigos, o Centro Juvenil de Estudos Sociais. Participou de inúmeras atividades (palestras, cursos, debates, peças de teatro) em centros culturais do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e de São Paulo. Ativo militante, simpatizante do [[Anarquismo]], manteve uma linha crítica ao [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] de [[Getúlio Vargas]] e à [[ditadura militar no Brasil]] e ao autoritarismo dos partidos políticos brasileiros e dos [[marxista]]s.<ref name="Anarkio">{{citar web | autor= | titulo=Jaime Cubero (1926-1998) | publicado = Anarkio| url=http://anarkio.net/index.php?option=com_content&task=view&id=35&Itemid=37| formato= | acessodata=[[17 de julho]] de [[2008]] }}</ref><br />
<br />
<br />
Trabalhou no jornal [[O Globo]], entre 1954 e 1964, quando é obrigado a se afastar pela ditadura militar. Teve participação ativa nos meios acadêmicos e estudantis, orientando teses sobre história dos [[movimentos sociais]] brasileiros e da [[pedagogia libertária]]. Participou de congressos anarquistas no Brasil e no exterior. Nos últimos anos, trabalhava como editor da revista ''[[Libertárias (revista)|Libertárias]]''. Faleceu aos 71 anos de idade, vítima de problemas de saúde.<ref name="Nodo50">{{citar web | autor= | titulo=Quem Foi Jaime Cubero | publicado = Nodo50| url=http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/05jaimecubero.htm| formato= | acessodata=[[17 de julho]] de [[2008]] }}</ref><br />
<br />
{{ref-section}}<br />
<br />
=={{links externos}}==<br />
*[http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/05jaimecubero.htm Página sobre Jaime Cubero no site Nodo50]<br />
<br />
{{biografias}}<br />
[[Categoria:Anarquistas do Brasil]]<br />
[[Categoria:Libertários]]<br />
[[Categoria:Jornalistas do Brasil]]<br />
[[Categoria:Professores do Brasil]]<br />
[[Categoria:Paulistas de Jundiaí]]</div>
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anarquista
2009-01-02T01:49:50Z
<p>AltCtrlDel: Redireccionando para Anarquismo</p>
<hr />
<div>#Redirect [[Anarquismo]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Plotino_Rhodakanaty&diff=2993
Plotino Rhodakanaty
2009-01-02T01:49:07Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Plotino Constantino Rhodakanaty''' (em grego Πλωτίνος Κωνσταντίνος Ροδακανακις) (Atenas, 14 de Outubro de 1828 - [[1885]...</p>
<hr />
<div>'''Plotino Constantino Rhodakanaty''' (em [[Língua Grega|grego]] Πλωτίνος Κωνσταντίνος Ροδακανακις) ([[Atenas]], [[14 de Outubro]] de [[1828]] - [[1885]]) foi um [[alfaiate]] [[anarquista]] [[anarquismo cristão|cristão]] nascido na [[Grécia]] que migrou para o [[México]] em [[1861]] onde teve um papel fundacional na militância anarquista naquele país.<br />
<br />
==Biografia==<br />
<br />
Após ter lutado pela independência da [[Grécia]] e da [[Hungria]] Plotino Rhodakanaty chega ao [[México]] escapando das forças do Império Austríaco que havia condenado-o a morte. Na bagagem Plotino traz ao México os primeiros livros de [[Phroudhon]] e [[Charles Fourier]], pensadores dos quais se considerava discípulo. <br />
<br />
Ao desembarcar buscou estabelecer junto aos camponeses e indígenas uma organização com base na proposta comunal de Charles Fourier ([[Falanstério]]) e no [[mutualismo]] proudhoniano. Plotino Rhodakanaty pode ser considerado um antecessor direto, e mesmo o fundador do [[Magonismo]] uma vez que indentificava nas formas organizacionais e ácratas dos [[povos indígenas]] a base sobre a qual se desenvolveria o socialismo libertário, reconhecendo na necessidade de compreender o modos de ser dos indígenas e suas formas de organização solidária. <br />
<br />
Defendeu a [[autogestão]] como forma de organização e ainda em 1861 escreveu sua "''Cartilha Socialista''", como forma de propagar de maneira acessível os pensamentos de Charles Fourier entre os camponeses do México.<br />
<br />
Dois anos depois, em 1863, fundou o primeiro grupo de estudos anarquistas do México. A época conhecido como ''Grupo de Estudantes Socialistas'', seus membros adeririam mais tarde as teses de [[Bakunin]] alguns deles se tornariam grandes líderes comunitários, sindicalistas e divulgadores do pensamento anarquista no México. Entre estes destacam-se o propagandista [[Hermenegildo Villavicencio]] e o [[anarcosindicalista]] [[Santiago Villanueva]]<ref>Rubio, José Luis. ''Las internacionales obreras en América''. [[Madrid]]: 1971. p. 35</ref>.<br />
<br />
A primeira organização declaradamente anarquista só surgiria em 1868 quando Plotino e o ''Grupo de Estudantes Socialistas'' fundam a ''[[La Social]]''. Envolvida nas lutas sindicais em pró dos direitos dos trabalhadores, jornada reduzida, condições dignas e melhores salários. Os membros do ''La Social'' também foram os fundadores dos primeiros núcleos da [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] (AIT) em território mexicano.<br />
<br />
==Referências==<br />
{{reflist}}<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* [http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/mundo/06plotinomexico.htm Plotino Rhodakanaty: O Anarquismo e A Luta Operária no México].<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Ricardo Flores Magón]]<br />
* [[José Oiticica]]<br />
* [[Piotr Kropotkin]]<br />
* [[Errico Malatesta]]<br />
<br />
{{biografias}}<br />
[[Categoria:Anarquistas do México]]<br />
[[Categoria:Anarquistas da Grécia]]<br />
[[Categoria:Filósofos do México]]<br />
[[Categoria:Filósofos da Grécia]]<br />
[[Categoria:Magonistas]]<br />
[[Categoria:Libertários]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Anarquismo_sem_adjetivos&diff=2992
Anarquismo sem adjetivos
2008-12-31T22:53:16Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{anarquismo}} O '''anarquismo sem adjetivos''' é uma idéia que defende que diferentes escolas de pensamento anarquistas podem e devem conviver simultanea...</p>
<hr />
<div>{{anarquismo}}<br />
O '''anarquismo sem adjetivos''' é uma idéia que defende que diferentes [[Vertentes do Anarquismo|escolas de pensamento anarquistas]] podem e devem conviver simultaneamente. Dá espaço à voluntariedade das pessoas (sobre seus corpos, mentes e bens) para eleger o tipo de associação que considere cada um mais favorável e preconiza a livre experimentação de modelos legais e econômicos.<br />
<br />
A origem do termo data do ano [[1890]], durante uma polêmica sobre um sistema econômico para o anarquismo entre os [[mutualismo|mutualistas]], [[Anarquismo Coletivista|anarco-coletivistas]] e [[Comunismo libertário|comunistas libertários]] de vários países, publicada no jornal [[Anarquismo na França|francês]] ''[[La Révolte]]'', quando [[Fernando Tarrida del Mármol]] enviou uma carta ao periódico expondo como se interpretava no [[Anarquismo na Espanha|movimento libertário espanhol]] a questão do desenvolvimento de uma sociedade anarquista:<br />
<br />
{{quote|'' [...] acreditamos que ser anarquista significa ser inimigo de toda autoridade e imposição, e por conseqüência, seja qual for o sistema que se preconize, é por considerá-lo a melhor defesa da Anarquía, não desejando impô-la a quem não a aceita.''}}<br />
<br />
Para estes anarquistas as preferências econômicas são consideradas de "importância secundária" frente à abolição de toda autoridade involuntária e permanente, e a livre experimentação é a única regra de uma sociedade livre. [[Rudolf Rocker]] disse sobre os diferentes tipos de anarquismo:<br />
<br />
{{quote|''(apresentam) somente diferentes métodos da economia, possibilidades práticas que ainda não se comprovaram, e que o primeiro objetivo é garantir a libertade pessoal e social dos homens não importa sobre que base econômica ela se dê''.}}<br />
<br />
Anarquistas conhecidos que chegaram em algum momento a se considerarem eles próprios sem adjetivos, foram [[Errico Malatesta]] e [[Voltairine de Cleyre]]. Atualmente também existem anarquistas que se denominam "sem adjetivos":<br />
<br />
{{quote|''Não tenho nenhum prefixo ou adjetivo para o meu anarquismo. O sindicalismo creio que pode funcionar, como pode o anarcocapitalismo de mercado livre, o anarco-comunismo, inclusivo anarco-ermitãos, dependendo da situação''.|Fred Woodworth, do livro Vozes anarquistas, de [[Paul Avrich]]}}<br />
<br />
==Veja também==<br />
*[[Anarchism.net]]<br />
<br />
== Bibliografia ==<br />
*[[Fernando Tarrida del Mármol]], [[s:Carta de Fernando Tarrida del Mármol a La Révolte|''Carta de Fernando Tárrida del Mármol a La Révolte'']].<br />
*A. Serrano, [http://www.nodo50.org/tierraylibertad/168.html#articulo3 ''Anarquía y libertad''].<br />
*Glosario de Acracia.org, [http://www.acracia.org/glosario2.html#Anarquismo%20sin%20adjetivos ''Anarquismo sin adjetivos''].<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|S]]<br />
[[de:Anarchismus ohne Adjektive]]<br />
[[en:Anarchism without adjectives]]<br />
[[es:Anarquismo sin adjetivos]]<br />
[[he:אנרכיזם ללא תארים]]<br />
[[it:Anarchismo senza aggettivi]]<br />
[[pl:Anarchizm bezprzymiotnikowy]]<br />
[[tr:Anarşizm (önadsız)]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Yamaguishismo&diff=2991
Yamaguishismo
2008-12-31T22:52:58Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{anarquismo}} [[Miyoso Yamaguishi, idealizador do Yamaguishismo.]] O '''Yamaguishismo''' é uma vertente anarquista [[anarcopacif...</p>
<hr />
<div>{{anarquismo}}<br />
[[Imagem:Miyoso Yamaguishi.jpg|thumb|150px|left|[[Miyoso Yamaguishi]], idealizador do Yamaguishismo.]]<br />
O '''Yamaguishismo''' é uma vertente [[anarquista]] [[anarcopacifismo|pacifista]] [[comunalismo|comunalista]] que tem sua origem nas propostas do [[agricultor]] [[japonês]] [[Miyozo Yamaguishi]] apresentadas no ano de 1953. Na concepção Yamaguishista é possível transformar o mundo e superar a exploração e a competitividade, não através de uma ação revolucionária, mas por meio busca comunal pela harmonia entre a ação humana e a Natureza. Neste sentido o Yamaguishismo preza pela constituição de comunidades autônomas de abundância material e espiritual onde sem disputas todos possam viver em alegria, tais comunidades são chamadas [[Vila Yamaguishi|vilas Yamaguishi]].<br />
<br />
Na atualidade a principal organização desta vertente é a Associação Yamaguishi Associação Felicidade que promove reuniões e cursos sobre o Yamaguishismo (chamados Tokkou) em diversos pontos do mundo. <br />
<br />
Existem no [[Japão]] quarenta comunidades yamaguishistas, e outras dezenas espalhadas pelo mundo, em locais como a [[Alemanha]], [[Austrália]], [[Coréia]], [[Estados Unidos]] e [[Tailândia]]. No Brasil desde 1991 grupos de pessoas vêm se organizando e realizando 53 Tokkou, com aproximadamente 1000 participantes. A iniciativa deu origem a Vila Yamaguishi localizada no município de [[Jaguariúna]], estado de São Paulo.<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Anarquismo Budista]]<br />
* [[Comunalismo]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* {{en}} [http://search.japantimes.co.jp/cgi-bin/fl20080115zg.html O que houve com Yamagishi?, matéria publicada no Jornal Japan Times].<br />
* {{pt}} [http://www.yamaguishi.com.br/associacao/movimento/default.asp Site da vila Yamaguishi próxima a Jaguariúna, Brasil].<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Anarquismo_Verde&diff=2990
Anarquismo Verde
2008-12-31T22:52:41Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{anarquismo}} Bandeira verde-negra símbolo do eco-anarquismo O '''Anarquismo Verde''', ou '''Eco-Anarquismo''', é uma cor...</p>
<hr />
<div>{{anarquismo}}<br />
[[Imagem:Darker green and Black flag.svg|thumb|left|250px|Bandeira verde-negra símbolo do eco-anarquismo]]<br />
O '''Anarquismo Verde''', ou '''Eco-Anarquismo''', é uma corrente [[anarquismo|anarquista]] que defende, como qualquer outra corrente anarquista, um movimento contra a hierarquia e qualquer forma de autoridade social, mas que parte de um ponto de vista centrado na natureza e na sua relação com ela. A maior parte dos apologistas do anarquismo verde defendem uma perspectiva de ecologia social, apontando para uma realidade humana sem hierarquia como tendo uma origem natural e biológica. O seu discurso distingue-se normalmente das outras correntes pela sua crítica à tecnologia, produto da lógica de domesticação da sociedade [[patriarcado|patriarcal]], como sendo social e politicamente parcial.<br />
<br />
O anarquismo verde defende assim uma relação estreita do homem com a natureza, em alternativa à economia da [[produção em massa]] onde ele desempenha uma pequena tarefa, reduzido ao trabalho desumano, na gigante máquina industrial, também referida como a megamáquina.<br />
<br />
== Perspectiva histórica ==<br />
<br />
Vários textos [[anarcoprimitivismo|anarco-primitivistas]], inseridos, enquanto tal, numa perspectiva de pensamento eco-anarquista, começam por apresentar o argumento histórico segundo a qual o homem é naturalmente anarquista dada a sua evolução, o que nos propõe a tirada de conclusões no sentido de compreender o mundo primitivo como correspondendo a uma economia verdadeiramente sustentável onde o homem vive inserido de forma saudável no seu ecossistema. Assim, surge a referência dos 10.000 anos, que se atribui, historicamente, ao aparecimento da civilização, os diferentes modos de progressiva alienação numa economia de exploração violenta que a procede, e de como o homem evoluiu durante praticamente 99% do seu tempo numa realidade que, na falta de melhor termo, era anarquista.<br />
<br />
É de salientar que os anarco-primitivistas não defendem verdadeiramente um retornar a um mundo passado, tratando-se este olhar para o mundo primitivo, mais como uma forma de repensar o lugar do homem e a sua existência do que o recriar de um mundo passado, como que por uma determinação sociológica de um estudo cientifico. Procura-se desse modo apontar para a ideia da necessidade da conexão do homem com a natureza, onde a civilização é olhada como uma patologia de consequências visíveis.<br />
<br />
Seria mesmo de radicalizar e esbater o conceito de natureza, tornando-o mais amplo. A verdadeira Natureza compreende o próprio homem, portanto ele nunca se poderá aproximar mais desta do que um leão, um pinheiro ou qualquer outro ser vivo. Nós também somos a Natureza.<br />
<br />
==Conceito do "bom selvagem"== <br />
<br />
Um tema algo controverso relacionado com o eco-anarquismo diz respeito à ideia do "bom selvagem". Este surgiu em meados do século XVIII com vários autores, sendo um dos mais popularizados, Rosseau. O debate atravessa o mundo académico em discussões de diversas disciplinas, com implicações das mais diversas ordens. Alguns daqueles que criticam o eco-anarquismo, apresentam este conceito para o atacar de forma negativa. Os autores eco-anarquistas fazem referência a antropólogos modernos, defendendo que é da antropologia mainstream actual que esta perpectiva, em que o "selvagem" é apresentado de forma pacífica, tem bases. Entre os dados que permitem a construção desta conjectura contam-se os dados arqueológicos, os relatos dos varios descobridores ao longo da história e a descrição de culturas actuais que ainda não foram eliminadas ou absorvidas pela sociedade industrial.<br />
<br />
A defesa do mundo primitivo passa também pelo salientar do modo de vida pacifico apresentado, de forma geral, por estas sociedades. [[Ted Kaczynski]] procura explicar, no seu manifesto, as várias fontes de disfuncionalidades das sociedades modernas e de como as sociedades primitivas, ainda que com alguns exemplos singulares contrários, apresentavam-se como sendo mais saudáveis. Por outra lado, John Zerzan procura distinguir entre sociedades puramente selvagens e aquelas que pela agricultura tinham já presente algum modo de domesticação, e mais uma vez relativiza os males destas ultimas em relaçao às sociedades modernas na sua capacidade de destruição. Na entrevista de Derrick Jensen a John Zerzan, "Enemy of the State", pode ler-se a seguinte passagem:<br />
<br />
''"Tendo em conta que a nossa cultura inventou o napalm e as armas nucleares, eu não estou certo se estamos em posição de julgar a violência de pequena escala de outras culturas. Mas é importante notar que nenhum dos grupos canibais ou caçadores de cabeças eram verdadeiros caçadores-colectores. É agora geralmente concedido que a agricultura normalmente conduz a um aumento do trabalho, um decréscimo na partilha, um aumento da violência, e uma mais baixa expectativa de vida. Isto não quer dizer que todas as sociedades agrícolas são violentas, mas antes que a violência não é largamente uma característica de verdadeiros caçadores-colectores."''<br />
<br />
== O caso "Unabomber" ==<br />
<br />
Um dos textos que mais impacto mediático originou em torno desta corrente foi o de [[Theodore Kaczynski]], o manifesto do [[Unabomber]], denominado "Industrial society and Its Future", onde o autor defende que a liberdade humana está ameaçada pelo desenvolvimento da sociedade industrial. O Unabomber ficou conhecido por ter efectuado vários ataques à bomba por correio contra aqueles que ele percepcionava como sendo os "arquitectos da nova ordem mundial", e ainda que as suas acções sejam totalmente ou parcialmente condenadas por alguns anarquistas, Ted Kaczynski é em grande medida apoiado como um "prisioneiro político" no meio anarquista insurreccionário verde, e o seu manifesto tem um enorme relevo na corrente política eco-anarquista. Nele podemos ler a seguinte passagem:<br />
<br />
''Se forem permitidas às máquinas fazer todas as suas próprias decisões, nós não podemos fazer qualquer conjectura quanto aos resultados, porque é impossível adivinhar como tais máquinas poderão se comportar. Apenas assinalamos que o destino da raça humana estaria à mercê das máquinas. Pode ser argumentado que a raça humana nunca seria tola o suficiente para passar todo o poder para as máquinas. Mas nós não estamos nem a sugerir que a raça humana voluntariamente abdicaria do poder para as máquinas nem que as máquinas obteriam o poder por vontade. O que nós sugerimos é que a raça humana pode facilmente permitir-se a deslizar para uma posição de dependência tal das máquinas que não teria escolha viável senão a de aceitar todas as decisões das máquinas. Enquanto a sociedade e os problemas que enfrenta se tornam mais e mais complexos e as máquinas se tornam mais e mais inteligentes, as pessoas deixam que as máquinas tomem mais decisões por elas, simplesmente porque decisões feitas por máquinas trazem melhores resultados do que as feitas por homens. Eventualmente um estágio poderá ser atingido no qual as decisões necessárias para manter o sistema em funcionamento serão tão complexas que os seres humanos serão incapazes de as tomar inteligivelmente. Nesse estádio as máquinas estarão em controlo efectivo. As pessoas não poderão desligar as máquinas, porque elas estarão tão dependentes destas que desligá-las traduzir-se-ia em suicídio.''<br />
<br />
''Por outro lado, é possível que o controlo humano sobre as máquinas seja retido. Nesse caso o homem médio poderá ter controlo sobre certas máquinas privadas dele, tal como o seu carro e o seu computador pessoal, mas o controlo sobre o amplo sistema de máquinas estará nas mãos de uma pequena elite. – tal como está hoje, mas com duas diferenças. Devido a técnicas aperfeiçoadas a elite terá maior controlo sobre as massas; e visto que o trabalho humano não será necessário, as massas serão supérfluas, um inútil fardo para o sistema.[...] Eles certificar-se-ao que as necessidades físicas de todas as pessoas são satisfeitas, que todas as crianças são criadas sob condições psicologicamente higiénicas, que todas as pessoas têm um hobby recompensador que os mantenha ocupados, e que todas as pessoas que poderão se tornar insatisfeitas sejam sujeitas a “tratamento” para curar o seu “problema”. Claro que, a vida será tão vazia de sentido que as pessoas terão de ser biológicamente ou psicologicamente engendradas [...] Estes seres humanos artificialmente projetados poderão ser felizes nesta sociedade, mas eles certamente não serão livres. Eles serão reduzidos ao status de animais domésticos."''<br />
<br />
== Alguns sinais do argumento do Unabomber na cultura popular == <br />
<br />
Desde os primordios da construção da maquina industrial que tem havido homens que se opuseram a ela, seja esta por uma tomada de posição consciente que marcou as ideias dos homens, seja por acção directa contra os seus elementos materiais, ou seja através do produto da nossa cultura expressa na arte.<br />
<br />
Desde o ínicio do último século que vários livros de ficção procuram explorar a força das novas tecnologias, trazidas pela idustrialização, e de como estas se tornaram o guião para abosulta alienação e o esvaziar da liberdade humana. De entre os livros que descrevem distopias industriais contam-se os clássicos literários "[[Admirável Mundo Novo]]" e "[[1984 (livro)|1984]]", entre outros.<br />
<br />
No cinema também têm surgido muitas manifestações de desalento pelo modo de vida da sociedade industrial e de como esta nos conduz a um abismo marcado pelo controlo da vida na depedência da tecnologia. Os filmes "[[Fight Club]]", "[[Matrix]]", "[[V for Vendetta]]"," [[Metrópolis]]", "[[Blade Runner]]", "[[THX 1138]]", "[[1984]]" e "[[Brazil, o filme]]" são exemplos.<br />
<br />
== Relação do anarquismo verde com outras correntes anarquistas ==<br />
=== Anarcoprimitivismo ===<br />
<br />
O [[anarcoprimitivismo]] não é propriamente uma outra vertente, independente em relaçao ao eco-anarquismo. É importante notar, porém, que este termo também não representa um sinônimo. Se por um lado, todos os anarco-primitivistas são eco-anarquistas, nem todos os eco-anarquistas são anarco-primitivistas, ainda que esta, seja, talvez, a vertente mais representante desta corrente.<br />
Tendo identificado o industrialismo como expressão da injustiça social que decorre da divisão do trabalho e da repressão hierarquizada que daí advém para manter o sistema em funcionamento, comum a qualquer anarquista verde, o desenvolvimento da análise dos seus fundamentos, divide, como seria de esperar, os diferentes autores. Assim, o anarcoprimitivismo, pode ser identificado, acima de tudo, pela sua crítica à cultura simbólica, que poderá não ser partilhada, a diferentes níveis, por todos os eco-anarquistas. <br />
Regularmente é apontado como exemplo, Kaczynski como sendo um autor meramente critico da sociedade industrial, não correspondendo exactamente à mesma linha de John Zerzan, um anarco-primitivista. Esta critica é, por vezes, algo exagerada, já que não nos podemos esquecer que, em todo o caso, também o Unabomber, no seu manifesto, nos aponta para a vida selvagem como alternativa ao modo de vida da sociedade tecno-industrial. Ainda assim, este poderá representar um bom ponto de discussão nesta matéria. O ponto que realmente divide estes autores, e que pode ser uma boa base para a compreensão da extensão e aprofundamento do anarcoprimitivismo em relaçao ao anarquismo verde de um modo geral, é explorado no texto do colectivo Green Anarchy "Place the Blame Where It Belongs", que surgiu como resposta crítica ao texto de Kaczynski, "Hit Where Hit hurts". Nele podemos ler:<br />
<br />
''[...]Racismo, sexismo, homofobia e pobreza não são "questões não-essenciais" para nós, como parecem ser para Ted; heterosexualidade compulsiva, comformidade sexual socialmente imposta, racismo, misogenia, e divisão de classes são tudo produtos de uma estrutura de poder hieraquica, patriarcal, e nenhum destes problemas poderá alguma vez ser resolvido dentro do contexto da civilização. Não é a "tecnologia, acima de tudo, que é responsável pela corrente condição do mundo", como o Ted alega - é a civilização/patriaquia - e se nós queremos desmantelar a megamáquina tecnológica que está agora a devorar a nossa biosfera, então nós precisamos de compreender de como a megamáquina surgiu, o que conduziu à sua criação, e de como serve os interesses dos governantes da civilização.''<br />
<br />
''[...] Nós sentimo-nos compelidos a dizer que a análise do Ted da patriaquia e civilização é seriamente faltosa. [...] Simplesmente e somente removendo a tecnologia como a resposta total libertária é uma limitada aproximação mecanicista. Nós enfrentamos uma totalidade de dominação que oprime toda a vida e nós precisamos de tentar ver a grande figura. Para a tranformação anti-autoritária, muitas lutas são necessárias e precisam de ser respeitadas, acompanhadas com uma consciencia da subjacente conectividade.''<br />
<br />
=== Anarquismo Clássico ===<br />
<br />
Os eco-anarquistas procuram apontar para a necessidade de compreender para lá da visão, que eles consideram superficial, de analisar as questões meramente em termos de poder politico na tradição classica do anarquismo, e defender aquilo que eles consideram ser a visão mais global do domínio da vida a todos os níveis, que a natureza do homem hoje enfrenta. Daí a necessidade da defesa do homem no ecossistema, passando sempre pela consideração da sua sustentabilidade no mundo natural e a reclamação do mundo selvagem.<br />
<br />
===Anarquismo Ecologista===<br />
<br />
O eco-anarquismo não é, simplesmente, anarquismo com preocupações ecológicas. Desde sempre que em toda a tradição anarquista houve, de alguma forma, uma crítica em defesa do ambiente. É a ideia de que a luta contra a exploração capitalista nos atinge nos mais diversos modos, e que as pessoas ao não se organizarem em beneficio proprio, enfretam a degradação, e o ambiente é uma dimensão desse assalto, que existe apenas para o beneficio materialista de alguns.<br />
<br />
O anarquismo verde vai um pouco mais longe do que isto, e considera esta análise, em relação ao ambiente, tão mecanicista como a análise do poder politico por parte dos anarcossindicalistas. O anarquismo verde, mais do que defender um mundo aparentemente mais "verde", ou certas expressões superficiais de uma natureza intacta, defende uma integração absoluta e necessaria no ecossistema, abandonando por completo os valores de comodidades liberais da sociedade autoritária.<br />
<br />
=== Anarcopacifismo ===<br />
<br />
Certos sectores anarquistas defendem que o pacifismo é uma expressão natural desta doutrina visto que a violência acarreta uma resposta ainda mais repressiva do sistema. Para os eco-anarquistas, o problema é que as condições para um aumento de controlo e uma resposta natural das pessoas, independentemente de serem anarquistas ou não, já estão criadas. Assim passamos de sucessivos niveis de controlo que uma vez atingidos muito dificilmente podem retroceder. Kaczynski, no seu manifesto, descreve numa passagem, entre várias, um retrato que dá conta desta realidade:<br />
<br />
''Imagine uma sociedade que sujeita as pessoas a condições que as torna terrivelmente infelizes, depois dá-lhes drogas para lhes tirar a sua infelicidade. Ficção científica? Já está a acontecer em alguma extensão na nossa sociedade. É bem conhecido que o nível de depressão clinica tem estado a aumentar em recentes decadas. Nós acreditamos que isto se deve à perturbação do processo de poder [...] Mas mesmo que nós estejamos errados, o progressivo aumento do nivel de depressao certamente resulta de ALGUMA condição que existe na sociedade de hoje. Em vez de remover as condições que tornam as pessoas deprimidas, a sociedade moderna dá-lhes drogas antidepressivas. Em efeito, os antidepressivos são um modo de modificação do estado interno do individuo de forma a que lhe permite tolerar condições sociais que em outro caso ele acharia intolerável. (Sim, nós sabemos que a depressao é muitas vezes de origem puramente genética. Nós estamos a referirmo-nos aqui aqueles casos em relaçao aos quais o ambiente tem o papel predominante.)''<br />
<br />
== Livros ==<br />
<br />
*- Against His-Story, Against Leviathan de Fredy Perlman<br />
*- Stone Age Economics de Marsall Sahlins<br />
*- Against the Future de Kirkpatrick Sale<br />
*- Future Primitive de John Zerzan<br />
*- The Technological Society de Jacques Ellul<br />
*- Industrial Society and Its Future de Theodore Kaczynski<br />
*- Technics and Human Development: The Myth Of The Machine de Lewis Mumford<br />
*- Technics and Civilization de Lewis Mumford<br />
*- My Name is Chellis, and I'm in Recovery From Western Civilization de Chellis Glendinning<br />
*- A Language Older Than Words de Derrick Jensen<br />
<br />
== Alguns Autores ==<br />
<br />
* [[Henry David Thoreau]]<br />
* [[Fredy Perlman]]<br />
* [[John Zerzan]]<br />
* [[Ted Kaczynski]]<br />
* [[Kevin Tucker]]<br />
* [[Derrick Jensen]]<br />
* [[Feral Faun]]<br />
* [[John Moore]]<br />
<br />
=={{Ver também}}==<br />
<br />
* [[Anarcoprimitivismo]]<br />
* [[Luddismo]]<br />
* [[Eco-sabotagem]]<br />
* [[Freeganismo]]<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
*[http://en.wikisource.org/wiki/Industrial_Society_and_Its_Future Manifesto do Unabomber (em Inglês)]<br />
*[http://www.geocities.com/projetoperiferia6/unabomber.htm Manifesto do Unabomber (em Português)]<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|V]]</div>
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Anarquismo Social
2008-12-31T22:51:46Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: O '''Anarquismo social''' ou '''Anarquismo societário''' é uma definição que abarca as diferentes escolas sendo um dos principais ramos de vertentes que divide o anarquismo, em con...</p>
<hr />
<div>O '''Anarquismo social''' ou '''Anarquismo societário''' é uma definição que abarca as diferentes escolas sendo um dos principais ramos de vertentes que divide o anarquismo, em contraposição com o [[Anarcoindividualismo]].<br />
<br />
==Vertentes==<br />
<br />
Dentro do Anarquismo social se encontram claramente as seguintes escolas de pensamento anarquista:<br />
<br />
* [[Anarquismo Coletivista]]<br />
* [[Anarcossindicalismo]]<br />
* [[Comunismo libertário]]<br />
* [[Ecologia social]]<br />
* [[Magonismo]]<br />
<br />
Em certas classificações é incluído também dentro do ramo do anarquismo societário o [[mutualismo]] de [[Pierre-Joseph Proudhon]]. Outros preferem consierá-lo como parte do ramo individualista do anarquismo. Finalmente há autores que sustentam que Proudhon estava a meio caminho entre o individualismo e o coletivismo.<br />
<br />
==Princípios==<br />
Os anarquistas societários consideram que a sociedade é difinidora de seus membros, considerem-se eles indivíduos eles ou não, em contraposição a tese individualista que se centra no indivíduo que ao associar-se a outros formam a sociedade. O objetivo comum é a liberdade e a auto-determinação, a diferença é que os societários partem mais da teoria da transformação no social em como consequência deriva o individual (só em uma sociedade livre os indivíduos podem ser livres). Não se opõe ao individualismo no sentido de ser "contra", mas sim, difere na apreciação primária do psicológico-social. Neste mesmo sentido o anarquismo individualista é mais uma perspectiva filosófica, com suas devidas consequências, que um modelo político definido e fechado.<br />
<br />
As vertentes constituintes do ramo do anarquismo social defendem os modelos de propriedade coletiva ou colaborativa, em contaposição aos modelos de propriedade individual ou propriedade privada que são ainda defendidas por alguns ramos individualistas.<br />
<br />
Também, este rótulo tem sindo utilizada por alguns anarquistas para se diferenciarem daquelas que consideram posições personalistas que antecedem ao individual (no sentido de um "postura estética") ao social ou à luta de classes. [[Murray Bookchin]] apresentou estas idéias em um polêmico ensaio crítico chamado "Anarquismo de estilo de vida" (''Lifestyle anarchism'' em inglês). Algumas pessoas que não estão de acordo com esta diferenciação vêem nestas idéias uma posição de sectarismo acintoso.<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Anarquismo individualista]]<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|S]]</div>
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Anarcoqueer
2008-12-31T22:50:12Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: Bandeira Anarco-queer '''Anarco-queer''' é uma vertente do anarquismo surgida na segunda metade do século XX a partir da ação e conjun...</p>
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<div>[[Imagem:Anfem.svg|thumb|250px|left|Bandeira Anarco-queer]]<br />
'''Anarco-queer''' é uma vertente do [[anarquismo]] surgida na segunda metade do [[século XX]] a partir da ação e conjunção de diferentes grupos [[gay]]s, [[lésbica]]s e [[bissexual|bissexuais]] libertários. Tem como foco político, não a obtenção de direitos junto ao estado como os movimentos LGBT reformistas, mas a contraposição à heteronormatividade e a libertação sexual como fator necessário para outras formas de libertação.<br />
<br />
O Anarco-queer enquanto um movimento tem base fundacional as reflexões de [[Michel Foucault]] sobre a [[História da sexualidade]].<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Sexismo]]<br />
* [[Homofobia]]<br />
* [[Anarcossindicalismo]]<br />
* [[Michel Foucault]]<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|Q]]</div>
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Anarcoprimitivismo
2008-12-31T22:49:38Z
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<hr />
<div>{{anarquismo}}<br />
<br />
[[Imagem:Darker green and Black flag.svg|thumb|left|250px|Bandeira verde-negra, considerada por alguns como símbolo do anarcoprimitivismo]]'''Anarcoprimitivismo''' é uma crítica [[anarquista]] das origens e do progresso da [[civilização]]. Primitivistas afirmam que a mudança de [[caçadores-coletores]] para a subsistência [[Agricultura|agrícola]] deu início à [[estratificação social]], [[coerção]], e [[alienação]]. Eles defendem o retorno à meios não-"civilizados" de vida através da [[Industrialisação|desindustrialização]], abolição da [[divisão de trabalho]] ou [[especialização (funcional)|especialização]], e o abandono da [[tecnologia]]. Existem entretanto numerosas outras formas de [[primitivismo]], e nem todos os primitivistas apontam o mesmo fenômeno como a fonte dos problemas modernos e civilizados. Alguns, como [[Theodore Kaczynski]], vêem apenas a Revolução Industrial como o problema, enquanto outros apontam para vários desenvolvimentos na história, como [[monoteísmo]], [[escrita]], o uso de ferramentas de metal, etc. Muitos anarquistas tradicionais rejeitam tal crítica da civilização enquanto outros a apóiam mas não se consideram primitivistas, como [[Wolfi Landstreicher]]. Anarco-primitivistas são frequentemente distinguidos pelo seu foco na prática de alcançar um estado [[selvagem]] pelo "[[rewilding]]" (retorno ao natural).<br />
<br />
==Conceitos==<br />
Primitivistas afirmam que antes do advento da [[agricultura]], humanos viviam em pequenos [[bandos]] [[nômades]], que eram [[Igualitarismo|igualitários]] socialmente, politicamente e economicamente. Não havendo hierarquia, estes bandos são algumas vezes vistos como uma incorporação precursora ao [[anarquismo]]. <br />
<br />
[[John Moore (anarquista)|John Moore]] escreve que o anarcoprimitivismo procura:<br />
<br />
:''"expor, desafiar e abolir todas as múltiplas formas de poder que estruturam o indivíduo, as relações sociais, e interrelações com o mundo natural."'' [http://www.eco-action.org/dt/primer.html]<br />
<br />
Primitivistas alegam que, como resultado da agricultura, as sociedades se tornaram cada vez mais subordinadas aos processos [[Tecnologia|tecnológicos]] e [[estruturas de poder]] abstratas provenientes da [[divisão do trabalho]] e [[hierarquia]]. Primitivistas discordam sobre qual nível de [[horticultura]] estaria presente em uma sociedade anarquista, com alguns defendendo que a [[permacultura]] poderia desempenhar um papel, mas outros defendem uma subsistência estritamente [[Caçador-coletor|caçadora-coletora]].<br />
<br />
Apesar de sua rejeição do [[cientificismo]], o primitivismo tem dado atenção pesada em [[antropologia cultural]] e [[arqueologia]]. Desde a metade do último século, sociedades antes vistas como [[Bárbaro|bárbaras]] foram amplamente reavaliadas por acadêmicos, muitos dos quais agora asseguram que os humanos do passado viviam em relativa paz e prosperidade. Como exemplo, [[Frank Hole]], um especialista em agricultura primitiva, e [[Kent Flannery]], um especialista em civilização [[Mesoamericano|Mesoamericana]], observaram que, "Nenhum grupo na terra tem mais tempo de lazer do que caçadores e coletores, passando-o principalmente em jogos, conversação e relaxando."([[Kirkpatrick Sale]], "<cite>Dwellers in the Land: The Bioregional Vision</cite>")<br />
<br />
Acadêmicos como [[Karl Polanyi]] e [[Marshall Sahlins]] caracterizaram societades primitivas como [[Economia de doação|economias de doação]] com "bens valorizados por sua utilidade ou beleza em vez do custo; mercadorias trocadas mais na base da necessidade do que na troca do valor; ampla distribuição para a sociedade sem considerar o trabalho que seus membros investiram; trabalho executado sem a idéia de salário em retorno ou benefício individual, de fato sem qualquer noção de 'trabalho'." [http://www.awok.org/AnotherWayOfLiving/ZerzanFuturePrimitive]. <br />
<br />
Outros acadêmicos e pensadores como Paul Shepard, influenciado pelo antropólogo [[Claude Lévi-Strauss]], escreveram sobre o "princípio evolucionário", o qual basicamente afirma que uma espécie removida de seu habitat natural e de seus comportamentos se tornará patológica. Shepard escreveu de inúmeras formas em que o rompimento na "ontogenia" natural do homem que se desenvolveu por milhares de anos de evolução em uma existência coletora foi rompida devida a um estilo de vida sedentário causado pela agricultura, [http://home.earthlink.net/~frshepard/].<br />
<br />
===Civilização===<br />
Os primitivistas vêem a civilização como a [[lógica]], as [[instituições]], e o aparato físico da [[domesticação]], controle e dominação. Eles focam principalmente na questão das origens. A civilização é vista como a raiz do problema da opressão, e crê-se que ela deva ser desmontada ou destruída.<br />
<br />
Os primitivistas descrevem a ascenção da civilização com a mudança dos últimos 10.000 anos de uma existência profundamente conectada com a teia da vida, para uma separada e em controle do resto da vida. Eles afirmam que antes da civilização existia um amplo tempo de lazer, considerável autonomia de ambos os sexos e [[igualdade social]], uma abordagem não-destrutiva ao mundo natural, a ausência de [[violência]] organizada, sem instituições mediadoras ou formais, e [[saúde]] forte e robustez. Os primitivistas afirmam que a civilização inaugurou as [[guerra]]s, a subjugação das mulheres, [[crescimento populacional]], trabalho pesado, conceitos de propriedade, hierarquias arraigadas, e virtualmente todas as doenças conhecidas. Eles alegam que a civilização começa e conta com a renúncia forçada da liberdade instintiva e que é impossível reformar tal renúncia.<br />
<br />
===Uma Crítica da Cultura Simbólica===<br />
Os primitivistas vêem a mudança para uma [[cultura]] quase exclusivamente [[simbolismo|simbólica]] como muito problemática, no sentido que ela nos separa de uma interação direta. Geralmente a reposta a este questionamento é, “Então, você só quer ficar grunhindo?". Isto pode ser o desejo de alguns, mas tipicamente a crítica é uma observação dos problemas inerentes com uma forma de [[comunicação]] e compreensão que conta principalmente com um pensamento simbólico às custas (e até exclusão) de outros meios sensoriais e não intermediadores. A ênfase no simbólico é um movimento da experiência direta para uma experiência mediada na forma de [[linguagem]], [[arte]], [[número]], [[tempo]], etc. <br />
<br />
Os primitivistas afirmam que a cultura simbólica filtra toda nossa percepção por [[símbolos]] formais e informais. Está além de apenas dar nomes às coisas, mas ter um relacionamento inteiro com o mundo que chega através da lente da representação. É discutido se os humanos têm por natureza pensamento simbólico ou se foi desenvolvido como uma mudança cultural ou adaptação, mas, de acordo com os primitivistas, o modo simbólico de expressão e entendimento é limitado e a sua dependência excessiva leva à objetificação, alienação, e a uma visão restrita de percepção. Muitos primitivistas promovem e praticam reacender métodos dormentes ou subutilizados de interação e cognição, como o toque e o cheiro, como também experimentando e desenvolvendo modos únicos e pessoais de compreensão e expressão.<br />
<br />
===A Domesticação da Vida===<br />
[[Domesticação]], de acordo com os primitivistas, é o processo que a civilização utiliza para doutrinar e controlar a vida de acordo com sua lógica. Os mecanismos de domesticação incluem: domar, procriar, modificar geneticamente, escolarizar, engaiolar, intimidar, coagir, extorquir, prometer, governar, escravizar, aterrorizar, assassinar, etc. A lista continua incluindo praticamente todo tipo de interação social civilizada. Os primitivistas dizem que seu movimento e seus efeitos são examinados e sentidos por toda sociedade, executados por várias instituições, rituais, e costumes.<br />
<br />
Os primitivistas também a descrevem como o processo pelo qual populações [[nômade]]s humanas antigas mudaram para uma existência sedentária pela [[agricultura]] e a [[criação animal]]. Eles afirmam que este tipo de domesticação demanda uma relação totalitária tanto com a terra quanto com as plantas e os animais domesticados. Eles dizem que enquanto em um estado de vida natural e selvagem toda a vida compartilha e compete por recursos, a domesticação destrói este equilíbrio. A paisagem domesticada (por exemplo, pastagens/campos agrícolas, e em um menor grau - [[horticultura]] e [[jardinagem]]) só podem existir com fim do compartilhamento aberto dos recursos que antes existiam; quando antes "isto era de todo mundo", agora é "meu". Os primitivistas afirmam que esta noção de posse estabeleceu as bases para uma [[hierarquia]], quando propriedade e poder surgiram.<br />
<br />
Para os primitivistas a domesticação não apenas modifica a ecologia de uma ordem livre para uma totalitária, mas também escraviza as espécies que são domesticadas.<br />
<br />
===As Origens e Dinâmicas da Patriarquia===<br />
Os primitivistas afirmam que no início do caminho na mudança para uma civilização, o produto inicial da domesticação é a [[patriarquia]]: a formalização da dominação masculina e o desenvolvimento de instituições que a reforçam. Os primitivistas dizem que ao criar falsas distinções de [[género (sociedade)|gênero]] e divisões entre homens e mulheres, a civilização, novamente, cria mais uma forma de objetificar, controlar, dominar, utilizar, e comoditizar. Eles vêem isto como um paralelo à domesticação de plantas para agricultura e animais para rebanho, em dinâmicas gerais, e também nas específicas como o controle de reprodução. Os primitivistas dizem que como em outras realidades de [[estratificação social]], papéis são dados às mulheres para estabelecer uma ordem bem rígida e previsível, benéfica à [[hierarquia]]. Eles afirmam que mulheres passaram a ser vistas como [[propriedade]], como as plantações no campo ou as ovelhas no pasto. Os primitivistas dizem que a posse e o controle absoluto da terra, plantas, animais, escravos, crianças, ou mulheres, é parte da dinâmica estabelecida da civilização.<br />
<br />
A patriarquia, para um primitivista, demanda a subjugação do feminino e a usurpação da [[natureza]], levando-nos à total aniquilação. Além disso, eles afirmam que ela define o poder, o controle e o domínio sobre o selvagem, a liberdade e a vida. Eles dizem que o condicionamento patriacal dita todas as nossas interações: com nós mesmos, nossa sexualidade, nossos relacionamentos com cada um, e nosso relacionamento com a natureza. Eles afirmam que ela limita severamente o espectro da experiência possível.<br />
<br />
===Divisão do Trabalho e Especialização===<br />
Os primitivistas tendem a ver a [[divisão de trabalho]] e a especialização como problemas fundamentais e irreconciliáveis, decisivos para o relacionamento social dentro da civilização. Eles vêem esta desconexão da habilidade de tomar conta de nós mesmos e prover nossas próprias necessidades como uma técnica de separação e desempoderar perpetuados pela civilização. A especialização é vista a levar a desigualdades inevitáveis de influência e a minar relacionamentos igualitários.<br />
<br />
===Rejeição da Ciência===<br />
Os primitivistas rejeitam a [[ciência]] mecanicista moderna como um método de compreender o mundo. A ciência, da maneira que freqüentemente tem sido conduzida, não é considerada neutra. Ela é vista carregada com os motivos e suposições que saíram da civilização e a reforçam.<br />
<br />
A ciência moderna é entendida como uma tentativa de ver o mundo como uma coleção de objetos separados para serem observados e compreendidos. Para cumprir esta tarefa o cientista precisa se distanciar emocionalmente e fisicamente, para ter um canal de mão única de informação, movendo-se da coisa observada para o "self", que é definido como não sendo parte da coisa.<br />
<br />
Os primitivistas afirmam que esta é uma visão mecanicista, sendo a religião dominante do nosso tempo. Como a ciência procura lidar somente com o [[quantitativo]], os primitivistas sugerem que ela não admite valores ou [[emoção|emoções]]. Enquanto a ciência alega que somente coisas que são reproduzíveis, previsíveis e iguais para todos os observadores são reais e importantes, os primitivistas dizem que a realidade nela mesma não é reproduzível, previsível ou igual para todos os observadores. <br />
<br />
Os primitivistas vêem que a ciência só considera parcialmente a realidade, uma crítica feita contra a ciência moderna por muitos, de sua suposição reducionista. Observabilidade, objectivação, quantificabilidade, previsibilidade, controlabilidade e uniformidade são vistos como os métodos e os objetivos da ciência. Isto, de acordo com os primitivistas, leva a uma visão de mundo em que tudo deve ser objetivizado, quantificado, controlado e em uniformidade com tudo e com todos. Os primitivistas também vêem que a ciência promove a idéia de que experiências anômalas, idéias anômalas e pessoas anômalas devam ser erradicadas ou destruídas como as peças imperfeitas de uma máquina.<br />
<br />
===O Problema da Tecnologia===<br />
Os primitivistas rejeitam completamente a [[tecnologia]] moderna. Eles a vêem como um sistema complexo envolvendo [[divisão do trabalho]], extração de recursos, e exploração para o benefício daqueles que implementam o processo. Eles afirmam que a interação e o resultado da tecnologia é sempre uma realidade alienada, mediada e distorcida. A tecnologia também é vista, como a [[ciência]], como não neutra. Acredita-se que os valores e objetivos dos que produzem e controlam a tecnologia estão embutidos com ela.<br />
<br />
A tecnologia é mantida distinta de [[ferramenta]]s simples em muitos aspectos. Uma ferramenta simples é considerada como o uso temporário de um elemento dentro do que nos cerca, utilizada para uma tarefa específica. As ferramentas não são vistas como parte de sistemas complexos que alienam o usuário do ato. Os primitivistas dizem que está implícito na tecnologia esta separação, criando uma experiência não saudável e mediada que leva a várias formas de autoridade. É dito que a dominação aumenta toda vez que uma tecnologia para "economizar tempo" é criada, pelo fato de que ela necessita da construção de mais tecnologia para suportar, mover, manter e consertar a tecnologia original. É dito que isto leva rapidamente ao estabelecimento de um sistema tecnológico complexo que parece ter uma existência independente dos humanos que a criaram. Os primitivistas acreditam que este sistema destrói, elimina, ou subordina metodicamente o mundo natural, construindo um mundo adequado apenas para [[máquina]]s.<br />
<br />
===Produção e Industrialismo===<br />
De acordo com os primitivistas, um componente chave da estrutura tecno-[[capitalista]] moderna é o [[industrialismo]], o sistema mecanizado de produção construído em cima de um poder centralizado e na exploração de pessoas e da natureza. O industrialismo não pode existir, eles dizem, sem genocídio, ecocídio, e colonialismo. Além disso, eles dizem que para mantê-lo, a coerção, os despejos, o trabalho forçado, a destruição cultural, a assimilação, a devastação ecológica e a [[globalização]] são aceitos como necessários, até mesmo benignos. Os primitivistas afirmam que a padronização da vida pelo industrialismo a objetifica e comoditiza, vendo toda a vida como um recurso em potencial. Eles vêem sua crítica ao industrialismo como uma continuação natural da crítica anarquista do estado porque eles vêem o industrialismo como inerentemente autoritátio.<br />
<br />
O argumento primitivista contra o industrialismo é este: Para manter uma sociedade industrial, é necessário buscar conquistar e colonizar terras para adquirir (geralmente) recursos não-renováveis para abastecer e lubrificar as máquinas. Esse colonialismo é racionalizado pelo [[racismo]], [[sexismo]], e chauvinismo cultural. No processo de adquirir estes recursos, as pessoas têm que ser forçadas para fora de suas terras. E para fazer com que as pessoas trabalhem nas [[fábricas]] produzam as máquinas, elas têm que ser escravizados, feitas dependentes, e também sujeitas ao sistema industrial degradante, tóxico e destrutivo.<br />
<br />
Os primitivistas dizem que o industrialismo não poderia existir sem uma [[centralização]] e especialização em massa. Além disso, afirmam que o industrialismo necessita que os recursos sejam transportados por todo o planeta para perpetuar sua existência, e este "globalismo" elimina a autonomia local e a auto-suficiência.<br />
<br />
Finalmente, os primitivistas sustentam que é uma visão mundial mecanicista a que está por trás do industrialismo e essa mesma visão mundial justificou a escravidão, extermínios e a subjugação das mulheres.<br />
<br />
===Além do Esquerdismo===<br />
Os primitivistas não se vêem como parte da [[esquerdismo|esquerda]]. Em vez disso, vêem os movimentos [[socialista]]s e [[liberais]] como falidos. Os primitivistas afirmam que a Esquerda provou-se uma falha monumental em seus objetivos. A Esquerda, de acordo com os primitivistas, é um termo genérico e pode aproximadamente descrever todas as tendências socialistas (desde [[Social-democracia|democratas sociais]] e [[liberalismo|liberais]] até [[maoístas]] e [[stalinistas]]) que desejam re-socializar "as massas" em um plano mais "progressivo", geralmente utilizando de abordagens coercitivas e manipulativas para criar uma falsa "unidade" ou a criação de partidos políticos. Apesar de os primitivistas compreenderem que os métodos ou os extremos na implementação podem divergir, o sentido básico é visto como o mesmo: a instituição de uma visão mundial coletivizada monolítica baseada na [[moralidade]].<br />
<br />
===Contra a Sociedade de Massa===<br />
A maioria dos [[anarquistas]] e “[[revolucionários]]" gasta grande parte de seu tempo desenvolvendo esquemas e mecanismos para a produção, distribuição, [[adjudicação]], e comunicação entre grande número de pessoas; em outras palavras, o funcionamento de uma sociedade complexa. Os primitivistas não aceitam a premissa de uma coordenação e uma interdependência social global (ou até mesmo regional), política, e econômica, ou a organização necessária para a sua administração. Eles rejeitam a sociedade de massa por razões práticas e filosóficas. Primeiro, eles rejeitam a representação necessária inerente para o funcionamento de situações além da realidade da experiência direta (modos completamente descentralizados de existência). Eles não desejam dirigir ou organizar uma sociedade diferente. <br />
<br />
Eles querem um quadro de referência completamente diferente. Eles querem um mundo onde cada grupo seja autônomo e decida em seus próprios termos como viver, com todas as interações baseadas em afinidade, livres e abertas, e não coercitivas. Eles querem uma vida na qual vivam, e não uma que seja dirigida.<br />
<br />
De acordo com os primitivistas a sociedade de massa bate de frente brutalmente não somente com a autonomia e o indivíduo, mas também com a terra. Eles a vêem simplesmente como não [[sustentável]] (em termos de extração de recursos, transporte, e sistemas de comunicação necessários para qualquer sistema econômico global) para continuá-la, ou para dar planos alternativos para uma sociedade de massa.<br />
<br />
===Libertação e Organização===<br />
Os primitivistas afirmam que modelos de organização apenas nos dão mais do mesmo. Apesar de ser reconhecido por alguns primitivistas que possa haver ocasionalmente uma boa intenção, o modelo organizacional é visto como fruto de uma mentalidade inerentemente paternalista e de desconfiança, que eles dizem ser contraditório à [[anarquia]]. Os primitivistas acreditam que verdadeiros relacionamentos de afinidade vêm de um entendimento mais profundo entre pessoas, por relacionamentos baseados na necessidade da vida cotidiana, não em relacionamentos baseados em organizações, [[ideologias]], ou idéias abstratas. Eles dizem que o modelo organizacional suprime as necessidades individuais e os desejos "para o bem do coletivo" quando tenta-se padronizar tanto resistência quanto visão. Desde partidos, a plataformas e a federações, os primitivistas afirmam que à medida em que a escala do projeto aumenta, o significado e a relevância que eles têm para a vida individual diminui.<br />
<br />
Em vez do modelo organizacional familiar, os primitivistas defendem o uso de associações informais baseadas em afinidades, que tendem a minimizar a alienação de decisões e processos, e a reduzir a mediação entre nossos desejos e nossas ações.<br />
<br />
===Revolução vs. Reforma===<br />
Como [[anarquistas]], os primitivistas são fundamentalmente opostos a um [[governo]] e, também, a qualquer tipo de colaboração ou mediação com o [[estado]] (ou qualquer instituição de hierarquia e controle). Esta posição determina uma certa continuidade ou direção de estratégia, historicamente referenciada como [[revolução]]. Por revolução, os primitivistas definem como a luta contínua para alterar o cenário social e político de um modo fundamental: para os anarquistas, isso significa desmanche completo. A palavra "revolução" é vista como dependente da posição em que é direcionada, como também do que seria chamado de atividade "revolucionária". Novamente, para os anarquistas, esta é a atividade almejada na dissolução completa do poder. <br />
<br />
Por outro lado, a reforma é vista englobando qualquer atividade ou estratégia com o objetivo de ajustar, alterar, ou manter seletivamente elementos do sistema atual, tipicamente utilizando os métodos ou o aparato deste sistema. Os objetivos e métodos da revolução não podem ser ditados ou apresentados dentro do contexto do sistema. Para os anarquistas, a revolução e a reforma invocam métodos e objetivos incompatíveis, e apesar de certas abordagens, não existem em um continuum.<br />
<br />
Para os primitivistas, a atividade revolucionária questiona, desafia, e trabalha para desmantelar toda a configuração ou o paradigma da civilização. A revolução não é vista como um evento singular inalcançável ou distante no qual tenta-se alcançar ou preparar as pessoas para ele, mas em vez disso, um modo de vida ou uma prática de abordar situações.<br />
<br />
===Influências===<br />
Os anarquistas contribuem para uma direção [[anti-autoritária]], que desafia todo o poder em um nível fundamental, empenhando por relacionamentos realmente [[igualitário]]s e promovendo comunidades de apoio mútuo. Entretanto, os primitivistas estendem idéias de não-dominação a todas as formas de vida, não apenas humanas, indo além da análise anarquista tradicional. Pelos [[antropologia|antropólogos]], os primitivistas obtêm uma visão das origens da civilização, compreendendo o que estamos enfretando e como chegamos aqui, para auxiliar em uma mudança de direção. Inspirados pelos [[luddita]]s, reacendem uma orientação de ação direta antitecnológica e industrial. Insurrecionalistas introduzem uma perspectiva que em vez de esperar pelo refinamento da crítica, identifica e espontaneamente ataca as atuais instituições da civilização.<br />
<br />
Os primitivistas devem muito aos [[Situacionistas]] e sua crítica da sociedade alienante de mercadoria. A [[Ecologia profunda]] dá à perspectiva primitivista uma compreensão de que o bem-estar e o florescimento de toda a vida está ligado à consciência do valor intrínseco do mundo não-humano independente do valor de uso. Os primitivistas vêem a apreciação da ecologia profunda pela riqueza e diversidade da vida contribuir para chegar à conclusão de que a interferência humana presente no mundo não-humano é coerciva e excessiva.<br />
<br />
Os [[biorregionalismo|biorregionalistas]] trazem a perspectiva de viver dentro de sua própria biorregião, e estar intimamente ligado à terra, água, clima, plantas, animais, e formas gerais de sua biorregião. Os [[ecofeminismo|ecofeministas]] contribuíram para a compreensão das raízes, dinâmicas, manifestações, e realidade da patriarquia, e seu efeito na terra, mulheres em particular, e na humanidade em geral. Recentemente, a separação dos humanos da terra (civilização) foi provavelmente articulada mais claramente e intensivamente por eco-feministas.<br />
<br />
Os primitivistas foram profundamente influenciados pelas várias culturas [[indígenas]] e nativas da história e daquelas que ainda existem atualmente. Apesar de que os primitivistas tentam aprender e incorporar técnicas sustentáveis de sobrevivência e modos mais saudáveis de interagir com a vida, eles observam que é importante não infamar ou generalizar os nativos e suas culturas, e respeitar e tentar entender suas diversidades sem cooptar identidades e características culturais. Os primitivistas também percebem que é importante compreender que todos os humanos vieram de pessoas que viviam da terra, removidas à força de suas conexões com a terra, e também têm um lugar dentro de lutas anti-coloniais.<br />
<br />
Eles também são inspirados pelo [[feral]], aqueles que escaparam da domesticação e reintegraram-se com o selvagem. E, claramente, os seres selvagens que constituem a Terra. É importante lembrar que, apesar de muitos anarco-primitivistas trazerem influência de fontes similares, o anarcoprimitivismo é algo muito pessoal para cada um que se identifica ou conecta com estas idéias e ações.<br />
<br />
===Retorno ao Natural e Reconexão===<br />
<br />
Para a maioria dos anarco-primitivistas, o retorno ao natural e a reconexão com a terra é um projeto de vida. Eles afirmam que não deve ser limitado a uma compreensão intelectual ou à prática de habilidades primitivas, mas que, em vez disso, é uma compreensão mais profunda dos modos dominantes em que somos [[domesticados]], fraturados, e deslocados de nós mesmos e do mundo. Entende-se que o retorno ao natural possui um componente físico que envolve recuperar habilidades e desenvolver métodos para uma coexistência sustensável, incluindo como alimentar-se, abrigar-se e tratar-se com as plantas, animais e materiais encontrados naturalmente em nossas [[biorregião|biorregiões]]. Também é dito incluir o desmancho da manifestação física, do aparato e da infraestrutura da civilização.<br />
<br />
Descreve-se que o retorno ao natural possui um componente [[emoção|emocional]], que abrange curar nós mesmos o que é percebido como ferimentos de 10.000 anos de idade, aprendendo a viver juntos em comunidades não-hierárquicas e não-opressivas, e desconstruir a mentalidade domesticada dos nossos padrões sociais. Para o primitivista, "o retorno ao natural inclui priorizar a experiência direta e a paixão sobre a mediação e [[alienação]], repensando toda dinâmica e aspecto da realidade, unindo-se à nossa fúria feral para defender nossas vidas e para lutar por uma existência libertada, desenvolvendo mais confiança em nossa intuição e estando mais conectado com nossos [[instinto]]s, e recuperando o equilíbrio que foi virtualmente destruído após milhares de anos de controle patriarcal e domesticação. O retorno ao natural é o processo de se tornar não-civilizado." (da cartilha O que é a Anarquia Verde, "What Is Green Anarchy")[http://www.greenanarchy.org/index.php?action=viewwritingdetail&writingId=283].<br />
<br />
===Associações===<br />
Nos [[Estados Unidos]] o primitivismo tem sido notavelmente defendido pelo escritor [[John Zerzan]] e em um menor nível [[Derrick Jensen]]. O movimento primitivista tem conexões com o [[ambientalismo radical]], ganhando alguma atenção devido às idéias de [[Theodore Kaczynski]] (também conhecido como o "Unabomber") seguindo sua campanha [[luddita]]. Recentemente, o primitivismo tem sido explorado com entusiasmo pelo ''[[Green Anarchy]]'', ''[[Species Traitor]]'', e ocasionalmente ''[[Anarchy: A Journal of Desire Armed]]'', ''[[Fifth Estate]]'', e até mesmo [[CrimethInc.]].<br />
<br />
Durante a década de [[1990]] a publicação do [[Reino Unido]] ''[[Green Anarchist]]'' alinhou-se com o primitivismo, apesar de existirem muitos [[anarquismo verde|anarquistas verdes]] que não são primitivistas.<br />
<br />
Anarquistas anti-civilização também organizam grupos na [[Espanha]], [[Israel]], [[Turquia]], [[Índia]], e [[Brasil]].<br />
<br />
O anarcoprimitivismo está associado e tem influenciado tendências radicais dentro do [[Neo-Tribalismo]].<br />
<br />
=={{Ver também}}==<br />
*[[Antimodernismo]]<br />
*[[Eco-anarquismo]]<br />
*[[Anarquismo Verde]]<br />
*[[Anarcafeminismo]]<br />
*[[Neo-Tribalismo]]<br />
<br />
==Referências==<br />
* Zerzan, John (ed.) (2005). Against Civilization: Readings and Reflections, illus. R. L. Tubbesing, enl. ed., Los Angeles: Feral House. ISBN 0922915989.<br />
* Zerzan, John (1994). Future Primitive: and Other Essays. Brooklyn: Autonomedia. ISBN 1570270007.<br />
* Zerzan, John (2002). Running on Emptiness: The Pathology of Civilisation. Los Angeles: Feral House. ISBN 092291575X.<br />
* Kaczynski, Ted [1995] (1996). The Unabomber Manifesto: Industrial Society and Its Future, 3rd ed., Berkeley: Jolly Roger Press. ISBN 0963420526.<br />
* Kaczynski, Ted (1999). "Ship of Fools", Binghamton, NY: OFF! Magazine (student zine at SUNY Binghamton).<br />
* Glendinning, Chellis (1994). My Name is Chellis and I'm in Recovery from Western Civilization. Shambhala. ISBN 087773996X.<br />
* Ellul, Jacques (1964). The Technological Society, trans. John Wilkinson, New York: Knopf.<br />
* Perlman, Fredy (1983). Against His-story, Against Leviathan!. Detroit: Black & Red.<br />
* Jensen, Derrick (2000). A Language Older Than Words. New York: Context Books. ISBN 1893956032.<br />
* Jensen, Derrick (2002). The Culture of Make Believe. New York: Context Books. ISBN 1893956288.<br />
* Moore, John. "A Primitivist Primer", London: Green Anarchist (magazine).<br />
* Quinn, Daniel (1992). Ishmael. New York: Bantam. ISBN 0553078755.<br />
* Green Anarchy: An Anti-Civilization Journal of Theory and Action<br />
* Species Traitor: An Insurrectionary Anarcho-Primitivist Journal<br />
* Disorderly Conduct (journal)<br />
* Fifth Estate: An Anti-Authoritarian Magazine of Ideas and Action<br />
* Barclay, Harold (1990). People without Government: An Anthropology of Anarchy, rev. ed., Seattle: Left Bank Books. ISBN 0939306093.<br />
<br />
=={{Links externos}}==<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|P]]<br />
<br />
[[cs:Primitivismus]]<br />
[[da:Anarko-primitivisme]]<br />
[[de:Primitivismus]]<br />
[[el:Αναρχοπρωτογονισμός]]<br />
[[en:Anarcho-primitivism]]<br />
[[eo:Anarki-primitivismo]]<br />
[[es:Anarquismo primitivista]]<br />
[[fr:Anarcho-primitivisme]]<br />
[[he:אנרכו-פרימיטיביזם]]<br />
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[[it:Primitivismo]]<br />
[[nl:Anarcho-primitivisme]]<br />
[[oc:Anarcoprimitivisme]]<br />
[[pl:Anarchoprymitywizm]]<br />
[[ru:Анархо-примитивизм]]<br />
[[sv:Primitivism]]<br />
[[tr:Anarko-primitivizm]]</div>
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Anarcoprimitivismo
2008-12-31T22:49:16Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: {{Anarquismo}} Bandeira verde-negra, considerada por alguns como símbolo do anarcoprimitivismo'''Anarcoprimitivismo''' é ...</p>
<hr />
<div>{{Anarquismo}}<br />
<br />
[[Imagem:Darker green and Black flag.svg|thumb|left|250px|Bandeira verde-negra, considerada por alguns como símbolo do anarcoprimitivismo]]'''Anarcoprimitivismo''' é uma crítica [[anarquista]] das origens e do progresso da [[civilização]]. Primitivistas afirmam que a mudança de [[caçadores-coletores]] para a subsistência [[Agricultura|agrícola]] deu início à [[estratificação social]], [[coerção]], e [[alienação]]. Eles defendem o retorno à meios não-"civilizados" de vida através da [[Industrialisação|desindustrialização]], abolição da [[divisão de trabalho]] ou [[especialização (funcional)|especialização]], e o abandono da [[tecnologia]]. Existem entretanto numerosas outras formas de [[primitivismo]], e nem todos os primitivistas apontam o mesmo fenômeno como a fonte dos problemas modernos e civilizados. Alguns, como [[Theodore Kaczynski]], vêem apenas a Revolução Industrial como o problema, enquanto outros apontam para vários desenvolvimentos na história, como [[monoteísmo]], [[escrita]], o uso de ferramentas de metal, etc. Muitos anarquistas tradicionais rejeitam tal crítica da civilização enquanto outros a apóiam mas não se consideram primitivistas, como [[Wolfi Landstreicher]]. Anarco-primitivistas são frequentemente distinguidos pelo seu foco na prática de alcançar um estado [[selvagem]] pelo "[[rewilding]]" (retorno ao natural).<br />
<br />
==Conceitos==<br />
Primitivistas afirmam que antes do advento da [[agricultura]], humanos viviam em pequenos [[bandos]] [[nômades]], que eram [[Igualitarismo|igualitários]] socialmente, politicamente e economicamente. Não havendo hierarquia, estes bandos são algumas vezes vistos como uma incorporação precursora ao [[anarquismo]]. <br />
<br />
[[John Moore (anarquista)|John Moore]] escreve que o anarcoprimitivismo procura:<br />
<br />
:''"expor, desafiar e abolir todas as múltiplas formas de poder que estruturam o indivíduo, as relações sociais, e interrelações com o mundo natural."'' [http://www.eco-action.org/dt/primer.html]<br />
<br />
Primitivistas alegam que, como resultado da agricultura, as sociedades se tornaram cada vez mais subordinadas aos processos [[Tecnologia|tecnológicos]] e [[estruturas de poder]] abstratas provenientes da [[divisão do trabalho]] e [[hierarquia]]. Primitivistas discordam sobre qual nível de [[horticultura]] estaria presente em uma sociedade anarquista, com alguns defendendo que a [[permacultura]] poderia desempenhar um papel, mas outros defendem uma subsistência estritamente [[Caçador-coletor|caçadora-coletora]].<br />
<br />
Apesar de sua rejeição do [[cientificismo]], o primitivismo tem dado atenção pesada em [[antropologia cultural]] e [[arqueologia]]. Desde a metade do último século, sociedades antes vistas como [[Bárbaro|bárbaras]] foram amplamente reavaliadas por acadêmicos, muitos dos quais agora asseguram que os humanos do passado viviam em relativa paz e prosperidade. Como exemplo, [[Frank Hole]], um especialista em agricultura primitiva, e [[Kent Flannery]], um especialista em civilização [[Mesoamericano|Mesoamericana]], observaram que, "Nenhum grupo na terra tem mais tempo de lazer do que caçadores e coletores, passando-o principalmente em jogos, conversação e relaxando."([[Kirkpatrick Sale]], "<cite>Dwellers in the Land: The Bioregional Vision</cite>")<br />
<br />
Acadêmicos como [[Karl Polanyi]] e [[Marshall Sahlins]] caracterizaram societades primitivas como [[Economia de doação|economias de doação]] com "bens valorizados por sua utilidade ou beleza em vez do custo; mercadorias trocadas mais na base da necessidade do que na troca do valor; ampla distribuição para a sociedade sem considerar o trabalho que seus membros investiram; trabalho executado sem a idéia de salário em retorno ou benefício individual, de fato sem qualquer noção de 'trabalho'." [http://www.awok.org/AnotherWayOfLiving/ZerzanFuturePrimitive]. <br />
<br />
Outros acadêmicos e pensadores como Paul Shepard, influenciado pelo antropólogo [[Claude Lévi-Strauss]], escreveram sobre o "princípio evolucionário", o qual basicamente afirma que uma espécie removida de seu habitat natural e de seus comportamentos se tornará patológica. Shepard escreveu de inúmeras formas em que o rompimento na "ontogenia" natural do homem que se desenvolveu por milhares de anos de evolução em uma existência coletora foi rompida devida a um estilo de vida sedentário causado pela agricultura, [http://home.earthlink.net/~frshepard/].<br />
<br />
===Civilização===<br />
Os primitivistas vêem a civilização como a [[lógica]], as [[instituições]], e o aparato físico da [[domesticação]], controle e dominação. Eles focam principalmente na questão das origens. A civilização é vista como a raiz do problema da opressão, e crê-se que ela deva ser desmontada ou destruída.<br />
<br />
Os primitivistas descrevem a ascenção da civilização com a mudança dos últimos 10.000 anos de uma existência profundamente conectada com a teia da vida, para uma separada e em controle do resto da vida. Eles afirmam que antes da civilização existia um amplo tempo de lazer, considerável autonomia de ambos os sexos e [[igualdade social]], uma abordagem não-destrutiva ao mundo natural, a ausência de [[violência]] organizada, sem instituições mediadoras ou formais, e [[saúde]] forte e robustez. Os primitivistas afirmam que a civilização inaugurou as [[guerra]]s, a subjugação das mulheres, [[crescimento populacional]], trabalho pesado, conceitos de propriedade, hierarquias arraigadas, e virtualmente todas as doenças conhecidas. Eles alegam que a civilização começa e conta com a renúncia forçada da liberdade instintiva e que é impossível reformar tal renúncia.<br />
<br />
===Uma Crítica da Cultura Simbólica===<br />
Os primitivistas vêem a mudança para uma [[cultura]] quase exclusivamente [[simbolismo|simbólica]] como muito problemática, no sentido que ela nos separa de uma interação direta. Geralmente a reposta a este questionamento é, “Então, você só quer ficar grunhindo?". Isto pode ser o desejo de alguns, mas tipicamente a crítica é uma observação dos problemas inerentes com uma forma de [[comunicação]] e compreensão que conta principalmente com um pensamento simbólico às custas (e até exclusão) de outros meios sensoriais e não intermediadores. A ênfase no simbólico é um movimento da experiência direta para uma experiência mediada na forma de [[linguagem]], [[arte]], [[número]], [[tempo]], etc. <br />
<br />
Os primitivistas afirmam que a cultura simbólica filtra toda nossa percepção por [[símbolos]] formais e informais. Está além de apenas dar nomes às coisas, mas ter um relacionamento inteiro com o mundo que chega através da lente da representação. É discutido se os humanos têm por natureza pensamento simbólico ou se foi desenvolvido como uma mudança cultural ou adaptação, mas, de acordo com os primitivistas, o modo simbólico de expressão e entendimento é limitado e a sua dependência excessiva leva à objetificação, alienação, e a uma visão restrita de percepção. Muitos primitivistas promovem e praticam reacender métodos dormentes ou subutilizados de interação e cognição, como o toque e o cheiro, como também experimentando e desenvolvendo modos únicos e pessoais de compreensão e expressão.<br />
<br />
===A Domesticação da Vida===<br />
[[Domesticação]], de acordo com os primitivistas, é o processo que a civilização utiliza para doutrinar e controlar a vida de acordo com sua lógica. Os mecanismos de domesticação incluem: domar, procriar, modificar geneticamente, escolarizar, engaiolar, intimidar, coagir, extorquir, prometer, governar, escravizar, aterrorizar, assassinar, etc. A lista continua incluindo praticamente todo tipo de interação social civilizada. Os primitivistas dizem que seu movimento e seus efeitos são examinados e sentidos por toda sociedade, executados por várias instituições, rituais, e costumes.<br />
<br />
Os primitivistas também a descrevem como o processo pelo qual populações [[nômade]]s humanas antigas mudaram para uma existência sedentária pela [[agricultura]] e a [[criação animal]]. Eles afirmam que este tipo de domesticação demanda uma relação totalitária tanto com a terra quanto com as plantas e os animais domesticados. Eles dizem que enquanto em um estado de vida natural e selvagem toda a vida compartilha e compete por recursos, a domesticação destrói este equilíbrio. A paisagem domesticada (por exemplo, pastagens/campos agrícolas, e em um menor grau - [[horticultura]] e [[jardinagem]]) só podem existir com fim do compartilhamento aberto dos recursos que antes existiam; quando antes "isto era de todo mundo", agora é "meu". Os primitivistas afirmam que esta noção de posse estabeleceu as bases para uma [[hierarquia]], quando propriedade e poder surgiram.<br />
<br />
Para os primitivistas a domesticação não apenas modifica a ecologia de uma ordem livre para uma totalitária, mas também escraviza as espécies que são domesticadas.<br />
<br />
===As Origens e Dinâmicas da Patriarquia===<br />
Os primitivistas afirmam que no início do caminho na mudança para uma civilização, o produto inicial da domesticação é a [[patriarquia]]: a formalização da dominação masculina e o desenvolvimento de instituições que a reforçam. Os primitivistas dizem que ao criar falsas distinções de [[género (sociedade)|gênero]] e divisões entre homens e mulheres, a civilização, novamente, cria mais uma forma de objetificar, controlar, dominar, utilizar, e comoditizar. Eles vêem isto como um paralelo à domesticação de plantas para agricultura e animais para rebanho, em dinâmicas gerais, e também nas específicas como o controle de reprodução. Os primitivistas dizem que como em outras realidades de [[estratificação social]], papéis são dados às mulheres para estabelecer uma ordem bem rígida e previsível, benéfica à [[hierarquia]]. Eles afirmam que mulheres passaram a ser vistas como [[propriedade]], como as plantações no campo ou as ovelhas no pasto. Os primitivistas dizem que a posse e o controle absoluto da terra, plantas, animais, escravos, crianças, ou mulheres, é parte da dinâmica estabelecida da civilização.<br />
<br />
A patriarquia, para um primitivista, demanda a subjugação do feminino e a usurpação da [[natureza]], levando-nos à total aniquilação. Além disso, eles afirmam que ela define o poder, o controle e o domínio sobre o selvagem, a liberdade e a vida. Eles dizem que o condicionamento patriacal dita todas as nossas interações: com nós mesmos, nossa sexualidade, nossos relacionamentos com cada um, e nosso relacionamento com a natureza. Eles afirmam que ela limita severamente o espectro da experiência possível.<br />
<br />
===Divisão do Trabalho e Especialização===<br />
Os primitivistas tendem a ver a [[divisão de trabalho]] e a especialização como problemas fundamentais e irreconciliáveis, decisivos para o relacionamento social dentro da civilização. Eles vêem esta desconexão da habilidade de tomar conta de nós mesmos e prover nossas próprias necessidades como uma técnica de separação e desempoderar perpetuados pela civilização. A especialização é vista a levar a desigualdades inevitáveis de influência e a minar relacionamentos igualitários.<br />
<br />
===Rejeição da Ciência===<br />
Os primitivistas rejeitam a [[ciência]] mecanicista moderna como um método de compreender o mundo. A ciência, da maneira que freqüentemente tem sido conduzida, não é considerada neutra. Ela é vista carregada com os motivos e suposições que saíram da civilização e a reforçam.<br />
<br />
A ciência moderna é entendida como uma tentativa de ver o mundo como uma coleção de objetos separados para serem observados e compreendidos. Para cumprir esta tarefa o cientista precisa se distanciar emocionalmente e fisicamente, para ter um canal de mão única de informação, movendo-se da coisa observada para o "self", que é definido como não sendo parte da coisa.<br />
<br />
Os primitivistas afirmam que esta é uma visão mecanicista, sendo a religião dominante do nosso tempo. Como a ciência procura lidar somente com o [[quantitativo]], os primitivistas sugerem que ela não admite valores ou [[emoção|emoções]]. Enquanto a ciência alega que somente coisas que são reproduzíveis, previsíveis e iguais para todos os observadores são reais e importantes, os primitivistas dizem que a realidade nela mesma não é reproduzível, previsível ou igual para todos os observadores. <br />
<br />
Os primitivistas vêem que a ciência só considera parcialmente a realidade, uma crítica feita contra a ciência moderna por muitos, de sua suposição reducionista. Observabilidade, objectivação, quantificabilidade, previsibilidade, controlabilidade e uniformidade são vistos como os métodos e os objetivos da ciência. Isto, de acordo com os primitivistas, leva a uma visão de mundo em que tudo deve ser objetivizado, quantificado, controlado e em uniformidade com tudo e com todos. Os primitivistas também vêem que a ciência promove a idéia de que experiências anômalas, idéias anômalas e pessoas anômalas devam ser erradicadas ou destruídas como as peças imperfeitas de uma máquina.<br />
<br />
===O Problema da Tecnologia===<br />
Os primitivistas rejeitam completamente a [[tecnologia]] moderna. Eles a vêem como um sistema complexo envolvendo [[divisão do trabalho]], extração de recursos, e exploração para o benefício daqueles que implementam o processo. Eles afirmam que a interação e o resultado da tecnologia é sempre uma realidade alienada, mediada e distorcida. A tecnologia também é vista, como a [[ciência]], como não neutra. Acredita-se que os valores e objetivos dos que produzem e controlam a tecnologia estão embutidos com ela.<br />
<br />
A tecnologia é mantida distinta de [[ferramenta]]s simples em muitos aspectos. Uma ferramenta simples é considerada como o uso temporário de um elemento dentro do que nos cerca, utilizada para uma tarefa específica. As ferramentas não são vistas como parte de sistemas complexos que alienam o usuário do ato. Os primitivistas dizem que está implícito na tecnologia esta separação, criando uma experiência não saudável e mediada que leva a várias formas de autoridade. É dito que a dominação aumenta toda vez que uma tecnologia para "economizar tempo" é criada, pelo fato de que ela necessita da construção de mais tecnologia para suportar, mover, manter e consertar a tecnologia original. É dito que isto leva rapidamente ao estabelecimento de um sistema tecnológico complexo que parece ter uma existência independente dos humanos que a criaram. Os primitivistas acreditam que este sistema destrói, elimina, ou subordina metodicamente o mundo natural, construindo um mundo adequado apenas para [[máquina]]s.<br />
<br />
===Produção e Industrialismo===<br />
De acordo com os primitivistas, um componente chave da estrutura tecno-[[capitalista]] moderna é o [[industrialismo]], o sistema mecanizado de produção construído em cima de um poder centralizado e na exploração de pessoas e da natureza. O industrialismo não pode existir, eles dizem, sem genocídio, ecocídio, e colonialismo. Além disso, eles dizem que para mantê-lo, a coerção, os despejos, o trabalho forçado, a destruição cultural, a assimilação, a devastação ecológica e a [[globalização]] são aceitos como necessários, até mesmo benignos. Os primitivistas afirmam que a padronização da vida pelo industrialismo a objetifica e comoditiza, vendo toda a vida como um recurso em potencial. Eles vêem sua crítica ao industrialismo como uma continuação natural da crítica anarquista do estado porque eles vêem o industrialismo como inerentemente autoritátio.<br />
<br />
O argumento primitivista contra o industrialismo é este: Para manter uma sociedade industrial, é necessário buscar conquistar e colonizar terras para adquirir (geralmente) recursos não-renováveis para abastecer e lubrificar as máquinas. Esse colonialismo é racionalizado pelo [[racismo]], [[sexismo]], e chauvinismo cultural. No processo de adquirir estes recursos, as pessoas têm que ser forçadas para fora de suas terras. E para fazer com que as pessoas trabalhem nas [[fábricas]] produzam as máquinas, elas têm que ser escravizados, feitas dependentes, e também sujeitas ao sistema industrial degradante, tóxico e destrutivo.<br />
<br />
Os primitivistas dizem que o industrialismo não poderia existir sem uma [[centralização]] e especialização em massa. Além disso, afirmam que o industrialismo necessita que os recursos sejam transportados por todo o planeta para perpetuar sua existência, e este "globalismo" elimina a autonomia local e a auto-suficiência.<br />
<br />
Finalmente, os primitivistas sustentam que é uma visão mundial mecanicista a que está por trás do industrialismo e essa mesma visão mundial justificou a escravidão, extermínios e a subjugação das mulheres.<br />
<br />
===Além do Esquerdismo===<br />
Os primitivistas não se vêem como parte da [[esquerdismo|esquerda]]. Em vez disso, vêem os movimentos [[socialista]]s e [[liberais]] como falidos. Os primitivistas afirmam que a Esquerda provou-se uma falha monumental em seus objetivos. A Esquerda, de acordo com os primitivistas, é um termo genérico e pode aproximadamente descrever todas as tendências socialistas (desde [[Social-democracia|democratas sociais]] e [[liberalismo|liberais]] até [[maoístas]] e [[stalinistas]]) que desejam re-socializar "as massas" em um plano mais "progressivo", geralmente utilizando de abordagens coercitivas e manipulativas para criar uma falsa "unidade" ou a criação de partidos políticos. Apesar de os primitivistas compreenderem que os métodos ou os extremos na implementação podem divergir, o sentido básico é visto como o mesmo: a instituição de uma visão mundial coletivizada monolítica baseada na [[moralidade]].<br />
<br />
===Contra a Sociedade de Massa===<br />
A maioria dos [[anarquistas]] e “[[revolucionários]]" gasta grande parte de seu tempo desenvolvendo esquemas e mecanismos para a produção, distribuição, [[adjudicação]], e comunicação entre grande número de pessoas; em outras palavras, o funcionamento de uma sociedade complexa. Os primitivistas não aceitam a premissa de uma coordenação e uma interdependência social global (ou até mesmo regional), política, e econômica, ou a organização necessária para a sua administração. Eles rejeitam a sociedade de massa por razões práticas e filosóficas. Primeiro, eles rejeitam a representação necessária inerente para o funcionamento de situações além da realidade da experiência direta (modos completamente descentralizados de existência). Eles não desejam dirigir ou organizar uma sociedade diferente. <br />
<br />
Eles querem um quadro de referência completamente diferente. Eles querem um mundo onde cada grupo seja autônomo e decida em seus próprios termos como viver, com todas as interações baseadas em afinidade, livres e abertas, e não coercitivas. Eles querem uma vida na qual vivam, e não uma que seja dirigida.<br />
<br />
De acordo com os primitivistas a sociedade de massa bate de frente brutalmente não somente com a autonomia e o indivíduo, mas também com a terra. Eles a vêem simplesmente como não [[sustentável]] (em termos de extração de recursos, transporte, e sistemas de comunicação necessários para qualquer sistema econômico global) para continuá-la, ou para dar planos alternativos para uma sociedade de massa.<br />
<br />
===Libertação e Organização===<br />
Os primitivistas afirmam que modelos de organização apenas nos dão mais do mesmo. Apesar de ser reconhecido por alguns primitivistas que possa haver ocasionalmente uma boa intenção, o modelo organizacional é visto como fruto de uma mentalidade inerentemente paternalista e de desconfiança, que eles dizem ser contraditório à [[anarquia]]. Os primitivistas acreditam que verdadeiros relacionamentos de afinidade vêm de um entendimento mais profundo entre pessoas, por relacionamentos baseados na necessidade da vida cotidiana, não em relacionamentos baseados em organizações, [[ideologias]], ou idéias abstratas. Eles dizem que o modelo organizacional suprime as necessidades individuais e os desejos "para o bem do coletivo" quando tenta-se padronizar tanto resistência quanto visão. Desde partidos, a plataformas e a federações, os primitivistas afirmam que à medida em que a escala do projeto aumenta, o significado e a relevância que eles têm para a vida individual diminui.<br />
<br />
Em vez do modelo organizacional familiar, os primitivistas defendem o uso de associações informais baseadas em afinidades, que tendem a minimizar a alienação de decisões e processos, e a reduzir a mediação entre nossos desejos e nossas ações.<br />
<br />
===Revolução vs. Reforma===<br />
Como [[anarquistas]], os primitivistas são fundamentalmente opostos a um [[governo]] e, também, a qualquer tipo de colaboração ou mediação com o [[estado]] (ou qualquer instituição de hierarquia e controle). Esta posição determina uma certa continuidade ou direção de estratégia, historicamente referenciada como [[revolução]]. Por revolução, os primitivistas definem como a luta contínua para alterar o cenário social e político de um modo fundamental: para os anarquistas, isso significa desmanche completo. A palavra "revolução" é vista como dependente da posição em que é direcionada, como também do que seria chamado de atividade "revolucionária". Novamente, para os anarquistas, esta é a atividade almejada na dissolução completa do poder. <br />
<br />
Por outro lado, a reforma é vista englobando qualquer atividade ou estratégia com o objetivo de ajustar, alterar, ou manter seletivamente elementos do sistema atual, tipicamente utilizando os métodos ou o aparato deste sistema. Os objetivos e métodos da revolução não podem ser ditados ou apresentados dentro do contexto do sistema. Para os anarquistas, a revolução e a reforma invocam métodos e objetivos incompatíveis, e apesar de certas abordagens, não existem em um continuum.<br />
<br />
Para os primitivistas, a atividade revolucionária questiona, desafia, e trabalha para desmantelar toda a configuração ou o paradigma da civilização. A revolução não é vista como um evento singular inalcançável ou distante no qual tenta-se alcançar ou preparar as pessoas para ele, mas em vez disso, um modo de vida ou uma prática de abordar situações.<br />
<br />
===Influências===<br />
Os anarquistas contribuem para uma direção [[anti-autoritária]], que desafia todo o poder em um nível fundamental, empenhando por relacionamentos realmente [[igualitário]]s e promovendo comunidades de apoio mútuo. Entretanto, os primitivistas estendem idéias de não-dominação a todas as formas de vida, não apenas humanas, indo além da análise anarquista tradicional. Pelos [[antropologia|antropólogos]], os primitivistas obtêm uma visão das origens da civilização, compreendendo o que estamos enfretando e como chegamos aqui, para auxiliar em uma mudança de direção. Inspirados pelos [[luddita]]s, reacendem uma orientação de ação direta antitecnológica e industrial. Insurrecionalistas introduzem uma perspectiva que em vez de esperar pelo refinamento da crítica, identifica e espontaneamente ataca as atuais instituições da civilização.<br />
<br />
Os primitivistas devem muito aos [[Situacionistas]] e sua crítica da sociedade alienante de mercadoria. A [[Ecologia profunda]] dá à perspectiva primitivista uma compreensão de que o bem-estar e o florescimento de toda a vida está ligado à consciência do valor intrínseco do mundo não-humano independente do valor de uso. Os primitivistas vêem a apreciação da ecologia profunda pela riqueza e diversidade da vida contribuir para chegar à conclusão de que a interferência humana presente no mundo não-humano é coerciva e excessiva.<br />
<br />
Os [[biorregionalismo|biorregionalistas]] trazem a perspectiva de viver dentro de sua própria biorregião, e estar intimamente ligado à terra, água, clima, plantas, animais, e formas gerais de sua biorregião. Os [[ecofeminismo|ecofeministas]] contribuíram para a compreensão das raízes, dinâmicas, manifestações, e realidade da patriarquia, e seu efeito na terra, mulheres em particular, e na humanidade em geral. Recentemente, a separação dos humanos da terra (civilização) foi provavelmente articulada mais claramente e intensivamente por eco-feministas.<br />
<br />
Os primitivistas foram profundamente influenciados pelas várias culturas [[indígenas]] e nativas da história e daquelas que ainda existem atualmente. Apesar de que os primitivistas tentam aprender e incorporar técnicas sustentáveis de sobrevivência e modos mais saudáveis de interagir com a vida, eles observam que é importante não infamar ou generalizar os nativos e suas culturas, e respeitar e tentar entender suas diversidades sem cooptar identidades e características culturais. Os primitivistas também percebem que é importante compreender que todos os humanos vieram de pessoas que viviam da terra, removidas à força de suas conexões com a terra, e também têm um lugar dentro de lutas anti-coloniais.<br />
<br />
Eles também são inspirados pelo [[feral]], aqueles que escaparam da domesticação e reintegraram-se com o selvagem. E, claramente, os seres selvagens que constituem a Terra. É importante lembrar que, apesar de muitos anarco-primitivistas trazerem influência de fontes similares, o anarcoprimitivismo é algo muito pessoal para cada um que se identifica ou conecta com estas idéias e ações.<br />
<br />
===Retorno ao Natural e Reconexão===<br />
<br />
Para a maioria dos anarco-primitivistas, o retorno ao natural e a reconexão com a terra é um projeto de vida. Eles afirmam que não deve ser limitado a uma compreensão intelectual ou à prática de habilidades primitivas, mas que, em vez disso, é uma compreensão mais profunda dos modos dominantes em que somos [[domesticados]], fraturados, e deslocados de nós mesmos e do mundo. Entende-se que o retorno ao natural possui um componente físico que envolve recuperar habilidades e desenvolver métodos para uma coexistência sustensável, incluindo como alimentar-se, abrigar-se e tratar-se com as plantas, animais e materiais encontrados naturalmente em nossas [[biorregião|biorregiões]]. Também é dito incluir o desmancho da manifestação física, do aparato e da infraestrutura da civilização.<br />
<br />
Descreve-se que o retorno ao natural possui um componente [[emoção|emocional]], que abrange curar nós mesmos o que é percebido como ferimentos de 10.000 anos de idade, aprendendo a viver juntos em comunidades não-hierárquicas e não-opressivas, e desconstruir a mentalidade domesticada dos nossos padrões sociais. Para o primitivista, "o retorno ao natural inclui priorizar a experiência direta e a paixão sobre a mediação e [[alienação]], repensando toda dinâmica e aspecto da realidade, unindo-se à nossa fúria feral para defender nossas vidas e para lutar por uma existência libertada, desenvolvendo mais confiança em nossa intuição e estando mais conectado com nossos [[instinto]]s, e recuperando o equilíbrio que foi virtualmente destruído após milhares de anos de controle patriarcal e domesticação. O retorno ao natural é o processo de se tornar não-civilizado." (da cartilha O que é a Anarquia Verde, "What Is Green Anarchy")[http://www.greenanarchy.org/index.php?action=viewwritingdetail&writingId=283].<br />
<br />
===Associações===<br />
Nos [[Estados Unidos]] o primitivismo tem sido notavelmente defendido pelo escritor [[John Zerzan]] e em um menor nível [[Derrick Jensen]]. O movimento primitivista tem conexões com o [[ambientalismo radical]], ganhando alguma atenção devido às idéias de [[Theodore Kaczynski]] (também conhecido como o "Unabomber") seguindo sua campanha [[luddita]]. Recentemente, o primitivismo tem sido explorado com entusiasmo pelo ''[[Green Anarchy]]'', ''[[Species Traitor]]'', e ocasionalmente ''[[Anarchy: A Journal of Desire Armed]]'', ''[[Fifth Estate]]'', e até mesmo [[CrimethInc.]].<br />
<br />
Durante a década de [[1990]] a publicação do [[Reino Unido]] ''[[Green Anarchist]]'' alinhou-se com o primitivismo, apesar de existirem muitos [[anarquismo verde|anarquistas verdes]] que não são primitivistas.<br />
<br />
Anarquistas anti-civilização também organizam grupos na [[Espanha]], [[Israel]], [[Turquia]], [[Índia]], e [[Brasil]].<br />
<br />
O anarcoprimitivismo está associado e tem influenciado tendências radicais dentro do [[Neo-Tribalismo]].<br />
<br />
=={{Ver também}}==<br />
*[[Antimodernismo]]<br />
*[[Eco-anarquismo]]<br />
*[[Anarquismo Verde]]<br />
*[[Anarcafeminismo]]<br />
*[[Neo-Tribalismo]]<br />
<br />
==Referências==<br />
* Zerzan, John (ed.) (2005). Against Civilization: Readings and Reflections, illus. R. L. Tubbesing, enl. ed., Los Angeles: Feral House. ISBN 0922915989.<br />
* Zerzan, John (1994). Future Primitive: and Other Essays. Brooklyn: Autonomedia. ISBN 1570270007.<br />
* Zerzan, John (2002). Running on Emptiness: The Pathology of Civilisation. Los Angeles: Feral House. ISBN 092291575X.<br />
* Kaczynski, Ted [1995] (1996). The Unabomber Manifesto: Industrial Society and Its Future, 3rd ed., Berkeley: Jolly Roger Press. ISBN 0963420526.<br />
* Kaczynski, Ted (1999). "Ship of Fools", Binghamton, NY: OFF! Magazine (student zine at SUNY Binghamton).<br />
* Glendinning, Chellis (1994). My Name is Chellis and I'm in Recovery from Western Civilization. Shambhala. ISBN 087773996X.<br />
* Ellul, Jacques (1964). The Technological Society, trans. John Wilkinson, New York: Knopf.<br />
* Perlman, Fredy (1983). Against His-story, Against Leviathan!. Detroit: Black & Red.<br />
* Jensen, Derrick (2000). A Language Older Than Words. New York: Context Books. ISBN 1893956032.<br />
* Jensen, Derrick (2002). The Culture of Make Believe. New York: Context Books. ISBN 1893956288.<br />
* Moore, John. "A Primitivist Primer", London: Green Anarchist (magazine).<br />
* Quinn, Daniel (1992). Ishmael. New York: Bantam. ISBN 0553078755.<br />
* Green Anarchy: An Anti-Civilization Journal of Theory and Action<br />
* Species Traitor: An Insurrectionary Anarcho-Primitivist Journal<br />
* Disorderly Conduct (journal)<br />
* Fifth Estate: An Anti-Authoritarian Magazine of Ideas and Action<br />
* Barclay, Harold (1990). People without Government: An Anthropology of Anarchy, rev. ed., Seattle: Left Bank Books. ISBN 0939306093.<br />
<br />
=={{Links externos}}==<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|P]]<br />
<br />
[[cs:Primitivismus]]<br />
[[da:Anarko-primitivisme]]<br />
[[de:Primitivismus]]<br />
[[el:Αναρχοπρωτογονισμός]]<br />
[[en:Anarcho-primitivism]]<br />
[[eo:Anarki-primitivismo]]<br />
[[es:Anarquismo primitivista]]<br />
[[fr:Anarcho-primitivisme]]<br />
[[he:אנרכו-פרימיטיביזם]]<br />
[[id:Anarko-primitivisme]]<br />
[[it:Primitivismo]]<br />
[[nl:Anarcho-primitivisme]]<br />
[[oc:Anarcoprimitivisme]]<br />
[[pl:Anarchoprymitywizm]]<br />
[[ru:Анархо-примитивизм]]<br />
[[sv:Primitivism]]<br />
[[tr:Anarko-primitivizm]]</div>
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Anarquia Pósesquerdismo
2008-12-31T22:48:27Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Anarquia Pósesquerdismo''' ou '''Anarquismo pósesquerdista''', ou ainda '''Pós-esquerdismo''' é o nome de uma corrente anarquista crítica que problematiza a relação do anarqu...</p>
<hr />
<div>'''Anarquia Pósesquerdismo''' ou '''Anarquismo pósesquerdista''', ou ainda '''Pós-esquerdismo''' é o nome de uma corrente anarquista crítica que problematiza a relação do anarquismo com a esquerda tradicional. Alguns pós-esquerdistas buscam formas de escapar do confinamento das ideologias em geral. Anarquia pós-esquerdismo é marcada pelo foco na inssurreição social e a rejeição das formas de organização social vinculadas aos movimentos de esquerda<ref>Macphee, Josh (2007). Realizing the Impossible. Stirling: AK Press. ISBN 1904859321.</ref>. Esta corrente se desenvolveu rapidamente desde a queda da [[União Soviética]], que resultou no declínio do socialismo autoritário.<br />
<br />
==Proponentes e difusores== <br />
Grupos e iniciativas individuais associadas ao anarquismo pós-esquerdismo incluem [[CrimethInc.]], [[Jason McQuinn]], [[Bob Black]], e as revistas ''[[Anarchy: A Journal of Desire Armed]]'' e ''[[Green Anarchy]]''. As idéias associadas a anarquia pós-esquerda foram criticadas por outros anarquistas, notavalmente por [[Murray Bookchin]], na polêmica, ''[[Social Anarchism Or Lifestyle Anarchism: An Unbridgeable Chasm]]'', atacando esta corrente recente do pensamento anarquista. [[Bob Black]] por sua vez escreveu um livro em resposta aos argumentos de Bookchin chamado ''[[Anarquia após o Esquerdismo]]''.<br />
<br />
==Veja também==<br />
*[[Ilegalismo]]<br />
*[[Anarquismo insurrecionário]]<br />
*[[Pós-estruturalismo]]<br />
*[[Internacional Situacionista]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* {{en}} "[http://www.infoshop.org/afterleftism.html Anarquia Após o Esquerdismo]" de Bob Black.<br />
* {{en}} "[http://anarchism.ws/postleft.html Primitivismo e 'anarquismo' pós-esquerdismo]" em Anarchism.ws.<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|P]]<br />
<br />
[[es:Anarquía postizquierda]]<br />
[[en:Post-left anarchy]]</div>
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Plataformismo
2008-12-31T22:47:54Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: O '''plataformismo''', chamado também apenas por seus partidários de '''anarquismo organizado''', é uma tendência dentro do movimento anarquista mais amplo que promove a organ...</p>
<hr />
<div><br />
O '''plataformismo''', chamado também apenas por seus partidários de '''anarquismo organizado''', é uma tendência dentro do movimento [[anarquista]] mais amplo que promove a organização na forma da Plataforma Organizacional para uma União Geral de Anarquistas (Proposta) por [[Nestor Makhno]]. A plataforma nasceu das experiências dos [[Anarquismo na Rússia|anarquistas russos]] durante a [[Revolução de Outubro]] de [[1917]], que conduziu finalmente à ditadura do partido bolchevique ao invés da [[autogestão]] de trabalhadores e camponeses. A plataforma tem como intenção explicar e solucionar as falhas do movimento anarquista durante a Revolução russa. Enquanto proposta polêmica, a plataforma provocou tanto elogios como críticas de anarquistas de todo o mundo.<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Revolução Ucraniana]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
* {{es}} [http://www.alasbarricadas.org/ateneovirtual/index.php/J.3.3_%C2%BFQu%C3%A9_es_la_%22Plataforma%22%3F O que é a Plataforma?]<br />
* {{es}} [http://www.alasbarricadas.org/ateneovirtual/index.php/J.3.4_%C2%BFPor_qu%C3%A9_muchos_anarquistas_se_oponen_a_la_%22Plataforma%22%3F Por que muitos anarquistas se opõem à "Plataforma"?]<br />
* {{es}} [http://www.nestormakhno.info/english/newplatform/org_plat.htm Plataforma Organizacional para uma União Geral de Anarquistas]<br />
* {{es}} [http://www.nestormakhno.info/spanish/platform/org_plat.htm Plataforma organizacional dos comunistas libertários]<br />
* {{es}} [http://www.anarkismo.net/ Anarkismo.net]<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|p]]</div>
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http://por.anarchopedia.org/index.php?title=Anarcopacifismo&diff=2983
Anarcopacifismo
2008-12-31T22:47:03Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: A bandeira branca e negra diagonal, símbolo do anarcopacifismo '''Anarcopacifismo''', também conhecido como '''Anarquismo Pa...</p>
<hr />
<div>[[Imagem:Anarcho-Pacifist flag.svg.png|thumb|250px|left|A bandeira branca e negra diagonal, símbolo do anarcopacifismo]]<br />
'''Anarcopacifismo''', também conhecido como '''Anarquismo Pacifista''' é uma vertente do anarquismo que se posiciona contra qualquer tipo de violência como meio de se concretizar a transformação social. Em grande parte o Anarcopacifismo encontra-se ancorado nas idéias de [[Liev Tolstói]], [[Errico Malatesta]] e [[Gandhi]]{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}.<br />
{{mínimo}}<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|P]]</div>
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Anarcopunk
2008-12-31T22:46:16Z
<p>AltCtrlDel: anarcopunk foi movido para Anarcopunk</p>
<hr />
<div>{{anarquismo}}<br />
'''Anarcopunk''' é uma vertente do movimento [[punk]] que consiste de [[banda musical|bandas]], grupos e indivíduos que promovem políticas [[anarquismo|anarquistas]].<br />
<br />
Apesar de nem todos os punks apoiarem o anarquismo, o [[pensamento]] tem um papel importante na cultura punk, e o punk teve uma influência significativa no anarquismo contemporário. O termo "anarcopunk" é algumas vezes aplicado exclusivamente a bandas que fizeram parte do movimento anarcopunk original no [[Reino Unido]] na [[década de 1970]] e [[década de 1980|1980]], como [[Crass]], [[Conflict]], [[Flux of Pink Indians]], [[Subhumans]], [[Poison Girls]] e [[Oi Polloi]]. Alguns utilizam o termo mais amplamente para se referir a qualquer música punk com conteúdo anarquista em sua letra. Essa definição mais ampla inclui bandas [[crustcore]] e bandas [[d-beat]] como [[Discharge]], e podem incluir bandas de [[Hardcore (punk)|punk hardcore]] dos [[Estados Unidos]], como [[MDC]], artistas de [[folk punk]] como [[This Bike Is a Pipe Bomb]] ou artistas em outros subgêneros.<br />
<br />
== História ==<br />
Um crescimento no interesse popular ao [[anarquismo]] ocorreu durante os [[década de 1970|anos 1970]] no [[Reino Unido]] após o nascimento do [[punk rock]], em particular os gráficos influenciados pelo [[Internacional Situacionista|situacionismo]] do artista [[Jamie Reid]], que desenhava para os [[Sex Pistols]] e o primeiro ''[[single]]'' da banda, "[[Anarchy in the UK]]". No entanto, enquanto que a cena punk inicial adotava imagens anarquistas principalmente por seu valor de choque, a banda [[Crass]] pode ter sido a primeira banda punk a expor idéias anarquistas e [[pacifismo|pacifistas]] sérias. O conceito do anarcopunk foi pego por bandas como [[Flux of Pink Indians]] e [[Conflict]]. O cofundador do Crass, [[Penny Rimbaud]], disse que sente que os anarcopunks eram representantes do punk verdadeiro, enquanto que bandas como os [[Sex Pistols]], [[The Clash]] e [[The Damned]] eram nada mais do que "fantoches da indústria musical".<br />
<br />
Enquanto passavam os [[década de 1980|anos 1980]], dois novos subgêneros da música punk evoluíram do anarcopunk: [[crustcore]] e [[d-beat]]. O crustcore, e seus pioneiros foram as bandas [[Antisect]], [[Sacrilege]] e [[Amebix]]. O d-beat eram uma forma de música punk mais bruta e rápida, e foi criada por bandas como [[Discharge]] e [[The Varukers]]. Um pouco depois, na mesma década, o [[grindcore]] desenvolveu-se do anarcopunk. Parecido com o crustcore, porém ainda mais extremo musicalmente (utilizava [[blast beats]] e vocais incompreensíveis), seus pioneiros foram [[Napalm Death]] e [[Extreme Noise Terror]]. Paralelamente ao desenvolvimento desses subgêneros, muitas bandas da cena [[Hardcore (punk)|punk hardcore]] dos [[Estados Unidos]] estavam adotando ideologia anarcopunk, incluindo [[MDC]] e [[Reagan Youth]].<br />
<br />
== Crenças ==<br />
O anarcopunk se parece muito com o [[anarquismo sem adjetivos]], no sentido de envolver a cooperação de várias formas diferentes de anarquismo. Alguns anarcopunks são [[anarco-feminismo|anarco-feministas]] (como Polemic Attack), enquanto outros eram [[anarco-sindicalismo|anarco-sindicalistas]] ([[Exit-Stance]]). O [[The Psalters]], por exemplo, é uma banda anarcopunk afiliada ao [[anarquismo cristão]].<br />
<br />
A [[anarquia pós-esquerdista]] é comum no anarcopunk moderno. [[CrimethInc.]], um dos maiores proponentes do pós-esquerdismo, possui fortes ligações com o movimento. A [[Class War]] é uma federação pós-esquedista britânica que também é muito ligada ao anarcopunk, e apoiada por bandas como [[Conflict]]. Muitos anarcopunks apóiam questões como [[direitos dos animais]], [[igualdade racial]], [[feminismo]], [[ecologismo]], anti-[[heterossexismo]], [[autonomia]] trabalhista, [[movimento pacifista]] e o movimento [[antiglobalização]]. O pacifismo não é apoiado por todos anarcopunks.<br />
<br />
Os punks, de modo geral, aproximam-se do anarquismo devido ao seu modo de ser, de negar e combater o [[autoritarismo]], as fronteiras e os [[preconceito]]s impostos, porém, os anarcopunks assumem a política anarquista e seus modos de ação e organização, assim como seus princípios. Seus mais fortes modos de expressão cultural são a [[música]], ou anti-música, a [[poesia]] e o visual "pesado" e agressivo, que procura refletir "todo o peso e imundície da sociedade em que vivemos".<br />
[[Imagem:Crass2.jpg|thumb|right|300px|[[Crass]], uma banda anarcopunk que não acreditava no uso da força]]<br />
=== A ética punk do "faça você mesmo" ===<br />
Muitas bandas anarcopunk enfatizam uma ética "[[DIY|faça você mesmo]]" (''do it yourself'' ou ''DIY'' em [[língua inglesa|inglês]]). Um slogan popular do movimento é "''DIY not EMI''", que em inglês representa uma rejeição a uma grande [[gravadora]] (a [[EMI]], no caso). Muitas bandas anarcopunk eram divulgadas na série de [[LP]]s ''[[Bullshit Detector]]'', lançada pela [[Crass Records]] e [[Resistence Productions]] entre [[1980]] e [[1994]].<br />
<br />
Alguns artistas anarcopunk faziam parte da [[cultura do cassete]]. Desta maneira, a rota tradicional gravação-distribuição era ignorada, já que as gravações eram feitas para quem enviasse uma fita em branco e um envelope endereçado a si mesmo. O movimento anarcopunk tinha sua própria rede de [[fanzine]]s punk que disseminavam notícias, idéias e [[arte]] da cena. Todas essas fanzines eram DIY, produzindo, no máximo, centenas de unidades, apesar de haver exceções como a ''Toxic Grafity'' (sic). As zines eram impressas em [[fotocopiadora]]s ou máquinas duplicadoras, e distribuidas à mão em shows punk e por [[correio]].<br />
<br />
=== Ação direta ===<br />
Os anarcopunks acreditam universalmente na ação direta, apesar da maneira com que isso se manifesta varia muito. Mesmo com suas diferentes abordagens, geralmente há cooperação dentro do movimento.<br />
<br />
Muitos anarcopunks são pacifistas (como [[Crass]] e [[Discharge]]) e acreditam na utilização de meios não-[[violência|violentos]] para alcançar seus objetivos, que incluem protesto pacífico, recusa a trabalhar, [[sabotagem]] econômica, [[ocupação]], revirar [[lixo]], [[pichação]], realizar [[boicote]]s, [[desobediência civil]], "[[hacker|hacktivismo]]" e alterar [[publicidade|material publicitário]] contra o anunciante. Outros anarcopunks acreditam que a violência é um modo aceitável de alcançar a mudança social (como [[Conflict]] e [[D.O.A.]]). Isso se manifesta por [[tumulto]]s, [[vandalismo]], corte de [[fio]]s, [[assalto]]s, participação em atividades "estilo [[Animal Liberation Front|Frente pela Liberação dos Animais]]", e, em casos extremos, usar [[bomba]]s.<br />
[[Imagem:Circle-A red.svg|thumb|right|200px|O símbolo do A num círculo, freqüentemente associado ao anarcopunk]]<br />
Alguns anarcopunks, principalmente na [[América do Norte]], buscaram utilizar o processo [[democracia|democrático]] para trazer suas regiões mais próximas à anarquia, apesar de nenhum ter concorrido como membro de um [[partido político|partido]] anarquista. Entre os que tentaram, estão o líder dos [[Dead Kennedys]], [[Jello Biafra]], para prefeito de [[San Francisco|São Francisco]], o cantor do [[T.S.O.L.]], [[Jack Grisham]], a governador da [[Califórnia]] e o cantor principal do [[D.O.A.]], [[Joey Shithead]]. Alguns desses, como Biafra, acreditam que a mudança social maior é necessária antes de os humanos estarem prontos para a anarquia.<br />
<br />
=== Política de identificação ===<br />
O anarcopunk foi destacado como um dos fenônemos sociais que levou o anarquismo na direção da [[política de identidade]]. Alguns alegam que o visual tornou-se um ingrediente essencial do movimento, algumas vezes obscurecendo outros fatores, apesar de outros alegarem que os artistas que se alinharam com o anarcopunk envolveram-se em diversas abordagens no formato e na ideologia, exemplificado pela variedade de [[lista de bandas anarcopunk|bandas do movimento]]. Do mesmo modo, freqüentemente é dito que o visual era simplesmente uma representação da ética associada ao anarquismo (crença anti-corporação e DIY).<br />
blá.<br />
<br />
== Bibliografia ==<br />
* GLASPER, Ian. ''The Day the Country Died: A History of Anarcho Punk 1980 to 1984''. Londres: Cherry Red, 2006. (ISBN 978-1901447705)<br />
* O'HARA, Craig. ''A filosofia do punk - Mais do que barulho''. São Paulo: Radical Livros, 2005. (ISBN 8598600016)<br />
* O'HARA, Craig. ''Philosophy of Punk: More Than Noise''. Oakland: AK Press, 1999. (ISBN 978-1873176160)<br />
<br />
== Links externos ==<br />
* [http://br.geocities.com/dohumor/anarcopunk.html O movimento anarcopunk]<br />
* [http://www.gb0063551.pwp.blueyonder.co.uk/anarchopunk/ Arquivo fotográfico de bandas anarcopunk] (em inglês)<br />
* [http://www.uncarved.org/music/apunk/index.html Um olhar crítico ao anarcopunk] (em inglês)<br />
<br />
{{Wikipedia}}<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|P]]<br />
<br />
[[en:anarcho-punk]]<br />
[[es:Anarcopunk]]<br />
[[fr:anarcho-punk]]<br />
[[id:Anarko-punk]]<br />
[[it:anarco-punk]]</div>
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anarcopunk
2008-12-31T22:46:16Z
<p>AltCtrlDel: anarcopunk foi movido para Anarcopunk</p>
<hr />
<div>#REDIRECT [[Anarcopunk]]</div>
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Magonismo
2008-12-31T22:44:57Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Magonismo''' é um termo utilizado por historiadores para identificar uma corrente anarquista de pensamento e ação precursora da Revolução Mexicana (1910), em seu te...</p>
<hr />
<div>'''Magonismo''' é um termo utilizado por historiadores para identificar uma corrente [[anarquista]] de pensamento e ação precursora da [[Revolução Mexicana]] ([[1910]]), em seu tempo representada pelo não-eleitoral [[Partido Liberal Mexicano]] (PLM) fortemente influenciado pelas idéias anarquistas dos irmãos [[Enrique Flores Magón|Enrique]] e [[Ricardo Flores Magón]], junto com outros colaboradores do periódico ''[[Regeneración]]'' como [[Práxedis G. Guerrero]] e [[Librado Rivera]]. Os magonistas como força revolucionária aspiraram abolir o poder, e nunca a exercer-lo; seu objetivo era a auto-emancipação e o auto-governo.<br />
<br />
==Magonismo e anarquismo==<br />
[[Imagem:Regeneracion 1910.jpg|thumb|left|200px|Capa do periódico ''[[Regeneración (periódico)|Regeneración]]'']]<br />
O governo mexicano e a imprensa desde o início do século XX vêm chamando de "magonistas" quaisquer pessoas e grupos que compartilhem das idéias dos irmãos [[Flores Magón]] que inspiraram a derrubada do regime [[ditadura|ditatorial]] de [[Porfirio Díaz]] por uma revolução não só política mas também econômica no princípio deste mesmo século. O combate à tirania levado a cabo pelos Flores Magón contrariava o discurso oficial da "[[Porfiriato|Paz Porfiriana]]" pela qual os incorfomados foram qualificados como ''revoltosos magonistas''<ref>Arquivo Geral da Nação, Ramo Governação, Revoltosos Magonistas (1906).</ref> buscando isolá-los de toda a base social e conservar a imagem de paz e progresso imposta à força.<br />
<br />
Tanto os Flores Magón, como os demais integrantes do PLM recusaram-se a empregar o termo ''magonista'' para se referirem aos movimento [[libertário]] pelo qual trabalhavam, pois consideravam que lutavam por um ideal e não por levar ao poder um líder ou uma oligarquia, preferiam ser chamados de "liberales" já que estavam organizados no Partido Liberal Mexicano e mais tarde "anarquistas"; o próprio Ricardo Flores Magón afirmava: "''Nós, os membros do Partido Liberal não somos magonistas, somos anarquistas!''", em sua obra literária ''Verdugos y Víctimas'', um dos personagens responde indignado quando é preso e julgado "''Não sou magonista, sou anarquista. Um anarquista não tem ídolos''".<br />
<br />
O pensamento magonista foi influenciado por [[filósofo]]s anarquistas como [[Mikail Bakunin]] e [[Pierre-Joseph Proudhon]] e outros como [[Élisée Reclus]], [[Carlos Malato]], [[Errico Malatesta]], [[Anselmo Lorenzo]], [[Emma Goldman]], [[Fernando Tarrida del Mármol]] e [[Max Stirner]]. Também conheceram à obra de [[Marx]], [[Máximo Gorki]] e [[Henrik Ibsen]]. No entanto, é possível afirmar que foram os trabalhos de [[Piotr Kropotkin]], "[[A conquista do pão]]" e "[[A ajuda mútua]]" os que mais influenciaram o magonismo, em grande medida tais obras tiveram grande peso na tradição libertária mexicana do [[século XIX]] em conjunto com a [[Sistema de usos e costumes|autonomia e comunalidade]] dos [[Povos indígenas do México|povos indígenas]].<br />
<br />
==Magonismo e movimento indígena==<br />
O povos indígenas, que desde a [[Conquista do México|conquista]] têm buscado preservar a prática da [[democracia direta]], a tomada de decisões em [[assembléia]]s, a rotação de cargos administrativos, a defesa da propriedade comunal e o [[apoio mútuo]], assim como o manejo comunitário e racional deos [[recursos naturais]], partilham dos princípios anarquistas que defendiam os magonistas.<br />
<br />
A influência direca do pensamento indígena no magonismo é em grande parte resultado da influência de Teodoro Flores, indígena [[nahua]] sobre seus filhos, os irmãos Flores Magón, assim como a convivência de outros integrantes do Partido Liberal Mexicano com grupos indígenas durante o período de organização e insurreção entre os anos [[1905]] e [[1910]], entre estes estão os povos [[popoluca]]s em [[Veracruz]], os [[yaquis]] e [[Mayo (indígenas)|mayos]] em [[Sonora]] ou os [[cucapá]]s da [[Baixa Califórnia]]. [[Fernando Palomares]], um indígena mayo, foi um dos membros mais ativos do Partido Liberal que participou da [[Greve de Cananea]] e da [[Rebelião da Baixa Califórnia|campanha libertária]] em [[Mexicali]] e [[Tijuana]].<br />
<br />
== Reivindicação do magonismo ==<br />
[[Imagem:Ciudadano Flores Magon.jpg|thumb|200px|left|Cartaz do ano cidadão "Ricardo Flores Magón", 1997.]]<br />
Despois da Revolução e da morte de Ricardo Flores Magón em [[1922]], teve início uma retomada do pensamento magonista, principalmente por sindicalistas no [[México]] e nos [[Estados Unidos]]. No México pós-revolucionario a figura dos Flores Magón foi rememorada pelos goviernos considerando-os como precursores da Revolução. Tanto a insurreição de 1910 como os direitos sociais consagrados na ''[[Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos|Constituição de 1917]]'' se deviam em grande medida aos magonistas, que desde 1906 pegaram em armas e redigiram o [[programa do Partido Liberal Mexicano|programa econômico e social]]. Ainda que as demandas que deram origem a Revolução tivessem respostas na Constituição e nos discursos dos governos revolucionários, não houve mudanças significativas nas condições de vida de camponeses e indígenas, as populações mais desprotegidas. Além disso os magonistas consideravam que não lutavam para mudar os administradores do Estado, mas sim para abolí-los. Por esta razão os magonistas que sobreviveram seguiram difundindo propaganda anarquista, Librado Rivera foi perseguido e encarcerado pelo governo de [[Plutarco Elías Calles]]; Enrique Flores Magón, que considerava que a revolucão social mexicana não havia terminado ainda<ref>Flores Magón, Enrique, ''Aclaraciones a la vida y obra de Ricardo Flores Magón'', La Protesta, Argentina, 30 de marzo de 1925.</ref> pode viver em segurança até a presidência de [[Lázaro Cárdenas]].<ref>Amezcua, Genaro, ''Biografía de Enrique Flores Magón'', Historia Obrera No. 17, Centro de Estudios Históricos del Movimiento Obrero Mexicano, Segunda Época, Vol. 5, 17 de septiembre de 1979.</ref> <br />
<br />
A [[Federação Anarquista Mexicana]], fundada em [[1941]] e ativa por cerca de 40 anos editou o periódico ''Regeneración'' e difundiu o pensamento magonista. <br />
<br />
Na década de [[1980]] o magonismo sobreviveu entre coletivos de jovens [[anarcopunk]]s.<br />
<br />
No fim do [[século XX]] em [[1994]], quando o [[Exército Zapatista de Libertação Nacional]], em [[Chiapas]] se inssurgiu pegando em armas, reivindicou para si a herança libertária dos Flores Magón. Em [[1997]] organizações indígenas e sociais, coletivos libertários e ajuntamentos municipais do estado de [[Oaxaca]] declararam o "Ano cidadão Ricardo Flores Magón" de [[21 de novembro]] à [[16 de setembro]] de [[1998]], a convocatória justificava:<br />
:* ''o magonismo é uma experiência que segue produzindo vida''<br />
:* ''necessitamos estender sua obra entre nossas crianças e jovens''<br />
:* ''o governo central não tem o direito de exclusividade sobre nossos dirigentes históricos''<br />
:* ''Pelo que foi acordado e ratificado em nossas assembléias''<br />
<br />
Em [[agosto]] de [[2000]], impulsionadas por organizações indígenas do [[Oaxaca|Estado de Oaxaca]] e grupos libertários da [[Cidade do México]], foram celebradas as [[Jornadas Magonistas]] pelos 100 anos da fundação do periódico ''Regeneración''.<br />
<br />
Na rebelião popular de Oaxaca em [[2006]] participaram organizações e coletivos de jovens influenciados pelos ideais magonistas.<br />
<br />
==Veja também==<br />
* [[Zapatismo]]<br />
* [[Comunismo libertário]]<br />
* [[Indigenismo]]<br />
* [[Anarcoprimitivismo]]<br />
* [[Plotino Rhodakanaty]]<br />
<br />
==Referências==<br />
<div style="font-size: 90%"><br />
<references /><br />
</div><br />
<br />
== Ligações externas ==<br />
* {{es}}[http://www.laneta.apc.org/magon/inicio.htm Ano cidadão "Ricardo Flores Magón"] 1997-1998<br />
* {{es}}[http://www.cgtchiapas.org Comissão Confederal de Solidaridade à Chiapas da CGT]<br />
* {{en}}[http://www.sandiegohistory.org/journal/80fall/revolutionimages.htm A Revolução desacreditada: a captura magonista de Tijuana em 1911].<br />
* {{es}}[http://espora.org/biblioweb/indigena-magonismo.html O indígena no magonismo ou o magonismo no indígena]<br />
* {{es}}[http://espora.org/biblioweb/magonismoindigena.html Magonismo e movimento indígena no México]<br />
<br />
[[Categoria:Magonismo| ]]<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|Mago]]<br />
<br />
[[es:Magonismo]]</div>
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Anarcoindividualismo
2008-12-31T22:43:35Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: O '''Anarquismo individualista''' foi a corrente anarquista fundada por Max Stirner. Em sua obra ''O único e sua propriedade'' (1844), este autor procura demons...</p>
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<div>O '''Anarquismo individualista''' foi a corrente [[anarquismo|anarquista]] fundada por [[Max Stirner]]. Em sua obra ''O único e sua propriedade'' ([[1844]]), este autor procura demonstrar como, através da história, a humanidade foi levada a se sacrificar por ideais abstratos (fantasmas). Estes ideais, ao invés de trazerem felicidade, apenas serviram de fachada para que uma minoria de indivíduos [[Egoísmo|egoístas]] se beneficiassem do trabalho da maioria da população. Contra isto, Max Stirner propôs que todos os indivíduos se tornassem egoístas também, se associando voluntariamente conforme necessário, mas zelando pelos seus próprios interesses pessoais. Segundo ele, só assim a exploração de poucos por muitos poderia ser abolida.<br />
<br />
[[Benjamin Tucker]] e Lysander Spooner também insistem na liberdade individual e ausência de coerção do estado. Como os [[socialismo libertário|socialistas libertários]], eles detestam governos sustentados pelo capitalismo e rejeitam vários princípios essenciais do capitalismo em geral. Como os [[anarco-capitalismo|anarco-capitalistas]], eles poêm mais ênfase nos direitos individuais e na liberdade do que no coletivismo.<br />
<br />
Dentro do desenvolvimento histórico do movimento anarquista, esse se confunde com a própria gênese do socialismo. Dessa forma o mutualismo surge na França, através do desenvolvimento das teorias de [[Pierre-Joseph Proudhon]]. Proudhon foi um importante revolucionário francês, de origem proletária, que participou da Comuna de 1833, buscando derrubar a monarquia e instaurar a República. Com a derrota dessa, é preso e condenado - só sendo libertado pelo levante popular, na Comuna de 1848, como um herói popular. Já nessa época tinha consolidado sua teoria e ganhado inúmeros adéptos dentro do movimento social francês, em especial das Associações de Trabalhadores e sindicatos. <br />
<br />
Nos anos de prisão, Proudhon aproveitou para estudar a questão social e para escrever suas conclusões. Dessa forma lança , em 1842, o livro ''O que é a propriedade?'' onde conclui que a propriedade é um roubo. Com esse livro, se torna o revolucionário mais conhecido e respeitado de seu tempo, a ponto de [[Karl Marx|Marx]] ter lhe proposto montar um ''bureau de correspondência socialista'' - proposta rejeitada por Proudhon que lhe reconheceu rasgos autoritários e se negou a formalizar um nova igreja ou um novo partido. A partir daí passou a ser difamado por Marx. <br />
<br />
As bases do mutualismo de Proudhon estão sedimentadas em sua postura anarquista: a base de sua metodologia é o indivíduo que se associa livremente a uma sociedade de homens livres - a garantia da [[autonomia]] baseada na prática [[federalista]] - e não centralista - da organização. Essa organização, para manter o respeito às normas federativas, tem que ser autônoma frente as instituições do Estado, do Capital e da Igreja. O sustentáculo da organização é a [[solidariedade]], definida pela prática do [[apoio mútuo]], de onde decorria o nome mutualismo. O objetivo de tal organização seria promover a emancipação do trabalhador pelo seus próprios meios, dentro do axioma que se tornou a base da própria [[Associação Internacional dos Trabalhadores|AIT]]: "A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores". Para tanto, além da independência política, que seria essencial - e para respaldá-la - a organização deveria promover também a independência econômica dos trabalhadores, através de um sistema, em rede com os sindicatos, de associações de apoio mútuo, que foram a base do sistema previdenciário em quase todo o mundo, depois que os Estados nacionais se apossaram delas - baseado em cooperativas e num ''Banco do Povo''. A base dessa organização é a crença na capacidade política da [[classe operária]].<br />
<br />
Foram os mutualistas franceses que levantaram originalmente a proposta de criação de uma grande [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] (AIT) desde o início dos anos [[1860]] - a fundação se daria em [[1864]]/[[1865]].<br />
<br />
O mutualismo, como uma proposta histórica dentro do movimento anarquista internacional, ao aparentar afirmar a existência de 'correntes', ou 'tendências' no seio do anarquismo, na verdade comprova como a Anarquia é única, e único é o movimento que a sustenta. As discussões entre [[Individualismo|individualistas]], mutualistas e [[coletivistas]] nunca forma uma disputa de posições. Foi uma discussão constitutiva que determinou os limites do que é o anarquismo, são suas idéias-forças. As teses mutualistas mostraram a sua força e a sua fraqueza dentro de seu próprio desenvolvimento: inicialmente débeis, as organizações mutualistas passaram desapercebida das autoridade e tiveram espaço e tempo para se desenvolver, mas num período de 10 anos já eram referência econômica na França e o governo reacionário de Luis Bonaparte passa a persegui-las e enquadrá-las, estabelecendo uma legislação impeditiva de uma organização federalista e fortalecendo sua burocracia e controles. O Banco do Povo, já como o 3º maior banco em depósitos, foi simplesmente estatizado. A partir daí o anarquismo desenvolve o [[coletivismo]], que vê a Revolução como um imperativo - mostrando serem falsas as teses reformistas dos pequenos avanços.<br />
<br />
Na Comuna de 1871 os mutualistas e os coletivistas, ligados, respectivamente, a Federação de Sindicatos e a AIT, foram as principais forças impulsionadoras do processo e da reconstrução revolucionária da sociedade na forma, já definida, de [[socialismo libertário]].<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Rodrigues, Edgar, Socialismo: Síntese das Origens e Doutrinas, Achiame Editores, Rio de Janeiro, Brasil, 2006. (Edição Revisada)<br />
* Rodrigues, Edgar, ABC do Anarquismo, 1976.<br />
* Rodrigues, Edgar, Socialismo: Uma Visão Alfabética, 1980.<br />
* P-J Proudhon, O que é a Propriedade?, Editora Reconstruir, Buenos Ayres, Argentina, 1853.<br />
* P-J Proudhon, Sistema das Contradições Econômicas (ou Filosofia da Miséria), Ed. Brasiliense, Rio de Janeiro, Brasil,<br />
* Malatesta, Erico, Mikhail Bakunin, Pensiero e Volontá, Itália, 1926.<br />
* Nettlau, Max, Bibliographie de l' Anarchie, 1897.<br />
* Beer, Max, História do Socialismo, Ed. Brasiliense, Rio de Janeiro, Brasil, 1968.<br />
<br />
=={{Veja também}}==<br />
*[[Anarquismo]]<br />
*[[Individualismo]]<br />
*[[Mutualismo (política)]]<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
*[http://www.lsr-projekt.de/msinda.html Die Individual-Anarchisten und Max Stirner] (alemão)<br />
*[http://www.geocities.com/projetoperiferia2/secA4.htm Anarquismo (português)]<br />
<br />
{{esboço-anarquismo}}<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|I]]<br />
[[Categoria:Ideologias]]</div>
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Infoanarquismo
2008-12-31T22:43:08Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: '''Infoanarquismo''' é uma vertente do anarquismo que abrange uma grande diversidade de grupos distintos que de diferentes maneiras se opõem às formas de propriedade intelectual...</p>
<hr />
<div>'''Infoanarquismo''' é uma vertente do anarquismo que abrange uma grande diversidade de grupos distintos que de diferentes maneiras se opõem às formas de [[propriedade intelectual]], como [[copyright]] e [[patente]]s, e que também militam em prol da liberdade de conhecimento e informação para além das [[corporação|corporações]] [[capitalismo|capitalistas]].<br />
<br />
Existem várias hipoteses sobre a criação do termo, um dos primeiros a utilizá-lo foi [[Ian Clark]], o designer original e desenvolvedor da [[Freenet]], em um artigo publicado na [[revista TIME]] e Julho de 2000. <br />
<br />
Muitos info-anarquistas usam redes [[P2P]] anônimas, como a Freenet, Entropy, Tor ou I2P, para auxiliá-los na proteção do anonimato. Estas redes anônimas dificultam qualquer intenção de policiamento sobre o tráfico através da internet.<br />
<br />
=={{Veja também}}==<br />
* [[Anticopyright]]<br />
* [[Hakim Bey]]<br />
* [[Centro de Mídia Independente]]<br />
* [[Coletivo Sabotagem]]<br />
<br />
==Bibliografia==<br />
* Vaidhyanathan, Siva (2004). The Anarchist in the Library. New York: Basic Books. ISBN 0465089844.<br />
<br />
=={{Ligações externas}}==<br />
* {{en}} [http://www.infoanarchy.org/ Website InfoAnarchy].<br />
* {{en}} [InfoAnarchy Wiki Wiki InfoAnarchy].<br />
<br />
[[Categoria:Movimento contra a propriedade intelectual]]<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|I]]</div>
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Anarcoilegalismo
2008-12-31T22:41:52Z
<p>AltCtrlDel: Nova página: O '''Ilegalismo''', também conhecido como '''Anarcoilegalismo''' é uma filosofia anarquista surgida na França, Itália, Espanha, Bélgica e [[Suíça]...</p>
<hr />
<div>O '''Ilegalismo''', também conhecido como '''Anarcoilegalismo''' é uma filosofia [[anarquismo|anarquista]] surgida na [[França]], [[Itália]], [[Espanha]], [[Bélgica]] e [[Suíça]] durante os primeiros anos da década de [[1900]] como desenvolvimento do [[anarquismo individualista]] e do [[niilismo]]. <br />
<br />
==Histórico==<br />
<br />
O ilegalismo tomou grande importância para uma geração européia inspirada pelo descontentamento da década de [[1890]], durante a qual os anarquistas [[Ravachol]], [[Émile Henry]], [[Auguste Vaillant]] e [[Sante Caserio]] cometeram crimes memoráveis contra o capital e o estado, de acordo com a chamada "[[Propaganda pelo Ato]]".<br />
<br />
Seus adeptos adotaram abertamente o [[crime]] como modo de vida. Em suas reflexões e práticas condenavam a visão legalista enquanto limitadora da ação revolucionária, uma vez que as leis das sociedades burguesas eram vistas por eles como [[imoralidade|imorais]] e anti-éticas já que compactuavam para a manutenção das injustiças sociais e com a exploração do homem pelo homem.<br />
<br />
{{quote|''Eh, bem, se os governantes podem usar contra nós rifles, correntes e prisões, nós devemos, nós os anarquistas, para defendermos nossas vidas, devemos nos ater às nossas premissas? Não. Pelo contrário, nossa resposta aos governantes será a dinamite, a bomba, o estilete, o punhal. Em uma palavra, temos que fazer todo o nosso possível para destruir a burguesia e o governo. Vocês que são representantes das companhias burguesas, se vocês querem minha cabeça, tirem-na!''|[[Sante Caserio]] em seu julgamento}}<br />
<br />
Influenciado pelo [[anarcoindividualismo|individualismo]] de [[Max Stirner]], o ilegalismo rompeu com anarquistas como [[Clement Duval]] e [[Marius Jacob]], que justificavam o roubo com a teoria da ''[[:fr:Reprise individuelle|reprise individuelle <small>(em francês)</small>]]'' (represaria individual). O grupo francês chamado ''[[Bando Bonnot]]'' e o grupo espanhol ''[[Los Solidarios]]'' foram dois dos mais famosos grupos ilegalistas.<br />
<br />
{{quote|''É possível justificar o ato de roubar e o ilegalismo, se forem entendidos como parte de uma moralidade revolucionária maior no ideário da luta de classes.''|[[Élisée Reclus]]}}<br />
<br />
== Críticas ao ilegalismo ==<br />
[[Imagem:Anarchist ammunition.gif|thumb|250px|left|Tipos de bombas utilizadas pelos anarquistas ilegalistas.]]<br />
<br />
{{quote|"''O maior perigo das bombas é a explosão de estupidez que elas provocam.''"|[[Octave Mirbeau]]}}<br />
<br />
O ilegalismo provocou grandes controvérsias e foi contestado dentro do âmbito do anarquismo, particularmente por quem defendiam o [[anarcossindicalismo]] baseado em atos individuais desconectados do [[movimento operário]]. Muitos [[socialismo|socialistas]] argumentaram que o ilegalismo repetia a mentalidade [[capitalismo|capitalista]], ou que este que representava um retorno ao [[niilismo]].<br />
<br />
Após sua prisão por oferecer abrigo para membros do Bando Bonnot, [[Victor Serge]], que havia sido um enérgico defensor do ilegalismo, passou a ser um de seus mais duros críticos. Em suas ''Memórias de um revolucionário'', Serge descreve o ilegalismo como "um suicídio coletivo".<ref>Victor Serge. ''Mémoires d'un révolutionnaire 1901-1941'', Paris, Seuil, 1951; reed. 1978, preparada por Jean Rière (trad. da ed. francesa de 1951: ''Memorias de un revolucionario'', México, El Caballito, 1973). É possível encontrar o texto ''online'' em inglês: [http://www.marxists.org/archive/serge/1945/memoirs/ch01a.htm Memoirs of a Revolutionary]</ref> De maneira muito similar, Marius Jacob afirmava em [[1948]]: "Não creio que o ilegalismo possa libertar o individuo na atual sociedade... Basicamente, o ilegalismo, considerado como um ato de revolta, é mais um tema de temperamento do que de doutrina"<ref>Citado por Doug Imrie em [http://recollectionbooks.com/siml/library/illegalistsDougImrie.htm The "Illegalists" <small>(en inglés)</small>], publicado em ''[http://www.anarchymag.org/ Anarchy: A Journal of Desire Armed (Fall/Winter 94-95)]''</ref><br />
<br />
Individualistas e anarquistas egoístas atuais como [[Fred Woodworth]] (editor do periódico [[The Match!]]), [[Joe Peacott]] ou [[Larry Gambone]] são também extremamente críticos ao ilegalismo por considerá-lo pouco ético.<br />
<br />
== Referências ==<br />
<references/><br />
<br />
== Anarcoilegalistas ==<br />
{{Anarcoilegalistas|state=show}}<br />
<br />
== Bibliografia ==<br />
* Richard Parry. ''The Bonnot Gang'', Reel Press, 1986 (ISBN 0-946061-04-1).<br />
* Pino Cacucci. ''In ogni caso nessun rimorso", Longanesi, 1994. Después publicado por Feltrinelli, 2001.<br />
<br />
== Veja também ==<br />
* [[Arroja La Bomba]]<br />
* [[Anarquismo individualista]]<br />
* [[Internacional Negra]]<br />
* [[Ação Direta]]<br />
* [[Giovanni Passannante]]<br />
* [[Bomba de Orsini]]<br />
<br />
==Ligações externas==<br />
*{{es}} [http://aivanarquistas.blogspot.com/2008/02/practica.html Textos sobre ilegalismo]<br />
<br />
[[Categoria:Vertentes do Anarquismo|I]]<br />
<br />
[[de:Illegalismus]]<br />
[[en:Illegalism]]<br />
[[es:Ilegalismo]]<br />
[[fr:Illégalisme]]</div>
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